domingo, 21 de abril de 2024

I Was Caught up in a Hero Summoning, but That World Is at Peace — Capítulo 63

Capítulo 63: Encontrei uma lojista estranha


É o 23º dia do mês do Fogo. Eu estava dando um passeio pelas ruas da capital real, que fervilhava de atividade no final da tarde, sozinho.



Kusunoki-san, Yuzuki-san e eu conseguimos aprender magia, embora ainda fossem as básicas, então pudemos andar por aí sem alguém nos protegendo, mas apenas dentro da capital real.



Por alguma razão, porém, Lilia-san estava frenética tentando conseguir alguém para me acompanhar, todavia ao fim acabou cedendo... Imagino por que foi tão insistente antes, será que Lilia-san estava preocupada por causa da minha destreza de combate ser inferior a Kusunoki-san e Yuzuki-san?



Minha magia de fato não tem nenhum poder de combate, contudo acho que é mais segura porque minha capacidade de percepção é incomumente alta, então se alguém com intenções maliciosas ou hostis se aproximar de mim, saberei na hora.



Quanto à minha habilidade de combate, parece que Kuro tem alguma ideia sobre isso, então ela talvez me ensine magia voltada para a batalha na medida em que possa me proteger.



Não sei que tipo de magia vai me ensinar, no entanto estou feliz por finalmente ter alguns meios de me proteger e, pra ser honesto, estou ansioso por isso.



Enquanto caminhava pensando sobre tudo, uma loja de repente chamou minha atenção.



Um pouco distante da rua principal, havia uma loja com uma placa que dizia ‘Loja de Produtos Diversos’... Falando nisso, estaremos viajando para a Floresta dos Elfos em breve para participar do Festival da Árvore Sagrada, então poderia bem, de alguma forma, me preparar.



Posso não participar do torneio de caça, entretanto ainda participarei da colheita e, se formos colher frutas na floresta, é melhor ter pelo menos uma faca.



“Olá.”



Quando abri a porta de madeira e entrei na loja, o interior da loja era maior do que imaginei por fora, com várias prateleiras bem alinhadas.



Olhando em volta com indiferença, não consegui ver o dono da loja, então tentei chamar, mas... Não recebi resposta.



“Arehh? Há alguém aí?”



Tentei chamar de novo, um pouco mais alto desta vez, porém segui sem obter resposta. A porta não estava trancada, o que deveria significar que eles estavam abertos...



Só então ouvi uma voz fraca vinda do fundo da loja e virei minha cabeça na direção da voz.



“O que diabos é isso, como vou viver com esse tipo de ganho...”



“Eh?”



No fundo da loja, no que parecia ser um balcão, uma cena que não conseguia acreditar estava se desenrolando diante dos meus olhos.



“Mesmo que eu finalmente tenha aberto uma loja na capital real, tudo será inútil se os clientes nem vierem...”



No balcão, um ‘objeto’ que parecia ser o lojista murmurava enquanto contava moedas. Isso, por si só, não é uma visão estranha, contudo o problema foi a aparência do lojista.



Membros feitos de tecido marrom-amarelado fofo e flexível. Meio que me lembra um gato deformado... Não, não tem como aquilo ser um gato. Não consigo encontrar as palavras corretas para explicar bem esta cena bizarra.



Resumindo, um objeto de pelúcia parecido com um gato resmunga enquanto conta moedas.



Por que essa pessoa está vestindo uma fantasia de bicho de pelúcia dentro de casa? Ela é uma idiota?



“Ahh... Eu me pergunto se há alguma boa história sobre como ganhar dinheiro sem trabalhar... Pensei que se apenas abrisse uma loja, os clientes viriam com todo o seu dinheiro mesmo se eu não me esforçasse, no entanto estocar mercadorias é um incômodo e esta loja nem está ficando popular.”



A visão dessa esquisita fantasiada de gato reclamando enquanto conta moedas parece terrivelmente surreal e, para ser sincero, me arrependi bastante de ter entrado nesta loja.



Pelo som de sua voz, ela parecia ser uma mulher jovem, todavia a fantasia que veste já está estragando tudo.



“Se um cliente rico e bonito vier, vou me certificar de vender todo tipo de coisa para ele.”



“...”



Sim. Obviamente parece perigosa... Vamos sair daqui antes que eu seja visto.



“Sério, se ao menos um bom otário fosse — Unnn?”



“?”



“...”



“...”



Ah, merda. Fui descoberto. Seus olhos estão brilhando agora?



Um silêncio muito constrangedor passou entre mim e a lojista, antes de eu rapidamente me virar e estar prestes a correr em direção à porta, mas...



“Bem-vindo!”



“???”



Ela já estava na minha frente.



O que diabos foi que aconteceu? Em um instante, a lojista passou correndo por mim e, além de tudo, já estava recostada atrás da porta quando gritou.



Enfrentando esta situação onde parece bem óbvio que ela não vai me deixar escapar, eu reflexivamente recuei... Não, sério, esta é uma loja bastante estranha em que entrei.



“Posso perguntar o que você está procurando? Bem... Foi o dia de sorte do estimado cliente. Pois acabamos de estocar nossos suprimentos!”



“N-Não, errr...”



Você está dizendo que acabou de estocar seus suprimentos, é bem óbvio que apenas não tem clientes e muitos desses suprimentos não foram vendidos!



Droga, me tornei o seu alvo. Um bicho de pelúcia esfregando as mãos enquanto caminhava devagar em minha direção... Senti medo como quando estou assistindo a um filme B de terror.



“S-Só estava dando uma olhada, não é que vim aqui para comprar alguma coisa...”



“Não, não, hoje é sua chance. Errr, olhe... Estamos oferecendo um desconto apenas por hoje!”



É óbvio que parece que você acabou de inventar isso! Quer tentar pelo menos parecer um pouco convincente?



Porém, ainda se pode dizer que a outra parte é uma profissional em seu ofício e, pra ser honesto, não tenho nenhuma habilidade de conversação que possa me ajudar a sair de situações como essa.



Devo aceitar como se tivesse sido mordido por um cachorro vadio, comprar algumas coisas e ir para casa?



“A propósito, qual é o seu orçamento?”



“E-Errr... Ce-Cerca de 5000R... Ou algo assim?”



Na verdade, tenho mais de 40.000R, contudo não sou estúpido o suficiente para respondê-la com sinceridade.



As roupas que estou vestindo podem não ser tão chamativas, no entanto ainda têm uma qualidade que não pareceria deslocada mesmo se um nobre as usasse, então decidi dizer uma quantia de cerca de 500.000 ienes porque talvez causasse muitos problemas se eu dissesse um valor muito baixo.



Dessa forma, mesmo que fosse obrigado a comprar até a última moeda deste orçamento, só me resignaria e pensaria como se tivesse caído nas presas de um vendedor sem escrúpulos.



“5.000R hein...”



Senti como se os olhos da lojista tivessem mudado de cor. Não consigo ver os seus olhos porque está fantasiada, mas é como se o seu humor tivesse mudado de alguma forma.



Para ser mais específico, é como se tivesse encontrado uma boa presa...



B-Bem... O que ela vai fazer agora? Tentará me forçar a comprar coisas com ameaças ou talvez me arraste com suas habilidades de negociação afiadas... De qualquer forma, ela é uma profissional e parece não haver nenhuma maneira de eu escapar.



Na minha frente, a lojista que estava ofegante, colocou lentamente a mão direita no chão, seguida do joelho esquerdo e, por fim, colocou as mãos no chão.



“Por favor, compre alguma coisa.”



“...”



Uma dogeza¹. Uma dogeza que nunca esperei. Jogando fora toda a vergonha e orgulho de um comerciante, de maneira muito refinada e sem pressa, a lojista caiu em uma dogeza.



“Estou te implorando. Não faço uma boa refeição há alguns dias.”



“...”



E como se fluíssem junto com sua dogeza, lágrimas começaram a escorrer por seus olhos.



Fiquei pasmo e sem palavras diante da mulher fantasiada ajoelhada sobre uma dogeza na minha frente.



Querida mãe, pai — como devo dizer isso... Me deparei com alguém estranho de novo. E então — encontrei uma lojista estranha.



Notas do Autor:
A razão pela qual a duquesa estava tão desesperada para que alguém acompanhasse o protagonista é na verdade... Porque toda vez que ela o deixa passear sozinho, ele conhece alguém ultrajante.



Notas do Tradutor:
1. Dogeza é um elemento da etiqueta tradicional japonesa que envolve ajoelhar-se no chão e curvar-se para se prostrar enquanto toca a cabeça no chão. É usado para mostrar deferência a uma pessoa de status superior, como um profundo pedido de desculpas ou para expressar o desejo de um favor dessa pessoa.

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