domingo, 21 de maio de 2023

Boukensha ni Naritai to Miyako ni Deteitta Musume ga S Rank ni Natteta — Volume 06 — Capítulo 74

Capítulo 74: O som de uma espada sendo afiada

O som de uma espada sendo afiada sempre fazia Belgrieve sentir vontade de sentar-se ereto — não que se importasse. Quanto mais afiada era sua espada, mais afiados seus sentidos também se tornavam.

A lâmina deslizou sobre a pedra de amolar amplamente encharcada. Algumas deslizadas foram suficientes para afiá-la. Era estranho como a borda parecia embotar muito mais devagar do que antes. Tem sido assim desde que Belgrieve se tornou capaz de imbuir mana em sua espada, e talvez a própria mana tenha coberto a superfície.

Tomando cuidado para não mudar o ângulo de afiação, Belgrieve continuou a afiar o fio da lâmina com cuidado. Feito isso, cobriu-o com cera de abelha derretida e limpou com um pano para polir.

“Tudo bem... Isso deve bastar.” a lâmina brilhava deslumbrantemente mesmo na luz opaca.

Belgrieve comprou sua espada em Orphen. Tinha um bom preço — pelo menos para a lâmina de um jovem amador—, porém a escolhera com muito cuidado, independente do preço. Seu tempo como aventureiro foi curto, contudo mesmo assim sabia que havia feito a compra certa. Depois de usá-lo por mais de vinte e cinco anos, ainda era grossa e pesada, sem um pingo de ferrugem.

Claro, Belgrieve o havia desgastado com cada afiação, no entanto foi apenas uma pequena quantidade, e ainda era mais do que adequada para algum uso prático. Além do mais, talvez pelo fato de seu proprietário ter melhorado a manutenção ao longo dos anos, podia ter se tornado ainda mais afiada do que no início. Claro, também pode ser dito que não lutou contra monstros com tanta frequência quanto um aventureiro ativo, e sua espada não teve muitas oportunidades de ser usada.

Comparada com suas facas de cozinha e de caça, sua espada de combate não desempenhava muito papel em Turnera. Embora nunca perdesse um dia de treinamento, era pouco provável que alguma de suas rotinas gastaria a lâmina e, nos últimos tempos, seu tempo de meditação havia aumentado, diminuindo ainda mais o papel de sua espada.

Mesmo assim, essas sessões de afiação eram como uma conversa com seu fiel parceiro. Era um trabalho como esse que fazia um espadachim sentir que sua espada era algo mais do que uma ferramenta para tirar vidas.

Depois de assistir por um longo tempo de lado, Angeline sacou sua própria espada.

“Vou afiar a minha também...”

“Hmm? Claro, vá em frente.” disse Belgrieve, abrindo espaço para ela.

Angeline desembainhou sua espada e jogou água sobre a lâmina. Era uma lâmina delgada — fina e afiada, todavia resistente. Parecia ser feita de aço de alta qualidade — não apenas duro, mas flexível também. Belgrieve uma vez a disse que ela teria que confiar sua vida à sua espada e que não deveria poupar gastos com isso. Observando-a agora, ficou satisfeito em saber que sua filha o havia escutado.

Angeline afiou sua espada um pouco, porém sua lâmina não tinha manchas ou lascas visíveis. Dificilmente parecia uma arma usada para combater monstros. Claro, Angeline com certeza nunca falhou em mantê-la, contudo quase não perdeu nada de sua vantagem original. É provável que tivesse um bom senso para sua espada e fazia questão de nunca colocar mais pressão do que o devido.

Depois de conhecer Graham em seu retorno a Turnera, Angeline foi instruída sobre meditação e sinergia, e parecia que sua perspicácia havia sido aprimorada ainda mais. Tendo descoberto a manipulação de mana instintiva, que Belgrieve só conseguiu após incontáveis horas de prática diligente, em um curto espaço de tempo. A partir daí, subiu a alturas ainda maiores e, se tivesse um limite, Belgrieve não poderia ver onde poderia ser.

O que ela ganhará ao se tornar ainda mais forte do que é agora? ele pensou com um estremecimento ao vislumbrar mais uma vez a extensão do talento de sua filha.

Assim que terminou de afiar cuidadosamente, Angeline também poliu a arma com cera de abelha. Semicerrando seus olhos, avaliou sua borda antes de entregá-la a Belgrieve.

“Como está?”

“Sim, você afiou bem. Está ótima.”

Angeline sorriu enquanto embainhava sua lâmina e se espreguiçava. Então, quando Belgrieve se curvou para se arrumar, suas mãos bagunçaram o cabelo dele.

“Já faz um tempo desde que ficamos sozinhos juntos...”

“Pensando bem, você está certa... Nossa casa ficou bem animada.”

Pela primeira vez, todos, exceto os dois, saíram. Graham era agora a babá da vila e tinha ido com Mit fazer seu trabalho. Kasim ensinava magia aos jovens, com Charlotte e Byaku participando de suas aulas, e Miriam e Anessa também estavam com eles. Anessa recentemente começou a ensinar arco e flecha para os aldeões também, insistindo que seria útil para a caça.

De sua parte, Belgrieve e Angeline mantinham suas espadas no final do pátio. Durante todo o tempo, eles podiam ver os carpinteiros balançando suas marretas em sua nova casa, que agora tinha telhas no telhado. O subpelo do telhado estava noventa por cento completo e já estavam levantando as paredes.

Belgrieve lavou a pedra de amolar, jogou fora a água de seu balde e guardou suas ferramentas. Angeline desembainhou sua espada afiada de novo e deu um golpe de prática antes de embainhá-la uma vez mais. Ela se virou para Belgrieve.

“Quero fazer algum exercício... Lute comigo.”

“Está bem, está bem.” Belgrieve girou os ombros e a encarou. Ele assumiu sua posição, sua espada ainda em sua bainha.

A sinergia de Angeline com sua espada era muito maior do que a última vez que a enfrentou, e Belgrieve podia visivelmente captar a aura da arma transbordando. Ele pensou que havia crescido um pouco sob a tutela de Graham, mas diante de sua filha, que mostrou talento para subir ainda mais, foi lembrado mais uma vez de que não era nada especial.

Deslizando para diminuir a distância, Angeline deu o primeiro golpe, que Belgrieve aparou. No momento em que suas espadas se encontraram, seu corpo tremeu como um fio esticado. Não foi só o impacto. A sinergia de Angeline havia causado uma perturbação direta na mana de seu próprio corpo.

Os olhos de Belgrieve se arregalaram, porém logo em seguida permitiu que a força fluísse de sua perna de trás para o chão. Fazendo uso desse poder armazenado, empurrou para trás.

Angeline saltou fora do alcance sem dificuldade. Porém, isso foi apenas por um instante — dando o pontapé inicial assim que pousou, ela empurrou para frente e desferiu um golpe horizontal.

Belgrieve mal conseguiu pegá-lo; o cabo agora parecia tão pesado que mal conseguia segurá-lo. Ele era um homem grande de meia-idade lutando contra uma jovem desamparada, contudo a diferença no físico parecia não lhe oferecer nenhuma vantagem.

Canalizando sua força em sua perna, seu corpo avançou com a perna de pau e girou para um golpe de cima.

“Hyah!”

Justo quando pensou que ela havia desviado, Angeline deslizou para o espaço ao seu lado, contra-atacando com uma rápida volta. Belgrieve imediatamente levantou a perna direita, bloqueando com a estaca de madeira. O impacto reverberou por todo seu corpo.

Quando Angeline congelou por um instante, Belgrieve a golpeou na cabeça.

“Nyah!” Angeline se agachou, segurando a cabeça.

Belgrieve abriu e fechou as mãos, que estavam dormentes e tremiam um pouco, então respirou fundo. Embora não tivesse sido de fato uma partida séria, ficou surpreso por ter conseguido vencer.

“Bem, eu estarei...”

“Urgh...” Angeline pulou em seu peito com os olhos marejados. “Você me bateu pra valer de novo...”

“Sinto muito, sinto muito, foi minha culpa...” Belgrieve deu um tapinha na cabeça com um sorriso irônico. Ela estufou as bochechas e olhou-o com os olhos arregalados.

Era evidente que Angeline ainda não conseguia lutar contra Belgrieve com toda a sua força. Estava inconscientemente se segurando contra o pai, o que significava que ainda poderia servir como a arma definitiva anti-Angeline.

Angeline levantou sua trança, que estava um tanto desgrenhada.

“Conserte para mim...”

“Oh, seu cabelo... Claro, me dê um segundo.”

Os dois entraram na casa. Ela se sentou em frente à lareira, de costas para ele. Belgrieve sentou-se atrás dela, endireitou seu cabelo e começou a torcê-lo em uma grande trança. A essa altura, o humor de Angeline havia se recuperado e estava cantarolando uma música enquanto balançava as pernas.

“Hmm, hmm... Hey, quer que eu faça uma trança no seu, pai?”

“Não, eu estou bem...”

“Hã? Ficaria tão bem em você... E combinaríamos. Que tal?”

“O pai não ficaria bem com uma trança... Meu cabelo não é tão bonito quanto o seu.”

Seu cabelo era sedoso ao toque, no entanto quando Belgrieve o ergueu, tinha um peso reconfortante. Ele quase não sabia nada sobre cabelos femininos, mas sabia, sem dúvida, que o de sua filha era lindo.

Angeline fez beicinho, porém deixou por isso mesmo, pois de repente pareceu perceber algo.

“Pai — durante nossa luta, você conseguiu sinergia com sua perna de pau.”

“Hmm?” seus olhos se arregalaram ao perceber que sua suposição estava certa. Ele não o fizera de maneira consciente, contudo seu pé direito, que com certeza não passava de uma haste de madeira, parecia um pé de verdade. Aquela sensação intensa que sentiu quando bloqueou a espada de Angeline não foi diferente do choque de suas lâminas.

Angeline se recostou até olhar para Belgrieve de cabeça para baixo.

“Vovô Graham... Veja, me disse que você é bom em lidar com mana...”

“Haha, disse é?”

“Acho que... Como tem usado essa prótese por tanto tempo, desenvolveu uma alta sinergia com coisas fora do seu corpo.”

“Isso... Pode ser verdade.”

Como tenho me movido assim com uma perna de pau? Belgrieve sempre abrigou essa incerteza no canto de sua mente. Mesmo que tivesse trabalhado tão diligentemente em sua reabilitação, e mesmo depois de seu duro treinamento, ainda era apenas uma estaca. Não tinha tornozelo ou dedos naquele apêndice — sem dúvida, deveria ter sido impossível reproduzir os movimentos mais sutis de um corpo humano com um ‘pé’ como aquele.

No entanto, se essa ‘sinergia’ permitia que estendesse seus sentidos através de sua espada, isso parecia responder ao mistério. Angeline tinha percebido também. Resumindo, assim que sinergizou com a espada, seu membro protético ressoou com a mana de seu corpo e recuperou algum sentido como se fosse real.

Embora tivesse sido realizado de forma inconsciente, Belgrieve, por meio de seu treinamento tenaz, desenvolveu essa sinergia — e talvez isso explicasse em grande parte como conseguiu compreender os ensinamentos de Graham sobre manipulação de mana.

É um pouco irônico, pensou com amargura enquanto amarrava uma fita na ponta da trança de Angeline.

“Tudo bem, acabou.”

“Hmm...” Angeline delicadamente pegou sua trança e acariciou-a, com uma clara satisfação.

“Hehe... Agora, vire para lá!”

“Hã? Para que?”

Belgrieve se virou como ela mandou e podia sentir seu cabelo preso se soltando. Os dedos finos de Angeline penteavam, separavam e dobravam seus cabelos ruivos. Por um tempo, apenas amarrou em vez de penteá-lo, e era mais do que longo o suficiente para uma trança.

Belgrieve deu uma risada perturbada.

“Eu te disse que não vai ficar bom em mim...”

“Não se preocupe com isso!”

Angeline cantarolava enquanto trançava, e Belgrieve por fim a deixou fazer o que quisesse. Não sou páreo para minha filha, pensou.


Charlotte focou seu olhar em um ponto um pouco à sua frente e, movendo suas pequenas mãos, acendeu um fogo para onde estava olhando. Os rapazes e moças que assistiam explodiram em vivas, o que interrompeu sua concentração. A garota respirou fundo quando o poder a deixou, e a chama foi apagada.

Kasim gargalhou, puxando a barba.

“Nada mal, melhorou bastante!”

“Melhorei?” Charlotte, por exemplo, não parecia pensar assim. Ela abriu e fechou a mão. “Eu meditei tanto, me concentrei tanto... Mas ainda só consigo produzir uma pequena chama.”

Vendo seu rosto insatisfeito, Kasim deu um tapinha na cabeça dela.

“Não precisa ficar de mau humor, estou lhe dizendo. Você tem muita mana nesse seu pequeno corpo. O importante é controlá-la bem. Um passo em falso e pode acabar explodindo uma casa inteira.”

“É assim que funciona...? O Anel de Samigina estava intacto, não importa quanta mana colocasse nele...”

“Oh, aquele cristal demoníaco? Essas coisas podem funcionar, desde que adicione um pouco de mana e entoe as palavras certas. Antes de tentar algo assim de novo, deixe-me dizer que se você der tudo de si em um item mágico normal, é bem provável que quebre. A razão pela qual aquele anel tentou devorá-la é provavelmente porque colocou muita mana nele.”

As lembranças de quando o cristal inchou e se enrolou em seu braço fizeram Charlotte tremer. Sua raiva e loucura nublaram sua visão, obrigando-a a colocar tudo o que tinha no ringue. Pensando agora, reconheceu que poderia ter investido mana suficiente para causar um mau funcionamento.

Colocando o chapéu de volta na cabeça, Kasim disse.

“Bom, comigo e com o velho Graham te ensinando não precisa se preocupar com nada.”

“Sim... Obrigado, tio.” Charlotte sorriu timidamente, segurando a aba do chapéu de palha na cabeça com as duas mãos.

Miriam, que estava olhando de lado, tinha uma expressão divertida no rosto.

“Char é incrível. Se aprender a controlar a mana adequadamente, poderá até ser capaz de usar grandes magias.”

“Claro que vai conseguir. Porém, por enquanto, não há necessidade de apressá-la.” disse Kasim.

“Hmm, preciso ter certeza de não vão me deixar comendo poeira.” Miriam murmurou, olhando para a ponta dos dedos.

Ao mesmo tempo, Byaku estava mais longe, de frente para Graham. Uma violenta tempestade soprava ao redor deles, e o solo foi escavado em vários lugares. Byaku girou seus círculos mágicos transparentes em torno de si em um ritmo assustador. Contudo, Graham nem sequer começou a suar enquanto movia seu corpo apenas o necessário para evitar cada golpe.

Byaku estremeceu de dor. As pontas de seu cabelo branco ficaram pretas.

“Vamos parar por aqui.” Graham levantou a mão.

Os ventos cessaram em seguida. Os círculos desapareceram. E Byaku caiu de joelhos, seus ombros subindo e descendo a cada respiração. Seu cabelo imediatamente voltou ao branco.

“Droga...”

“Nada mal. Você está aguentando muito mais tempo.” embora Graham não tenha sorrido nem um pouco, ele gentilmente e com tato deu um tapinha no ombro do menino. Mit saiu do grupo de crianças que estava assistindo, puxando a manga de Byaku.

“Bucky...”

“S-Sim...” Byaku franziu a testa e se atrapalhou com suas palavras. Byaku não era muito bom em lidar com Mit. Não era o próprio Mit, mas o fato de a criança ser um demônio que o fez se atrapalhar e, por esse motivo, Byaku não pôde deixar de desconfiar do garoto. Mit, no entanto, gostou bastante de Byaku, e Byaku estava quebrando a cabeça sobre o que fazer a respeito.

Anessa, que praticava tiro com arco fora da vila, voltou com seus alunos.

“Oh.” Miriam acenou com a mão para o grupo. “Bem vinda de volta. Como eles estão?”

“Nada mal. Alguns já fazem sua parte na caça, e o Sr. Bell os ensinou o básico de como se movimentar. Sendo sincera, não há muito o que os ensinar.”

“Hehehe, os métodos de ensino do Ogro Vermelho fazem maravilhas. Turnera é um lugar assustador.”

“Você pode dizer isso de novo?” Anessa riu, inclinando seu arco contra o ombro. Os jovens que treinavam com ela pareciam felizes com o elogio, e alguns coçavam a cabeça timidamente.

Atrás do grupo, uma carroça chacoalhava pela estrada — um mascate, ao que parecia. As crianças correram animadas até lá, e o mascate que conduzia o cavalo pareceu ter uma agradável surpresa.

“Vamos, vamos, me dê um momento. Terei meus produtos em exibição logo, logo.”

A lona foi montada em um canto da praça. Três jovens aventureiros, contratados como guardas, o ajudaram a montar.

“Oh, um mascate. O que tem pra nós hoje, meu bom?” Kasim disse enquanto se aproximava.

O mascate acenou jovialmente para ele.

“Tenho muitos peixes marinhos. Não pode encontrá-los por aqui, certo?”

“Bem, acho que não. Porém está tudo bem? Não parece que tem um refrigerador mágico com você.”

“É por isso que cru não é o caminho a percorrer. Eles vêm salgados ou secos.”

O mascate abriu uma caixa de madeira e uma jarra lacrada, mostrando o que havia dentro de cada uma. Um cheiro fraco e desagradável enchia o ar. A caixa continha peixe seco que havia sido cortado nas costas, enquanto o pote de sal continha coisas irreconhecíveis do tamanho da palma da mão.

Kasim fez uma careta ao sentir o cheiro.

“Eles fedem muito. Tem certeza de que não estão podres?”

“O que está dizendo? Estes são ovos de peixe salgados. Prove se quiser, por conta da casa.”

“Hmm, o que fazer...” Kasim coçou a cabeça e, depois de refletir por um momento, desistiu com um encolher de ombros. “Acho melhor não. Vamos deixar essas coisas para o Bell.”

“Eles são gostosos, sabe. Não será minha culpa se estiverem esgotados quando voltar.” O mascate riu com malícia enquanto levava uma buzina à boca e soprou. Este foi o sinal para a vila de que um mascate havia chegado.

As crianças correram para os vários brinquedos que haviam sido colocados na lona, e os aventureiros apressadamente os seguraram. Os rapazes e moças que praticavam começaram a procurar para ver o que ele havia trazido.

“Char, você não sabe uma coisa ou duas sobre peixes?”

“Sim. Hey, senhor, estes são de Elvgren?”

“Sim, isso mesmo.” confirmou o mascate.

“Hmm... Os sacos de ovos salgados devem ser bons.”

“Vejo que tem bons olhos mocinha!”

Kasim ficou ao lado de Graham, observando o estande movimentado com um olhar distante. Byaku parecia bastante incomodado quando Mit o arrastou para ver as mercadorias, embora não oferecesse resistência.

“Eles ficam assim só por um mascate... Acho que não há emoção por aqui.”

“Hmm...” Graham mudou seu peso de um pé para o outro e cruzou os braços.

“Kasim.”

“Sim?”

“Como Mit parece para você?”

“Parece um bom garoto. Contudo, sabe... Estou preocupado que uma enorme massa de mana como essa possa atrair algo estranho.”

“Entendo...”

“Está preocupado, vovô?”

“Naturalmente... Se Mit fosse uma massa de mana pura, eu não ficaria tão preocupado. Todavia mesmo agora, seu corpo continua a produzi-lo, e está fluindo através dele. Se for liberado por qualquer motivo, toda essa área pode se transformar em uma masmorra.”

“Hmm... O que fazer...? Se ao menos houvesse uma boa maneira de usar um pouco disso.”

“Pensei em ensiná-lo a controlar seus poderes... Entretanto, embora seu corpo tenha crescido, segue sendo uma criança por dentro.”

“Haha, então é muito difícil de ensiná-lo no momento. Estamos de mãos atadas.” Kasim mexeu no chapéu.

“De qualquer forma.” Graham continuou, fechando os olhos. “Não acho que nenhum método adequado funcione. É certo que precisaremos de sua força. Posso contar com você quando chegar a hora?”

“Precisa mesmo perguntar? Também não serei apenas eu. Há Bell e Ange, e todos os outros que também ajudarão. Não assuma tudo sozinho, vovô. Foi isso que me deixou muito mal.” Kasim riu e Graham respondeu com um leve sorriso.

“Oh, falando do diabo.”

Belgrieve e Angeline chegaram da estrada. Os dois vieram depois de ouvir a buzina do mascate.

“Oh, é mesmo um mascate. Vamos esperar que eles tenham algo que possamos usar para o jantar.”

“Sinto cheiro de peixe.” comentou Angeline, farejando o cheiro no ar.

Assim que Belgrieve se aproximou, Kasim caiu na gargalhada.

“Ahahahaha! Ora, Bell, você ficou tão fofo desde a última vez que te vi!”

“Hmm, oh, não, bem...” Belgrieve levantou desajeitadamente o cabelo trançado. Tinha até uma fita no final.

Angeline tinha um sorriso de auto satisfação estampado em seu rosto.

“Nós combinamos. Que tal?”

“Vocês dois parecem ótimos. Como ervilhas em uma vagem.”

“Que tal eu te arrumar um também?”

Era raro ver Belgrieve tão mal-humorado, e isso apenas encorajou Kasim ainda mais. Ele estava rindo tanto que estava segurando seu estômago. Isso chamou a atenção e encheu a praça de um vigor diferente.

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