quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

I Was Caught up in a Hero Summoning, but That World Is at Peace — Capítulo 48

Capítulo 48: Não consigo sentir o gosto de jeito nenhum


Terminamos de almoçar, nós dois nos levantamos de nossos assentos e fomos pagar a conta.



As barracas de comida são basicamente lugares onde você paga em troca de mercadorias e, na verdade, esta loja parece ser um lugar onde se costuma pagar com antecipação.



No entanto, parece que a confiança da tia lojista em Kuro é alta, como Kuro é sua cliente regular, está tudo bem para ela, mesmo que pague mais tarde.



“Obrigado pela comida! Estava delicioso.”



“Ah, Kuro. Aqui está o dinheiro.”



“Eh? Tudo bem. Fui eu quem te convidou, então vou pagar!”



“Não, como esperado, isso é...”



Quando caminhamos em direção à tia para pagar a conta, chamei Kuro que estava tirando a carteira, mas ela apenas disse que era por sua conta.



Porém, ainda que este seja apenas um encontro para conversar e mesmo que ela seja mais velha que eu, ainda me sinto estranho por Kuro, que parece uma menina, pagar minha conta.



“Está tudo bem. Mesmo com essa aparência, sigo tendo uma quantia razoável de dinheiro.”



“Razoável, você diz, existe alguém neste mundo que tenha mais dinheiro que o Rei do Submundo?”



“Eh? Kuro é realmente tão rica?”



Ouvindo o que Kuro disse alegremente, a tia falou com outro sorriso irônico no rosto.



Kuro não costuma usar muitos acessórios e no geral só come doces de plebeus, então de fato não tive a impressão de que fosse rica... Do jeito que a tia está falando, parecer estar entre as melhores do mundo em termos de riqueza.



Acho que isso deveria ser esperado do Rei do Submundo? Não, contudo onde consegue sua renda como Rei do Submundo?



“Não sabia, meu jovem? O Rei do Submundo é o ‘Criador de Ferramentas Mágicas’. É óbvio que receberia uma quantia exorbitante de dinheiro por seus trabalhos.”



“Ahh.”



Ao ouvir o que a tia disse, comecei a entender.



A Companhia de Ferramentas Mágicas Seditch, que tem a maior participação de mercado do mundo quando se trata de ferramentas mágicas... O presidente está subordinado a Sechs-san, e Sechs-san é da família de Kuro. E se pensar a respeito com atenção, Sechs-san pode ter dito que o presidente daquela empresa é seu subordinado, todavia nunca disse que a Companhia de Ferramentas Mágicas Seditch era sua própria empresa.



Resumindo, Kuro foi quem criou a Companhia de Ferramentas Mágicas Seditch, hein... Em outras palavras, Kuro está em uma posição semelhante à de Presidente Honorário da maior empresa do mundo. Com uma posição como essa, é óbvio que teria dinheiro...



“...”



“Kaito-kun?”



“Kuro, você se importa que eu pague por isso, afinal?”



“Eh? Por quê?”



Entendo que Kuro é rica e posso entender o motivo pelo qual insiste em pagar.



No entanto, como homem, também tenho meu pequeno orgulho, então queria pelo menos pagar pela nossa refeição.



Concedido, o dinheiro que tenho no momento me foi dado por Lilia-san e não o ganhei sozinho, então na verdade não acho que seja algo que eu possa me gabar...



Ao ouvir o que falei, Kuro inclinou a cabeça maravilhada. Era bastante incomum, já que ela costuma parecer saber tudo o que estou pensando... Em primeiro lugar, era ela quem queria fazer a troca padrão, e seu conhecimento sobre as coisas estaria quase sempre incompleto, então pode ser que apenas não esteja familiarizada com esse tipo de relacionamento.



“Rei do Submundo-sama. Não seria rude perguntar-lhe o motivo disso?”



“Eh? Sério?”



“Sim, isso mesmo, existem algumas coisas que os homens não podem abrir mão. Não é verdade, meu jovem?”



“Ugghhh... Sim.”



Parece que a tia percebeu minha vaidade mesquinha, me dando uma mão com um sorriso entretido no rosto, enquanto Kuro ficava cada vez mais curiosa enquanto inclinava a cabeça.



“Bom, nesse caso, com as duas refeições combinadas, serão 12R... Mas como o jovem está mostrando seu cavalheirismo, vou reduzir para 10R.”



“Muito obrigado. Pois bem, iremos embora.”



“Sim, de fato. Obrigado. Volte quando quiser comer de novo.”



O preço era de cerca de 600 ienes por peça, o que é bastante razoável considerando o seu volume. Também tinha um gosto bom e com certeza voltarei para mais.



Porém, sinto que essa tia pode tirar sarro de mim por causa desse acontecimento, então estou um pouco ansioso para voltar...



Depois de pagar, saí da loja puxando a mão de Kuro, que ainda me olhava maravilhada.



“Então, para onde vamos a seguir?”



“É verdade! Acabamos de almoçar, então vamos dar uma olhada por enquanto. Ah, acho que deveríamos pegar algo para beber.”



Eu perguntei a Kuro enquanto descíamos a rua cheia de barracas, e Kuro respondeu com um sorriso brilhante no rosto.



Balancei a cabeça em resposta às palavras de Kuro, dando um tapinha no meu peito de alívio, pois parece que por enquanto ela não prosseguiria com o assunto conforme aconselhado pela tia lojista.



Parece que também tinha algumas lojas recomendadas para bebidas, então Kuro puxou minha mão e me levou para uma barraca... Para uma loja que de alguma forma parece uma pequena mercearia.



“Olá! Você tem algumas frutas seladas?”



“Oya? Rei do Submundo-sama, bem-vinda. Fruta selada, certo? Sim, há uma boa aqui.”



O homem que parece ser o lojista sorriu para Kuro e disse algumas palavras em resposta. Parece que ela é uma visitante regular desta área.



Ouvindo o pedido de Kuro, o proprietário tira um objeto esférico preto com cerca de 30 cm de diâmetro.



É essa a fruta selada? Parece uma bola de ferro...



“E o buraco?”



“Eu mesmo abrirei. Vou apenas colocar dois canudos nele.”



“Tudo bem.”



Eu teria pago de novo se pudesse, mas Kuro se recusou a recuar desta vez, dizendo “Desta vez é por minha conta.”, então deixei para ela.



Kuro recebe a misteriosa esfera negra, os dois canudos do lojista e lhe paga o dinheiro.



Porém ainda assim... Parece que também há canudos neste mundo, hein. Imagino do que eles são feitos. Não creio que seja feito de plástico, contudo pela cor, seria madeira? Ou talvez seja feito com algum tipo de grama? Também pode ser algo repassado por aqueles que ocupavam o papel de Herói em outra época.



“A propósito, Kuro, o que diabos é isso?”



“Chama-se Fruta Selada, e selado dentro de sua casca há muito suco de fruta. A casca que cobre é dura, então tem que fazer um buraco para beber o conteúdo.”



Em suma, é parecido com os cocos? Certamente se parece com um agora que me falou sobre... Deixando de lado o fato de que é toda preta...



“Aliás, acho que a casca é tão resistente quanto o aço. Ouvi dizer que às vezes eram usadas para fazer armaduras.”



“E como vai fazer um buraco em uma fruta com casca tão dura quanto aço?”



Correção, não é algo parecido com cocos... Era completamente diferente de um coco.



Tive que tocá-lo um pouco e sem dúvida parece bastante duro.



No entanto, se for tão resistente quanto o aço, sério, como pode fazer um buraco nele? Não seria impossível a menos que tivesse uma furadeira ou algo do tipo?



“Eh? Posso só fazer assim.”



“O que?”



Em resposta às minhas dúvidas, Kuro apenas apontou indiferentemente para a casca da fruta selada com o dedo e, sem qualquer dificuldade, fez um buraco nela como se fosse algo fácil de fazer.



Espere um segundo aí, deixe-me ver se entendi.



A fruta selada é uma fruta parecida com um coco, cheia de suco por dentro, e sua casca é tão dura quanto o aço, que serve até para fazer armaduras.



E agora, Kuro fez um buraco nela com o dedo com toda facilidade do mundo... O que significa que Kuro pode perfurar aço apenas com o dedo? Caramba, isso é assustador.



“Pare, vamos deixar isso de lado por enquanto. Kuro, sabe... Você só perfurou um buraco, mas por que há dois canudos nele?”



“Eh? Quer dizer, quando se está bebendo, as duas pessoas têm que beber no mesmo copo, certo?”



“...”



Aaahhhhhhhhhh, meeeeeerda! Eu devia ter notado antes.



Kuro não apenas adquiriu um conhecimento unilateral sobre o meu mundo, como também não tem muito conhecimento sobre casos amorosos.



E é por esse motivo que acabamos nesta situação. Dois canudos para um drink, igual aos que os casais fazem.



“Vamos, Kaito-kun. Beba comigo!”



“...”



Não, não, por favor, espere um segundo aí. Tenho algo muito importante para lhe contar.



Não estamos num café, nem dentro de uma loja. É início da tarde e estamos no meio de uma rua movimentada.



Eh? Sério, aqui mesmo? Quer que eu beba isso junto com você, aqui mesmo? Não parece um jogo de penalidade? Não, não, eu seriamente morreria de vergonha se o fizesse!



“Não, bem...”



“Kaito-kun, beber junto comigo... Você não gosta?”



“Vou beber. Sim.”



De alguma forma, tentei fugir daquela situação embaraçosa, entretanto cedi logo depois quando vi os olhos de Kuro me encarando com uma expressão desamparada no rosto.



Não havia nenhum lugar... Para eu escapar!



Abaixando os ombros e engolindo a saliva que se acumulava na minha garganta... Passei os minutos seguintes reproduzindo a cena da minha humilhação, bebendo suco com Kuro bem no meio da rua.



Querida mãe, pai — ouvi dizer que o suco da fruta selada é muito saboroso, mas nestas circunstâncias — não consigo sentir o gosto de jeito nenhum.



Notas do Autor:
Ninguém escapa do Rei do Submundo.

***

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