domingo, 22 de maio de 2022

I Was Caught up in a Hero Summoning, but That World Is at Peace — Capítulo 18

Capítulo 18: Intermissão  Kuromueina ~ O monstro gentil nascido do nada


Um monstro nasceu neste mundo há tanto tempo que poderia até ser chamado de tempos antigos. Não, ao invés de nascer, creio ser mais apropriado dizer que esse monstro apareceu do nada.



O monstro nasceu com muito poder, mas ao mesmo tempo, não tinha mais nada. Uma aparência externa esfumaçada e negra sem uma figura definida, porém seu interior é vazio — esse monstro cujo único poder, sem nenhum exagero, é o próprio conceito de nada, e para esse monstro com um interior vazio, decidiu procurá-lo primeiro.



Primeiro, uma forma própria, depois, um coração próprio... E, uma após a outra, foi dando a volta ao mundo em busca de sua própria existência, como se estivesse tateando na escuridão.



Ou talvez, pode ser uma calamidade ambulante viajando ao redor do mundo. O monstro tocou muitas coisas e olhou para muitos lugares do mundo e, em pouco tempo, passou a acreditar...



Que este mundo — está cheio de impurezas—



Não era simples, mas é realmente complexo, muito instável e ainda assim não pôde fazer nada a respeito, e é incrivelmente vasto e profundo. Pouco a pouco, as impurezas permaneceram e se acumularam no corpo vazio do monstro enquanto viajava pelo mundo.



E então, quantos anos poderiam ter se passado? Um monstro que passou uma quantidade inacreditável de tempo dando voltas, armazenando impurezas em seu corpo, o monstro viu o mundo uma vez mais do lugar onde nasceu.



Este mundo está cheio de impurezas. Não é puro ou racional, tudo é incerto e frágil. Está sempre mudando, como se este mundo fosse uma única existência.



E é por isso que este mundo — é tão lindo e precioso—



Cabelos prateados balançando ao vento e olhos dourados refletindo o mundo. Um coração que ganhou muitas impurezas e a figura que apareceu com um sorriso gentil no rosto.



E assim, o monstro que poderia ter destruído o mundo começa a caminhar de novo. Ganhou forma e adquiriu um coração — estabelecendo a coleção de impurezas que reuniu como testemunho de sua existência, tomou o nome de Kuromueina — e começou a marcar sua existência ao iniciar uma nova jornada.



A história daquela que leva esse nome — ‘Aquela que já foi um monstro’ começou com ela estendendo a mão para uma criança que se parecia muito consigo mesma no passado.



“Venha comigo!”



“...”



Segurando a criança, deu-lhe o nome ‘Ein’, em homenagem ao seu novo começo, o demônio chamado Kuromueina nasceu verdadeiramente neste mundo.






Existe um demônio de alto nível chamado Kuromueina. Ela detinha um poder imenso, contudo despreocupada com riqueza e poder, enquanto caminhava como se estivesse usando o próprio conceito de liberdade.



“Whoa, isso é muito gostoso, não é? Mais um, por favor.”



“Obrigado por seu patrocínio!”



Kuromueina comprou um espeto assado de um vendedor ambulante e comeu com prazer enquanto olhava para a cidade movimentada de atividade dos humanos no Ano Novo que se aproximava.



Kuromueina muitas vezes vai de um lugar para outro, passear e comer. Este é um passatempo incomum para um demônio autônomo de alto escalão, onde a maioria deles estabelece seu próprio território, fazendo com que seus subordinados e dependentes se movam em seu lugar e não saiam muito, porém Kuromueina gostava de se envolver com o mundo desta forma.



Kuromueina não tem uma forma fixa, dependendo de seu humor, pode assumir a forma de um menino ou um jovem, e para evitar causar uma comoção por ter um nome bastante conhecido, às vezes usa uma Magia de Ocultação de Informação em seu tempo de paz, fazendo com que essas pessoas na rua não percebam que essa garota andando por aí com um espeto assado na mão é um demônio famoso.



No entanto, quem conhece Kuromueina saberá que está de bom humor ao vê-la andando em sua aparência favorita, a forma de uma jovem.



O demônio chamado Kuromueina é um excêntrico de várias maneiras.



Embora seja um demônio de alto escalão, não têm subordinados, não discrimina ou despreza outras raças, como humanos e deuses, e fala de forma aberta com o dono de uma barraca que pode ser chamado de plebeu.



É apenas porque ela realmente ama este mundo e as pessoas que vivem nele, apesar das diferenças de todos. Por esse motivo adora passear pela cidade assim e ver o mundo mudar aos poucos.



Claro, também tem seus próprios gostos e preferências. Sua forma favorita é sua forma atual de uma jovem garota, mas também pode assumir a forma de uma besta mágica quando está de mau humor, embora raras vezes aconteça. Ela gosta de doces, em especial se for grande o suficiente para comer enquanto caminha.



No que diz respeito aos outros, pode-se dizer que gosta basicamente de pessoas com qualquer tipo de personalidade, contudo não gosta daqueles que fazem qualquer algo apenas para machucar alguém.



Sim, ela tem um número muito grande de gostos e, na inversão da balança, tem um número deverás pequeno de desgostos. No entanto, entre uma gama tão ampla de gostos, há um pelo qual tem um carinho especial.



“... Oh?”



Kuromueina, que estava passeando pela cidade com um sorriso no rosto, parou em seu caminho. Com o canto do olho, viu uma grande fonte e a figura de um jovem parado na frente.



Preto com cabelo castanho claro, um rosto que não é particularmente bonito nem feio, um corpo um pouco magro, mas não doentio, e uma altura média de cerca de 170 cm. Para melhor ou pior, medíocre era a palavra que se aplicava a ele, no entanto Kuromueina murmurou enquanto olhava para o jovem.



“... É um passarinho...”



A expressão em seu rosto enquanto murmurava era como uma criança que encontrou seu brinquedo favorito, e também como uma mãe olhando para seu filho amado.



—Um passarinho. Kuromueina às vezes pode descrever os outros como tal. Contudo, não é para descrever alguém como um idiota, e sim em um bom sentido quando disse essa frase.



Os olhos do jovem olhando ansioso ao seu redor, as sutilezas das emoções por trás de seus olhos... Era a mesma expressão que ‘seu antigo eu que não tinha nada’ tinha e era disso que mais gostava.



É por isso que Kuromueina avançou em direção ao jovem sem a menor hesitação. Cancelando a Magia de Inibição de Reconhecimento no jovem, ela também removeu o efeito da Magia de Ocultação de Informação de afetar o jovem...



“O que está errado? Você parece estar com algum tipo de problema?”



Ela chamou o jovem com um grande sorriso no rosto, como se estivesse gostando de verdade do encontro que teve com ‘alguém que se parece muito com ela mesma’ que não via há algum tempo.






Enquanto acariciava a cabeça do jovem — a cabeça de Kaito dormindo em seu colo de uma forma afetuosa, Kuromueina sorriu gentilmente.



Um passarinho inocente e adorável que ainda não sabe nada, a existência que mais favorece agora.



“Pouco a pouco, está mudando...”



Palavras que murmurou com suavidade.



Está vazia, e ainda assim ela ama mais do que qualquer outra coisa ter alguém que queira algo em seu coração... Um passarinho que tateia em busca de asas e deseja voar, mesmo que não saiba como consegui-las.



“Kaito-kun... Um dia, quando suas asas estiverem totalmente crescidas e você estiver pronto para subir aos céus, eu me pergunto que tipo de asas bonitas irá me mostrar? Estou esperando ansiosa por isso.”



Para ela, um passarinho é um ser com ‘infinitas possibilidades’. Procurando por algo com o coração vazio, e em pouco tempo, quando o encontrassem, se transformaria em suas asas e os ajudaria a voar para o céu.



Acima de tudo, a Kuromueina a encantava ver isso acontecer de perto e pessoalmente.



Movendo seu olhar gentil, podia ver muitos daqueles que já foram passarinhos.



O demônio de alto escalão que foi nomeado após o início, e aquele que queria ficar ao seu lado por mais tempo do que qualquer outra pessoa.



O lich que ganhou muito conhecimento e é ativo em uma ampla gama de campos.



A fada que ama a natureza e voou inocentemente, para longe do lugar onde morava.



O ogro rindo com valentia ao aceitar que seus dias eram diferentes de sua espécie.



A humana que obteve as respostas que procurava e se tornou um demônio.



Todos são diferentes, mas todos eles têm belas asas e voam pelo céu deste mundo sem fim junto com sua família que ela não pode deixar de amar.



Há um demônio de alto escalão chamado Kuromueina — uma excêntrica que tem grande poder e uma profunda e calorosa bondade, e ela que continua a amar este mundo em constante mudança cheio de impurezas e incertezas.



Olhando para o belo mundo de hoje, como para abençoar as pessoas que vivem nele, como para agradecer as impurezas que continuam a enchê-la que nasceram do nada — um sorriso afetuoso apareceu em seu rosto.

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