Capítulo 42: Epílogo
“Acho que nós dois acabamos de mãos vazias.” disse Luke com um sorriso forçado. “Mas deixa eu te contar uma coisa, tá? Se a gente acabar brigando com vocês em algum lugar, algum dia, por algum tesouro, a gente não vai se segurar.”
“Anotado.”
“Bom... Cuidem-se.”
“Não façam nada para irritar a Mileena, ouviu?”
“E-Ei! Cale a boca!” o rosto de Luke ficou vermelho com o meu comentário, e ele rapidamente me deu as costas. “E-Enfim... Até mais! Vamos, Mileena!”
“Adeus.” ela me lançou um sorrisinho e começou a seguir Luke.
“Phew... Pelo menos as coisas se acalmaram um pouco.” disse Gourry, uma frase que era absolutamente estúpida em sua totalidade, mais ou menos na mesma hora em que o casal que se despedia já estava do tamanho de formigas aos nossos olhos.
“Hahh...” soltei um suspiro profundo. “Me conta, Gourry. Como, sendo bem exato, as coisas ‘se acalmaram um pouco’?”
“Hã?” Gourry olhou para longe por um tempo, pensando, e então disse. “Agora que você mencionou... Acho que não resolvemos muita coisa, né?”
“Correto. Fizemos um demônio se espatifar e assustamos Sherra... Contudo nunca descobrimos quem eram aqueles homens de preto. Aquele Zain também desapareceu, e nem sequer conseguimos uma espada. Ainda assim, há uma coisa que segue me incomodando: o que Sherra queria? Apesar de sua inteligência e personalidade, estou preocupada que um General esteja envolvido em tudo isso... E por algum motivo, está assumindo a forma de uma garota humana para executar seu pequeno plano. Não sei ao certo qual é esse plano, no entanto suspeito que a morte do Mestre do Inferno tenha algo a ver com isso.”
“Hã.”
Não diga só ‘hã’! Esse idiota ainda não entendeu o que estava acontecendo... É verdade que eu também não podia falar com muita autoridade sobre o assunto. Seguia havendo muitas perguntas sem resposta. Só havia uma coisa que podia dizer com certeza: os mazokus estavam se preparando para um retorno após a morte do Mestre do Inferno. Se não tivéssemos cuidado, poderíamos presenciar uma guerra total entre humanos e mazokus.
Era o que meu instinto me dizia enquanto olhava para o céu azul e límpido.
Posfácio:
Cena: O Autor e L
Au: Bem-vindos de volta às reimpressões! Este volume inicia nosso segundo grande arco, que tem um sabor um pouco diferente. Mas, pensando bem, escrever A Espada Mística de Bezeld foi meio... Agitado.
L: Oh? Como assim?
Au: Tipo, cheguei na metade e o disco rígido do meu computador foi apagado.
L: Bwuh! Isso... Isso é...
Au: É. Foi... Há muito tempo. O mundo estava todo alvoroçado com as notícias do incidente da A*m¹. Fiquei grudado na TV e não conseguia escrever nada, então tive que ligar para o meu editor e dizer: ‘Me tranque, por favor.’
L: Você se prontificou para algo assim?
Au: Sim. Pessoalmente. Foi a minha primeira vez confinado!
L: É quando o editor fica atrás de você o tempo todo, olhando para o relógio e estalando a língua de irritação, certo?
Au: Claro que não! Que assustador! Que editor faria algo assim? Parece apenas maldoso! Eles me alugaram um quarto por temporada, disseram: “Ok, este é o seu apartamento. Vá em frente.”, e deixaram o resto comigo.
L: Wow. Em programas de TV, você teria toda aquela coisa do editor te encarando de perto... Estou decepcionado por não ter sido esse tipo de confinamento.
Au: Não sei bem que tipo de confinamento é esse, porém... Tenho certeza de que cada dupla autor-editor faz as coisas de um jeito um pouco diferente. E não é como se um editor pudesse se dar ao luxo de ficar em cima de um único autor o dia todo. E embora suspeito que ter alguém olhando de soslaio por cima do ombro encorajaria alguns escritores, poderia fazer outros congelarem. Então, apesar de serem as notícias da A*m que estavam me distraindo, meu editor me conseguiu um aluguel por temporada no K*m**do em Tóquio, conhecido por seus restaurantes de ramen... E por ser sede da A*m? Era nisso que fiquei pensando quando comecei meu confinamento, e quando estava na metade do rascunho...
L: O disco rígido morreu?
Au: É. O disco rígido apagou. E eu não tinha backup.
L: Wow... Então você pensou: “Talvez devesse transformar tudo em um posfácio”?
Au: Claro que não. Entrei em contato com o departamento editorial e, por sorte, alguém que entendia muito de computadores conseguiu restaurar os dados. Aliás, essa mesma pessoa se tornou meu terceiro editor.
L: Ah, então conseguiu recuperar no final. O rascunho foi escrito inteiro em Tóquio?
Au: Não, parei no meio do caminho e voltei para Osaka.
L: Covarde! Por que se preocupar em se isolar se ia só cancelar e voltar para casa?
Au: Heh. Está entendo mal. Esse foi só o fim do meu confinamento em Tóquio! Quando se mora sozinho, sabe, tem que ir para casa uma vez por semana para verificar a correspondência e outras coisas. No entanto ir para casa em Osaka uma vez por semana era um grande dreno do meu tempo e da minha energia. Era ineficiente. E então, voltei para Osaka e comecei meu segundo confinamento em um quarto de hotel lá!
L: Você pagou por isso?
Au: Sim! É claro, foi uma despesa de trabalho, mas paguei do meu bolso. O hotel tinha um sistema bem interessante. Você pagava uma taxa adiantada e depois acertava a conta no check-out. Havia um canal na TV do quarto onde podia ver quanto dinheiro já tinha pago e o saldo restante. O valor diminuía todas as manhãs e toda vez que pedia serviço de quarto!
L: Parece meio... Estressante.
Au: Ver os números diminuírem desse jeito te faz se sentir estranhamente preso. Porém depois que terminei o rascunho, percebi que tinha gasto quase um mês de aluguel em uma semana de hotel!
L: Bem, alugar um apartamento incluiria um depósito de segurança e coisas do tipo, então tem mais por trás disso. Contudo, falando sério, em vez de relembrar o início do segundo grande arco do romance, você só queria falar sobre o confinamento?
Au: Bom, apenas não consigo separar este volume das minhas memórias de escrevê-lo durante o confinamento. Além do mais, pode ser educativo para qualquer leitor que esteja pensando em fazer um confinamento no futuro!
L: Sério? Pessoas normais nunca precisariam fazer algo assim! E mesmo que se tornassem escritores, deveriam entregar seus rascunhos dentro do prazo, para que não precisem se isolar para um confinamento.
Au: Blergh!
L: Ei, ele acabou de tossir sangue.
Au: Vo... Você acabou de fazer dois mil mangakás e romancistas japoneses como inimigos...
L: Muita gente em confinamento, hein? Agora, bobagens à parte, vai ter uma pequena pausa antes de lançarmos as reimpressões do volume 10, contudo nos vemos... No posfácio!
Au: Sim, nos vemos lá.
L: Até mais, pessoal!
Posfácio: Fim.
Notas:
1. Referência ao ataque do gás sarin no metrô de Tóquio, foi um ato de terrorismo perpetrado por membros do culto apocalíptico chamado Aum Shinrikyo em 20 de março de 1995. Em cinco atentados coordenados, os autores liberaram o gás sarin em várias linhas de metrô de Tóquio, matando 13 pessoas, ferindo gravemente 50 (algumas das quais morreram posteriormente) e causando problemas temporários de visão para quase 1.000 outros.
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