sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Boukensha ni Naritai to Miyako ni Deteitta Musume ga S Rank ni Natteta — Volume 02 — Capítulo 19

Capítulo 19: Eles Acordaram Antes do Amanhecer


Eles acordaram antes do amanhecer e caminharam pela aldeia mais uma vez. Angeline, em alto astral, subiu ao topo de sua colina favorita e viu o sol nascer sobre a aldeia, declarando que seria a última vez por um tempo. Ainda estava frio e branco ao redor, mas as vistas que podia ver de lá tinham ficado nitidamente verdes.

Depois de voltar para casa para um café da manhã leve, bateram na roupa de cama e levaram a palha para o galpão. O chão foi varrido e garantiram que não houvesse brasas restantes no fogo. A lareira queimava quase que todas as horas do dia, e fazia muito tempo que não estava apagada por completo.

Em seguida, a carroça foi carregada. Estava muito mais vazia do que no caminho para cá, pois não havia muitos presentes de Turnera que seriam procurados na capital. Uma vez que os preparativos estavam completos, Belgrieve deu uma última olhada ao redor para garantir que não havia esquecido nada. Ele parecia estar limpo.

“Quando foi a última vez que deixei a casa vazia por mais de alguns dias?” Belgrieve passou a mão por um dos pilares de sustentação. “Vou sair um pouco. Você vai segurar o forte, não vai?”

A pequena casa rangeu em resposta. Belgrieve sorriu, deu um tapinha no pilar e saiu.

Havia feixes finos de nuvens que não estavam lá pela manhã, e parecia que outras ainda mais pesadas surgiam do norte. Soprava um vento um tanto frio, e tornava-se evidente que o feitiço do clima alegre da primavera não duraria muito.

Havia pessoas lá para vê-lo no quintal, e conversaram sobre todo tipo de coisa. Os rapazes pareciam tristes com a partida das garotas da cidade, tagarelando com rostos desesperados. Anessa coçou a cabeça com um sorriso irônico enquanto Miriam ria. Nem pretendia levá-los muito a sério.

Era muito conhecido na aldeia o quão grudenta Angeline era com seu pai, então nenhum homem a procurou. Não que Angeline estivesse nem um pouco incomodada; estava sentada na carroça, sorrindo, enquanto observava Anessa e Miriam lidar com eles.

Será que ela vai se casar assim? Belgrieve ficou um pouco ansioso.

Kerry deu um tapa em seu ombro com uma risada. “Você é um homem ocupado, Bell!”

“Haha, que coisa estranha é.”

“Bom, cuide-se. Vou ficar de olho em seus campos.”

“Sim, desculpe por isso. Obrigado.”

Belgrieve sorriu, deu um tapinha no ombro de Kerry e subiu devagar na carroça. Ainda havia alguma dor restante, e não conseguia se mover com agilidade. Havia muito espaço no interior, pois a suas bagagens eram mínimas. Angeline ansiosamente se aninhou ao seu lado.

“Pronto pra ir, pai?”

“Sim, vamos em frente.”

“Tudo bem, então avante!”

“Sim, sim, pode deixar.” Anessa sacudiu as rédeas, fazendo com que o cavalo começasse a andar devagar. A carroça rangeu ao decolar.

Belgrieve se inclinou e disse a Kerry: “Vou agora. Cuide da casa para mim.”

“Pode deixar! Divirta-se!”

“Não vou para brincar.” Belgrieve coçou a bochecha com um sorriso irônico.

A carruagem deixou a vila, ganhando um pouco de velocidade ao longo das planícies externas, e aos poucos entrou nas trilhas da montanha. As estradas eram ruins, então haveria um solavanco cada vez que as rodas duras atingiam uma rocha. No entanto, a carroça era mais leve do que no caminho para lá, então puderam viajar mais rápido.

Quando as encostas eram muito íngremes, eles tinham que sair e empurrar por trás. O cavalo era, claro, um ser vivo que pararia de se mover se empurrado com muita força. Esses caminhos serão mantidos eventualmente, e será mais fácil para as carruagens, pensou Belgrieve.

As nuvens do norte não haviam perseguido, tornando-se mais finas à medida que se afastavam de Turnera. Logo, o tempo estava maravilhoso.

Belgrieve estava sentado encostado na traseira da carroça, sob a sombra do dossel improvisado. Anessa segurava as rédeas na frente, enquanto Angeline e Miriam estavam sentadas uma de cada lado de Belgrieve, que já vinha mexendo em sua barba há algum tempo. Talvez tenham achado curioso, visto que não tinham pelos faciais. No entanto, fazia cócegas e o fazia sentir-se inquieto.

“A barba é áspera aqui... E fofa aqui.”

“Interessante. Você faz alguma coisa para mantê-la, Sr. Bell?”

“Não sou tão exigente... Porém isso faz cócegas. Vocês duas, por favor.” essas palavras só às fizeram rir, e elas não iriam parar. É como se eu tivesse ainda mais filhas agora. Belgrieve suspirou.

O cavalo andava a passo, contudo ainda era mais rápido do que a pé. Nesse ritmo, chegariam a Rodina antes ou ao pôr do sol.

Rodina era a aldeia mais próxima de Turnera. Não era muito grande, no entanto as florestas de bolotas próximas deram lugar a uma próspera indústria de criação de porcos, e eram conhecidos por suas carnes defumadas, salsichas e banha de alta qualidade. Turnera trocaria por estes com lã, produtos e peles de cabra. O relacionamento deles não era puramente relacionado aos negócios, e muitos visitantes de Rodina vinham para o festival de outono.

Belgrieve, contudo, só esteve lá duas vezes: uma vez, quando ele partiu para se tornar um aventureiro, e outra, em seu caminho de volta derrotado. Isso martelava de verdade o quão raras vezes deixava a aldeia. Belgrieve conhecia a área ao redor de Turnera como a palma de sua mão, mas as regiões além das montanhas eram quase completamente desconhecidas. Mesmo suas lembranças desses eram vagas, então esta era uma experiência nova, e se viu ficando excitado apesar da idade.

O sol aos poucos mergulhou para oeste e as sombras se estenderam. Apesar do clima de primavera, o vento era suficiente para fazê-lo estremecer — afinal, era um vento do norte.

Enquanto havia um pano esticado embaixo, seu traseiro doía se ficasse sentado por muito tempo. Belgrieve havia mudado de postura várias vezes, enquanto as meninas pareciam mais acostumadas com a estrada. Não era como se não doesse para elas e, às vezes, se mexiam ou se levantavam para se mover também, porém o faziam com muito menos frequência do que Belgrieve. Na verdade, Anessa permaneceu no banco do motorista, quase completamente imóvel durante toda a viagem. Sentindo como se lhe mostrassem a diferença entre ele e um aventureiro ativo, Belgrieve sorriu com amargura.

Já fazia algum tempo desde que viajará de carroça assim. Quando era hora de colher o trigo e as batatas, Belgrieve às vezes subia nos vagões que levavam as colheitas para o galpão, mas era só isso.

“Vocês estão acostumadas a viajar, não é? Isso é bastante coisa.” disse Belgrieve.

Angeline imediatamente pareceu arrogante. “Incrível, certo... Não somos incríveis?”

“Sim, incrível.”

Angeline sorriu em deleite, aconchegando-se junto e olhando para seu pai com os olhos arregalados. Aproveitando a oportunidade para aninhar a cabeça em seu ombro. Quando Belgrieve deu um tapinha na cabeça dela, Angeline parecia bastante satisfeita.

Era um pouco preocupante que Angeline estivesse tão mimada como sempre, porém enquanto refletia a respeito, sentiu um peso do outro lado. Miriam também estava encostada em seu corpo. Ela havia tirado o chapéu antes que Belgrieve percebesse, pressionando a cabeça em seu ombro como Angeline.

“Não é justo, Ange. Não sou incrível também, Sr. Bell? Por que não me afaga?”

“Hmm, bem, não que me importe...”

Belgrieve se perguntou se era mesmo tão bom receber um afago na cabeça, no entanto não havia nenhuma razão específica para não fazê-lo. Então acariciou sua cabeça, e Miriam riu.

“Você tem uma mão grande, Sr. Bell.”

“Sério? Essas são algumas orelhas esplêndidas se puder dizer. Elas não vão ficar frias se o vento as tocar?”

Miriam caiu na gargalhada. “Hehehehe! De jeito nenhum! Hey, tente tocá-las. São mais fofas do que imagina.”

“É verdade...”

A superfície de suas orelhas estava na verdade cheia de cerdas curtas, mas macias, e eram muito agradáveis ​​ao toque, como peles de alta classe. É provável que Miriam não ficasse com frio assim — na verdade, é provável que estivesse melhor do que o resto deles. Uma vez que notou, no entanto, Belgrieve percebeu o quão insensível havia sido, e ficou um pouco envergonhado.

“Parece que cometi um erro...”

“De jeito nenhum! Agradeço a preocupação. Hehehe.” Miriam deu uma risadinha ao se aproximar. Estendendo seu dedo indicador, cutucou-o em sua bochecha.

Angeline não pareceu gostar disso. “Merry... Não seja tão pegajosa com meu pai.”

“Vamos, o que tem? Por que você consegue monopolizá-lo?”

“Porque é meu pai.”

“Não é justo! Sr. Bell, ouça-me! Você não se importa de ter mais uma filha, não é?”

“Hã... O-O que quer dizer?”

“Eu chamo de jogo sujo. Sem tirar vantagem de sua bondade... Se quer ser minha irmãzinha, terá primeiro de me derrotar.”

“Hey, hey! Não está esquecendo que sou mais velha?”

Continuando essa briga incompreensível, as duas começaram a se empurrar. Belgrieve imediatamente fugiu para frente da carroça, sussurrando. “Elas se dão bem mesmo, não é... Ai, ai.” Belgrieve fez uma careta de dor.

Anessa sorriu do banco do motorista. “Ah, o que fazer com as duas...”

“Você está ficando cansada, Anne? Quer trocar comigo?” Belgrieve ofereceu.

“Não, não, sempre gostei desse tipo de coisa.”

“Hmm... Gosta de animais?"

“Algo parecido. Bem, é como se eu vivesse com animais a minha vida inteira... Já estou acostumada com isso agora.” ela disse, olhando para trás na briga de Angeline e Miriam.

Essas três realmente se dão bem. Fico feliz que Ange tenha feito boas amigas. Belgrieve sorriu.

Fizeram uma pausa e almoçaram tarde, após o que prosseguiram com seriedade, parando apenas ocasionalmente para dar descanso ao cavalo. Não demorou muito para que tivessem entrado nas florestas de bolotas.

Um véu de escuridão estava descendo aos poucos, diminuindo a visibilidade. No entanto, havia pessoas indo e vindo, e nunca perderam o caminho. Bolotas soltam sons secos de estalo sob as rodas, cascas vazias deixadas para trás pelos porcos. O cheiro do gado carregado pelo vento.

Quando o sol se pôs por completo, uma luz ao longe deu lugar a uma aldeia cercada por uma cerca de madeira.

“Aqui está. Essa é a Rodina.”

“Sigh, isso foi longo.”

Todos esticaram seus corpos endurecidos pela viagem, enchendo o ar com estalos. Uma breve conversa com um jovem da guarda bastou para entrar.

Ao contrário de Turnera, que ficava muito longe nas regiões remotas, havia bandidos por essas partes. Assim, a segurança era rigorosa. A aldeia era frequentada por mercadores que vinham comprar carne de porco, portanto havia também uma pequena estalagem. Era onde pretendiam passar a noite.

Olhando para a aldeia da carroça, Belgrieve murmurou: “Faz tempo que não venho aqui... Não me lembro de nada.”

“Quanto tempo faz desde que deixou Turnera?” perguntou Anessa.

“Sobre isso...” Belgrieve coçou a cabeça. “Já faz mais de vinte anos.”

“Ahaha, incrível. De fato já faz um tempo então.”

“Tem... É uma sensação estranha, é.”

Belgrieve tinha certeza de que passaria o resto de seus anos em Turnera. Contudo, como Angeline arbitrariamente começou a chamá-lo de Ogro Vermelho, tal situação levou Helvetica a parar na vila — o que levou a conversas sobre a manutenção das estradas. Agora aqui estava, com uma carta na mão, e sua filha e suas amigas a tiracolo.

Nunca pensei que as aventuras da minha filha também me levariam em uma jornada, ele pensou consigo mesmo. Belgrieve podia sentir algo profundo em seus ossos. O mundo funciona de maneiras misteriosas.

A pousada não estava toda lotada, entretanto tinha seu quinhão de comerciantes e viajantes. Devia ser hora do jantar, pois o cheiro de gordura queimada enchia o ar. Havia um bar com área de jantar no primeiro andar, onde os hóspedes podiam fazer suas refeições. Mais atrás, havia quartos comunais onde todos dormiam amontoados, embora houvesse alguns quartos privados que podiam ser reservados no segundo andar. Parecia que a maioria de seus convidados estava no lado mais pobre, já que ainda havia um quarto privado disponível, enquanto mal havia espaço nos quartos comunais.

Belgrieve insistiu em reservar um quarto para as meninas, enquanto ele dormiria no quarto comunal, mas as garotas foram incrivelmente contra.

“Nunca poderia te abandonar assim, pai... Apenas não posso!”

“Isso mesmo, Sr. Bell. Não seja assim. Certo, Anessa?”

“S-Sim...”

“Quero dizer, há apenas uma cama. Como vamos caber nós quatro?”

“Está tudo bem. Pai, durma no centro. Merry e Anne tomarão os lados, e eu dormirei em cima de você.”

“Está tentando me cozinhar até a morte...?”

“Mas não é frio à noite? É mais fácil dormir encolhido, tenho certeza.”

“Merry. Acha com honestidade que todas vão caber quando eu estiver na cama?”

“Hm... Hmmm.”

Belgrieve ostentava um grande físico. Não era gordo, porém era alto, treinado e, claro, maior que as meninas. E a cama não era tão grande para começar. Poderiam caber as três aventureiras se se espremessem, porém se Belgrieve estivesse lá, caberia apenas mais uma no máximo.

Foi então que Angeline parecia ter sido atingida por uma revelação divina.

“Nesse caso... Eu e meu pai podemos ficar com o quarto, enquanto Anne e Merry podem dormir aqui...”

“Hey.” Belgrieve cutucou-a na cabeça. “Não pense apenas em si mesma.”

“Ah... Desculpe.”

Depois de discutir de um lado para o outro, eles por fim estabeleceram seu plano inicial. Belgrieve dormiria no quarto comunal enquanto as meninas ficavam com o privado. Em troca, teria que ficar com elas até pouco antes de adormecerem, e Angeline se agarrou a ele durante esse tempo.

O grupo jantou na sala de jantar do primeiro andar. Encantada por poder viajar com o pai, Angeline bebia muito, ficando cada vez mais instável e sonolenta. As outras duas estavam em um estado semelhante. Ainda são crianças, pensou Belgrieve, achando a cena um pouco nostálgica. Parecia que até mesmo um aventureiro de alto escalão poderia ser derrotado por uma bebida.

Gradualmente, a noite foi chegando e eles subiram para o segundo andar para dormir antes que ficasse tarde. Angeline cambaleou antes de receber uma carona de Belgrieve, e não poderia estar mais feliz.

Este fez uma careta para seu corpo dolorido enquanto colocava uma sonolenta Angeline na cama. Então, soltou um longo suspiro. “Boa noite.”

“Sim, boua noidi...”

“Boa noite, Sr. Bell.”

Belgrieve saiu do quarto, pegou um cobertor na recepção e foi para a sala comunal. A lareira queimava e havia travesseiros espalhados por toda parte. Já estava lotado de pessoas em todos os tipos de trajes. Havia aqueles já dormindo, alguns ainda conversando, outros bebendo e alguns jogando cartas.

Atendando-se ao seu passo enquanto procurava um espaço vazio e se sentava, estava junto à parede, longe do fogo, no entanto havia gente suficiente para aquecer todo o quarto.

Belgrieve removeu lentamente sua perna de pau, colocando-a embaixo do travesseiro. Viajantes de todos os tipos, e não queria encostar-se à parede só para ser roubado. Havia deixado sua espada e seus objetos de valor no segundo andar, contudo não conseguia deixar a perna.

Um dos homens que bebiam tomou nota disso, iniciando uma conversa. “Você usa uma perna de pau, não é?”

O homem parecia ser um aventureiro, talvez em seus trinta e poucos anos. Seu corpo era robusto, mas bem treinado com braços grossos. Seu cabelo castanho escuro estava começando a rarear, todavia a metade inferior de seu rosto estava coberta por uma barba espessa. Enquanto parecia um pouco feroz, seus olhos pareciam bastante afáveis. Ao seu lado, tinha sua arma — um machado de batalha encostado à parede.

“Sim, há muito tempo.” respondeu Belgrieve alegremente.

“Você estava se movendo com tanta naturalidade quando entrou, nunca percebi. Só percebi quando a ouvi batendo no chão. Fiquei surpreso quando olhei para baixo e vi como era na verdade falsa.”

“Haha, é tudo sobre se acostumar. Tenho sorte de ainda ter meu joelho. Sem isso, tenho certeza de que meus movimentos seriam rígidos, não importa o que fizesse.” disse Belgrieve, movendo o joelho direito.

Os olhos do homem se estreitaram, impressionados. “Claro, entretanto deve ter custado muito esforço para mover isso sem problemas. Estou maravilhado, mesmo. Verdadeiramente esplêndido.”

“Você fala muito bem de mim.” Belgrieve coçou a bochecha um pouco desajeitado.

O homem estendeu um frasco de couro com álcool.

“Que tal isso? Isto é, se você tem um paladar para vinho de uva.”

“Obrigado, vou aceitar sua gentileza.”

Belgrieve tomou um gole. Não era o mais requintado dos vinhos, mas era bom, com um sabor que lembrava seus tempos de aventureiro. Ele engoliu em seco, curvou-se e devolveu o frasco. O homem sorriu; parecia gostar de falar.

“Atravessei muitas terras como aventureiro. Gosto de viajar e gosto ainda mais de desafiar artistas marciais estimados.”

“Oh?”

“Viajei ao norte de Estogal, de Orphen a Elvgren, e Asterinos também. Parei em Bordeaux antes de chegar a Rodina, e os aventureiros de lá eram maravilhosamente habilidosos. Em especial a irmã da condessa — Sasha, era o nome dela. Possuía um nível surpreendente de habilidade. Eu estava confiante em minhas próprias habilidades, porém acabei comendo terra. Dizem que a jovem ainda é Rank AA, contudo tem talento. Ela será Rank S em breve.”

O homem falou com alegria de sua perda para Sasha. Entendo, então Sasha ficou mais forte, pensou Belgrieve. Ocasionalmente, Belgrieve se comunicava para deixar claro que estava ouvindo, no entanto na maioria das vezes o ouvia em silêncio.

O homem tomou um gole de vinho e continuou. “Sim, ouvi um boato em Bordeaux de que um mestre espadachim mora em Turnera. Que ele nunca sai, não querendo um pingo de fama. Chamam-no de Ogro Vermelho e empunha uma espada feroz que faz jus ao seu nome. Você o conhece?”

De repente, Belgrieve estava suando. Seu sorriso endureceu. “Não... Nunca ouvi falar.”

“Hmm, entendo... Fiquei surpreso ao saber que nem mesmo Sasha Bordeaux conseguiu vencer contra ele, e ainda mais quando soube que era o pai da matadora de demônios, a Valquíria de Cabelos Negros. Nunca teria imaginado que encontraria um indivíduo assim vivendo nos arredores mais ao norte do império.”

“Sério...”

“Na verdade, estou indo para Turnera para testemunhar suas habilidades em primeira mão. Ouvi dizer que o Ogro Vermelho tinha cabelo ruivo e uma perna postiça, assim como você. Para ser honesto, é precisamente por isso que não pude deixar de chamar. Hahaha!”

“Haha... Ha... Que estranha coincidência.” Belgrieve soltou uma risada seca. O homem ainda parecia querer falar, mas disse a ele. “Desculpe, tenho uma manhã cedo amanhã.” e puxou o cobertor sobre si mesmo.

“Entendo, também tenho que levantar cedo amanhã.” disse o homem. Ele se deitou e logo estava roncando em pouco tempo. Fico feliz que tenha sido tão franco e denso. Belgrieve fechou os olhos, aliviado.

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