Capítulo 47: A chuva batia no chão
A chuva batia no chão, espalhando-se em um esguicho nebuloso. Poças se formavam aqui e ali, e aqueles infelizes forçados a sair com este tempo moviam-se com pés apressados. Um menino ruivo esperava que a chuva passasse sob o beiral saliente de uma loja, com uma cesta cheia de ervas recém-colhidas em uma das mãos. A chuva repentina havia encharcado seu cabelo e, de vez em quando, tinha que afastar a franja caída. Por sorte, ainda era verão, embora o calor que permeava suas roupas encharcadas fosse estranhamente desconcertante.
O menino olhou ao redor antes de soltar um suspiro preocupado. Sua outra mão segurou uma bengala.
Por ventura, o aguaceiro cedeu. Não havia parado por completo, mas não era mais o suficiente para encharcá-lo, então o menino saiu com cautela. Seu corpo tremia cada vez que seu pé protético desconhecido tocava o chão, e mesmo isso estaria além dele sem o bastão. Quando passou por um grupo de aventureiros de sua idade, eles apontaram para suas costas e riram.