Capítulo 117: Não está tudo bem se Chronois-san for a protagonista agora?
Quando a turbulência do ataque passou, os transeuntes começaram a aparecer nas ruas onde ninguém deveria estar, e não só isso, os prédios que deveriam ter sido destruídos foram restaurados antes que pudesse me dar conta.
De acordo com Sieg-san, é uma poderosa Barreira Mágica que, quando removida, retorna as propriedades ao estado em que estavam antes da Magia ser usada, apagando os danos causados.
E enquanto Sieg-san sugere que voltemos para a mansão para resolver a situação, Alice apenas diz “Então, estou indo para casa. Bom trabalho, pessoal!” enquanto saía, e depois que nos separamos de Alice, retornamos para a mansão de Lilia-san.
Quando chegamos a mansão, Lilia-san estava parada na frente da porta com uma expressão preocupada no rosto, pois parecia que Sieg-san havia enviado um beija-flor de antemão.
“Kaito-san! Você está bem? Algum ferimento? Onde dói?”
“Hã, ah, não...”
“Calma Lili, ele não pode responder se você estiver tão nervosa.”
“Ah, sim. Sinto muito... É como Sieg... Disse... Eh?”
Lilia-san, que de repente chegou muito perto de mim com grande vigor, confirmou nervosamente minha segurança, antes de ser parada por Sieg-san, que tinha um sorriso irônico no rosto.
Então, depois que Lilia-san se recompôs e se desculpou... Seus olhos se arregalaram e ela se virou para Sieg-san.
“De qualquer forma, agora estamos verificando a situação. Dependendo da situação, podemos precisar pedir ajuda ao palácio real.”
“...”
“Lili? Está me ouvindo?”
“Eh, ah, sim... Hmmm, errr... Sieg, sua voz...”
“Eh? Ahh, eu não mencionei isso, hein. Acabei comendo o Fruto da Árvore do Mundo.”
“Auuu...”
Aparentemente, por ter dado prioridade a contar sobre o ataque, Sieg-san esqueceu de mencionar que sua voz havia retornado, então contou à surpresa Lilia-san que havia comido o Fruto da Árvore do Mundo.
Ao ouvir suas palavras, Lilia-san tinha lágrimas nos olhos, como se estivesse tomada pela emoção, e pulou em Sieg-san.
“Sieg!”
“Eh? Espera, Lili?”
“Isso é ótimo... Que sua voz tenha voltado... É realmente... Ótimo...”
“Lili. Desculpe por ter feito você se preocupar com muitas coisas.”
“Está tudo bem... Comparado com Kaito-san...”
“...”
Ao ouvir a voz de sua melhor amiga, pela qual esperava há tantos anos retornar, Lilia-san derramou lágrimas... E é uma visão muito bonita. No entanto, por que você de repente falou mal de mim como se fosse óbvio?
Embora quisesse refutá-la ali, devido às coisas que ocorreram no passado... Optei por não dizer nada.
Depois disso, Lunamaria-san também saiu da mansão, juntando-se à cena e ficando feliz que a voz de Sieg-san retornou.
No momento em que a atmosfera ligeiramente tensa de antes alivia e a se torna um pouco calma...
“Mestre?”
“Eh? O quê?”
Quando ouvi o grito de Anima, me virei e vi um enorme pilar de fogo subindo ao redor do portão da frente, tão grande que perfurava os céus.
E de dentro daquele pilar de fogo do inferno... Aquilo apareceu.
“Vou me intrometer.”
Aquilo apareceu com o som de passos gigantes, tendo um corpo musculoso coberto de pelos corporais flamejantes e semelhantes a chamas. Ele tem um rosto de cabra com enormes chifres retorcidos e uma aparência verdadeiramente demoníaca...
Era maior do que qualquer criatura que já vi, com um corpo que devia ter mais de 10 metros de altura. Um autêntico monstro apareceu.
“Re-Rei da Guerra-sama?”
“?”
E-Então, é ele... Um dos Seis Reis, o rei feroz que ama lutar... O Rei da Guerra, Megiddo Argetes Borgnes!
Q-Que quantidade extraordinária de poder mágico ele tem... É tão grande que poderia nos explodir só de estar aqui.
E isso não é tudo, combinado com as emoções beligerantes sentidas pela minha Magia de Simpatia, me faz sentir como se estivesse queimando meu corpo.
Atrás do Rei da Guerra estão vários Demônios que pareciam ser seus subordinados, incluindo os ‘três’ Demônios que encontramos há pouco tempo... Entretanto, não importa como eu veja, sua aparição não foi cedo demais? Além do mais, Bacchus está junto?
E então, o Rei da Guerra vem devagar em nossa direção com seus passos enormes e para na nossa frente.
De perto, seu físico parece tremendamente enorme, e a intimidação de seu olhar enquanto parecia me encarar não está sendo suprimida de forma alguma.
“Você é Miyama Kaito, certo?”
“S-Sim.”
“Por que recusou meu convite... Estive esperando por você e pronto para recebê-lo em nosso lugar.”
“?”
Assustador... Bem, claro, ele é muito assustador.
Não consigo parar de tremer só de estar diante das presas afiadas em sua boca que poderiam engolir meu corpo inteiro em uma única mordida.
Não sei se está bravo por eu não ter respondido ao seu convite, mas parecia estar me encarando... Ainda assim, cerrei os dentes e olhei direto nos olhos do Rei da Guerra e respondi.
Pode ser uma escolha inteligente pedir desculpas aqui, porém... Infelizmente, não posso fazê-lo.
“S-Seus subordinados nos atacaram de surpresa... Está me pedindo para aceitar o convite de alguém que feriu Sieg-san, uma ‘pessoa importante para mim’ e sempre me ajudou... Não tem como eu aceitar.”
Pra ser sincero, essa raiva ainda não passou.
Sieg-san foi ferido por Eta. Mesmo que essa ferida tenha sido curada pelo Fruto da Árvore do Mundo, não conseguiria aceitar o convite de tal pessoa, nem gostaria de ser amigo de alguém assim.
Mesmo que fosse morto aqui e agora, não poderia abaixar minha cabeça para alguém desse tipo.
“?”
“Oi, Sieg. Por favor, considere a situação. Pare de parecer feliz aí.”
“S-Sinto muito. Foi sem querer...”
Quando ouviu minha resposta enquanto tremia, a expressão do Rei da Guerra ficou ainda mais irritada... Antes de ele se afastar de mim.
“Eh?”
“Haaahhh? Ataque surpresa? O que isso significa? Bacchus!”
“Posso dar minha explicação?”
“Ou me diz agora, ou eu te mato!”
Surpreendentemente, em vez de direcionar sua raiva para mim, o Rei da Guerra se virou para a múmia atrás de suas costas... Ah, esse é o Bacchus, hein... O único golpe de Ein-san foi tremendo pelo visto.
E então, Bacchus continua explicando em detalhes o que aconteceu antes para o Rei da Guerra.
E depois que terminou de falar por um tempo, Bacchus se curva profundamente para o Rei da Guerra.
“Isso é tudo.”
“Entendo, bem, duvido que vá fazer algo que possa incorrer na minha raiva... O problema são esses caras, hein...”
““?””
Depois de ouvir a explicação de Bacchus, o Rei da Guerra olha para Eta e Theta, que se contorcem em resposta.
Então, o Rei da Guerra agarrou os dois corpos juntos com uma mão e os levantou com facilidade.
“Uwaaaahhhh!”
“Gaaaaaahhhhh!”
Não sei se estão presas com muita força, Eta e Theta soltaram gritos lamentosos, porém sem mostrar sinais de afrouxar o aperto, o Rei da Guerra solta seu grito de raiva.
“Suas bastardas... Vocês devem estar brincando comigo! Eu falei para o levarem até mim! Nunca disse para atacarem ninguém de surpresa! Vocês me ouviram?”
“Aaggghhh, mi-minhas desculpas...”
A cor do pelo que cobria o corpo do Rei da Guerra mudou de vermelho para preto... E parecia que havia se transformado em uma encarnação de uma chama negra ardente.
“Quando forem lutar, porra... Vocês têm que começar se apresentando e então, preparam suas posições! E agora, está me dizendo que agiu como lixo e os atacou de surpresa... Está tentando me envergonhar?”
Essa é provavelmente a estética da luta do Rei da Guerra.
Não pegá-los com ataques de surpresa e lutar de forma justa e honesta... Eta e Theta quebraram tudo e, como resultado, elas incorreram na sua ira.
Um barulho ensurdecedor soou e, depois de um tempo, Eta e Theta ficaram moles e imóveis.
Os pelos pretos do corpo do Rei da Guerra voltam a ficar vermelhos de novo antes de se virar para mim.
“Miyama Kaito... Acho que vou chamá-lo de Kaito. Sinto muito.”
“Eh?”
“Nossas idiotas fizeram coisas imbecis. Ataques de surpresa certamente são um ato desses lixos inferiores... Você tem todo o direito de recusar meu convite!”
“Ah, não...”
“Não vou questionar o fato de ter recusado meu convite. E, aqui, pelo menos minhas desculpas... Vou deixar que lide com as duas.”
“O quê?”
Depois de me dizer isso, o Rei da Guerra joga Eta e Theta na minha frente.
Pensei que elas estavam mortas, contudo os dois corpos seguiam respirando e pareciam estar vivas.
Em seguida, o Rei da Guerra tirou uma espada de lâmina vermelha do nada e a cravou no chão na minha frente.
“Aqui, pode usar isso... Se for com essa espada, até um humano poderia facilmente cortar suas cabeças.”
“?”
As palavras do Rei da Guerra me fizeram congelar.
O que o Rei da Guerra está tentando dizer... É que devo matar essas duas com minhas próprias mãos...
O que devo fazer? Estou na verdade bravo com Eta e Theta por machucarem Sieg-san, no entanto não estou bravo a ponto de querer matá-las.
Entretanto, o silêncio do Rei da Guerra me diz... Que não me permitirá recusar...
Agarrei a empunhadura da espada presa na minha frente e depois que a puxei lentamente... Joguei-a de volta na frente do Rei da Guerra.
“O que você quer dizer com isso?”
“Não vou matá-las.”
“Eh? Eu disse para matá-las, não disse?”
“Você acabou de me dizer que me deixaria lidar com elas... Nesse caso, minha decisão sobre como lidar com ambas é que as perdoarei e não as matarei.”
Tremendo enquanto o Rei da Guerra falava com raiva crescente outra vez, apenas respondi dizendo que é uma decisão da qual não posso desistir.
“Está me dizendo que se quiser matá-las, terei de matá-lo primeiro?”
“Sim!”
“...”
A outra parte é um dos Seis Reis... Não preciso usar minha Magia de Simpatia para saber que não está blefando quando mencionou matar.
Mesmo assim, não posso matar ninguém... Me chame de ingênuo, me chame de estúpido, mas não posso fazer o que não posso fazer.
“Ku-Ha-Hahahaha! Ahahaha!”
“Eh?”
“Eu certamente não disse! Foi isso mesmo que falei! Só disse que deveria lidar com elas! Hahaha, com certeza não disse para matá-las!”
Porém, o Rei da Guerra não balançou sua garra contra mim, na verdade começou a rir de uma maneira entretida por algum motivo.
E então, após rir por um tempo, o Rei da Guerra soltou um sorriso feroz que me deu arrepios.
“Você é... Forte...”
“Eh? N-Não, eu não sou...”
“Não estou falando sobre sua força física, estou dizendo que tem espírito! Não é bom? Não há muitas pessoas que ousam dizer essas palavras bem na minha frente! Gostei de você!”
“Hein?”
“Ei, Kaito... ‘Vamos lutar’!”
“O quê?”
Com um sorriso diabólico no rosto, o Rei da Guerra fala em um tom alegre... Que quer lutar comigo...
“Gostei de você! Sendo assim, temos que lutar! Os seres vivos só podem se entender em batalha!”
O poder mágico se enfurece ao nosso redor como ventos escaldantes, soprando como uma tempestade tremenda.
O que diabos é essa teoria típica de um cérebro de músculos? Como esperado, este não é um cara com quem podemos conversar, hein?
Ou melhor, não há como eu vencê-lo. Mesmo agora, apenas a presença do seu poder mágico está prestes a me explodir, então não há como conseguir sequer lhe fazer um único arranhão.
Entretanto, parece que na mente do Rei da Guerra já está decidido que vamos lutar, pois ele começou a se aproximar parecendo muito feliz.
No meio daquela situação, que pode ser considerada mais desesperadora do que nunca, quatro silenciosas sombras saíram na minha frente.
“Ahh?”
“Me-Mesmo se você for o Rei da Guerra-sama... E-Eu não vou permitir que machuque Kaito-san!”
“Eu concordo com Lili. Há momentos em que, ainda sabendo que não podemos nem sequer nos opor a você, ainda temos que dar um passo a frente.”
“É meu dever proteger o mestre, e não vou fugir nem contra oponentes que não posso derrotar!”
“Meu Deus, como minha vida foi curta. Bem, acho que é o destino.”
“Lilia-san, Sieg-san, Anima, Lunamaria-san…”
As quatro rapidamente ficaram na minha frente, suas pernas tremendo enquanto cada uma segurava sua arma, prontas para enfrentar o Rei da Guerra.
“Hooohhh... Interessante! Vocês vão me enfrentar, hã... Isso é bom, não, é muito melhor!”
““““?””””
Quando o Rei da Guerra gritou de bom humor, seus músculos, que já eram tremendos, se expandiram e seu corpo ficou mais volumoso.
Nós não podemos vencer de jeito nenhum... Percebendo uma pressão tão desesperadora e imensa sobre nós, o Rei da Guerra aos poucos ergue seu punho.
No entanto, esse punho nunca desceu em direção a Lilia-san e as outras...
“Abaixe seu punho, Rei da Guerra. Tentar machucá-los é o mesmo que tentar me atacar.”
“Ahh? O que diabos você está fazendo aqui... ‘Chronois’?”
Suas palavras calmas ecoando no silêncio, Chronois-san calmamente se aproximou de nós enquanto vestia seu poder mágico.
“Você deveria saber... Lilia ali é quem recebeu minha benção, então tenho o dever de protegê-la.”
Chronois-san caminhou devagar enquanto anunciava, encarando o Rei da Guerra com Lilia-san atrás de suas costas como se para protegê-la.
“Desculpe, acabei demorando em detectar sua situação aqui, então cheguei tarde. Deve ter sido assustador, certo? Contudo não precisa ficar ansiosa, Lilia. Enquanto eu estiver aqui, não vou deixar que sofra nem um arranhão.”
“C-Chronois-sama...”
C-Chronois-san, você não está sendo muito legal agora? Esse discurso, suas ações, o momento de sua aparição, tudo grita ikemen, sabia?
É realmente uma pena que ela seja uma mulher...
Querida mãe, pai — bem quando pensei que o ataque tinha acabado, o Rei da Guerra invadiu antes que pudéssemos respirar de alívio. E na situação que poderia ser descrita como desesperadora, Chronois-san apareceu para o resgate. Como devo dizer — não está tudo bem se Chronois-san for a protagonista agora?
Notas do Autor:
Jogando fora seu trabalho, ela correu para proteger Lilia.
Além disso, o Rei da Guerra disse que queria lutar (competir), não aquele tipo de luta em que eles se atacariam... Sua intenção é só competir com Kaito na bebida.
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