Capítulo 154: Sua Majestade, o Rei, veio me visitar
Depois de conversar um pouco com Orchid-san, Lilia-san parece ter enfim convencido os três, enquanto Dahlia-san se vira para mim e abaixa a cabeça.
“Desculpe-me. Não conheço o senso comum do mundo em que Miyama-sama estava, e pensei que fosse igual ao nosso.”
“Ah, não.”
“Por favor, ame Lilia mesmo como sua ‘amante’.”
“Você ainda não entendeu nada, mãe!!!”
Quase escorreguei da cadeira quando ouvi as palavras que ela disse com o sorriso gentil ainda no rosto.
Em outras palavras, o motivo pelo qual Dahlia-san fez aquele comentário sobre ser minha segunda esposa antes foi porque pensou que meu mundo fosse similar a este, e com a minha idade, presumiu que eu já estivesse casado.
E sem falar em ser casado com alguém, sequer tive namoradas... Unnn, vamos parar por aqui. Só de pensar me deixa triste.
Naquele momento, Lotus-san, que não havia falado muito em comparação com Dahlia-san e Amalie-san, afaga a barba e fala comigo.
“Miyama-dono, pode ser rude da minha parte questionar, porém posso te perguntar uma coisa?”
“Hã? Ah, sim. Por mim, fique à vontade.”
“Bom, então, se me der licença... Miyama-dono não tem nenhum guarda o acompanhando hoje?”
“Um guarda, hein?”
Sua pergunta veio acompanhada com uma voz lenta, embora transbordando de poder, ao que assenti com a cabeça.
É certo que não trouxe minhas guardas comigo agora... Anima, Eta e Theta disseram que queriam me seguir, contudo não as trouxe porque não queria que a situação fosse tão exagerada.
“Sim, por exemplo... Isso não é realmente possível, no entanto para efeito de argumentação, digamos que Orchid de repente saca sua espada e ataca Miyama-dono.”
“Hã? Eu?”
“Nesse caso, Lilia obviamente pararia Orchid, entretanto...”
“Hã? Vou ter que lutar contra a Irmã Mais Velha Lilia? Parece um futuro onde vou morrer...”
Às palavras de Lotus-san, Orchid responde com suor frio escorrendo pela testa.
Ele nem quer imaginar lutar contra Lilia-san, hein... Bem, entendo muito bem esse sentimento.
“Todavia o que aconteceria se eu tivesse várias tropas à espreita na área, várias tropas que Lilia não pudesse lidar?”
“...”
“Miyama-dono, seu valor é muito maior do que pensa. Sei que não é da minha conta, mas não seria melhor ter alguns guardas por perto o tempo todo?”
“E-Entendo...”
Não me sentia assim, porém quando é um ex-rei quem me diz, sinto uma sensação de importância diferente.
Quanto a mim, não gosto de andar por aí cercado por muitos guardas, embora se me envolver em alguma coisa por causa disso, causarei problemas para Lilia-san, então acho que devo pensar a respeito.
Quando estava prestes a assentir em resposta, uma voz aguda soou na sala.
“Contudo não precisa disso. Afinal, estou aqui pelo Kaito-san. Não importa se são centenas ou milhares, eu só os faria se arrependerem de terem nascido!”
“?”
“Alice?”
Ao ouvir a repentina voz vinda do nada, Lotus-san ficou bastante surpreso.
Essa maneira peculiar de usar honoríficos é sem dúvida Alice... No entanto por que sua voz está tão diferente e aguda em comparação com o normal?
Como se para responder a essas perguntas, a visão no centro da sala se distorce e Alice aparece, com o rosto escondido atrás do manto negro coberto de correntes... Assumindo a forma do Rei Fantasmal.
“R-Rei Fantasmal-sama?”
“Sim, olá... Com eu protegendo Kaito-san, ele não precisará de mais ninguém ao seu lado.”
“Alice, quando você...”
“Hã? Estou aqui desde o começo? Além do mais, seria muito problemático se algo acontecesse com Kaito-san.”
Eu nem a notei... Acho que era de se esperar, já que ela ainda é um dos Seis Reis, os seres mais importantes do Reino Demoníaco.
Todos estão surpresos com sua aparição, entretanto por algum motivo os olhos de Lilia-san parecem os de um peixe morto, que diabos é essa expressão dela... Parece que já desistiu de todo tipo de coisa.
“O-O-O Rei Fantasmal-sama é o guarda de Mi-Mi-Miyama-sama?”
“Exato! Kaito-san é meu senhor a quem ofereci minha espada. O que também significa que apontar sua espada para Kaito-san... É o mesmo que desafiar a mim e minhas tropas para uma batalha!”
“Oh céus, por favor, me desculpe. Realmente foi desnecessário da minha parte, hein. Não esperava que o próprio Rei Fantasmal-sama fosse seu guarda...”
“Não, também é a primeira vez que estou ouvindo a respeito.”
Alice respondeu a Lotus-san, que fez uma profunda reverência com uma expressão de espanto no rosto, com um tom de voz leve, todavia... Também é a primeira vez que ouço que Alice é minha guarda.
“Do que você está falando, Kaito-san? Estou sempre te protegendo, ao ponto de já saber o ‘número de pintas no corpo do Kaito-san’... Gyyaaaahhh!”
“Você sabe o que significa privacidade?”
“Sei, é aquela coisa que desapareceu do Kaito-san assim que Shallow Vernal-sama se interessou por você, certo?”
“Estou me sentindo um pouco tonto.”
De fato, agora que mencionou, não é só a Alice... Shiro-san também está me observando neste momento.
Isso não significa que nunca tive privacidade?
(Devo me mostrar também?)
Por favor, não, vai causar muita confusão.
“Certo, então vou voltar. Se precisar de mim, me chame quando precisar! Ainda que não precise de mim, fique à vontade para me chamar para almoçar ou jantar!!!”
“Tudo que quer é só comer...”
“Quero um almoço extravagante... Ouch!”
Sério, Alice nunca muda, pois ela desaparece enquanto esfrega a parte da cabeça que acertei com meu punho.
Unnn, de alguma forma não reparei tanto, já que sua atitude é a mesma de sempre, mas ter um dos Seis Reis como meu guarda... Não é assustador?
“O-Ouvi os rumores, porém... K-Kaito-sama é uma pessoa incrível, não é?”
“Amalie, escute aqui... Kaito-san é um monstro. Bom senso não se aplica a ele. Se for Kaito-san quem fez algo, não tem jeito... Marque essas palavras e guarde-as na mente.”
“Espere, Lilia-san?”
“Irmã mais velha Lilia, você não parece muito bem...”
“Não... Estou bem, só preciso tomar um pouco do meu remédio para o estômago.”
Lilia-san responde a Amalie-san com uma expressão no rosto como se tivesse sido iluminada depois de sentir um pouco de dor.
Sua expressão parece exalar as dificuldades pelas quais passou até agora e, de alguma forma, senti muita pena.
“Kaito, você está passando por muita coisa, hein.”
“Obrigado, Orchid. É bom ouvir essas palavras.”
“Se precisar de algum conselho ou de alguém para reclamar, estarei sempre aqui.”
“Isso seria útil.”
Dando-me um tapinha no ombro e lançando-me um olhar compreensivo, fiquei grato pelas palavras de Orchid, contudo por causa da minha privacidade que simplesmente desapareceu... Não, sobre a minha privacidade que desapareceu antes que pudesse me dar contar, meus ombros caíram.
Depois de conversarmos um pouco mais calmamente e de jantarmos juntos, fomos para os quartos designados.
Senti que estava sendo tratado como um convidado de honra, já que o quarto que me foi designado era absurdo de grande e a cama era enorme, king-size.
Eu me sentia desconfortável porque seguia me sentindo indigno de tal tratamento. Até o quarto que tenho na mansão de Lilia-san parece grande demais, no entanto quando me deram um quarto ainda maior, não consegui me acalmar.
E enquanto estava um pouco ocupado, entediado no quarto, andando de um lado para o outro, ouvi uma batida na porta.
Quem poderia ser? É Lilia-san?
“Sim, está aberta.”
“Desculpe-me, por favor, perdoe minha grosseria por vir visitá-lo tão tarde da noite.”
“Sua Majestade, o Rei?”
Quem entrou no quarto foi inesperadamente Sua Majestade, o Rei, Ryze.
Ao ver Sua Majestade, o Rei, aparecer de repente sozinho, sem liderar um único cavaleiro de sua Guarda Real, fiquei estupefato e atordoado.
“Esperava ter uma conversa a sós com Miyama-dono. Você se importa se eu tomar um tempinho do seu tempo?”
“Hã? Ah, sim. Tudo bem.”
Acenei com nervosismo para Sua Majestade, o Rei, que falou comigo em tom educado.
Querida mãe, pai — tinha terminado de conversar com a família de Lilia-san e estava apenas relaxando no grande quarto que havia sido preparado para mim, mas, por algum motivo — sua Majestade, o Rei, veio me visitar de repente.
Notas do Autor:
Serious-senpai: “Enfim chegou a minha hora de brilhar?”
Sente-se aí!
Serious-senpai: “Tudo bem...”
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