Capítulo 05: Epílogo
“Sim.” eu disse com confiança. “Graças a Rezo.”
“Rezo?” Zelgadis perguntou, olhando para onde o Lorde das Trevas estava, parecendo cético de que ele realmente havia partido.
“A alma de Rezo ainda estava lá em algum lugar. Um pequeno fragmento de bondade que sobreviveu mesmo depois de longos anos em que o Lorde das Trevas corroeu sua humanidade... Entre isso e seu ódio pela zombaria do Lorde das Trevas, no final... Ele se entregou por vontade própria à escuridão que eu criei.”
“Mesmo assim, aquela façanha que você fez foi sem dúvida alguma...” Gourry disse, parando de repente quando se virou para mim.
Zelgadis também ficou em silêncio. Eles enfim notaram meu cabelo, que ficou prateado — um fenômeno que ocorre quando alguém usa muita energia vital.
“Li-Lina, seu cabelo...”
“Aw, estou bem. Usei um pouco demais de poder de uma só vez.” falei com um sorriso enorme. “Mas estou muito cansada... Como vocês estão?”
“Também estou... Bem.” disse Gourry, levantando-se trêmulo.
“O mesmo aqui. Ainda vivo, pelo menos.” respondeu Zelgadis também, levantando-se com um pouco mais de firmeza do que Gourry.
“Bom. Fico feliz em saber.” suspirei com um sorriso antes de cair de volta no chão e deixar o sono me levar embora.
———
Alguns dias depois, nós três chegamos aos arredores da Cidade Atlas.
“Whew! Esta noite: boa comida e uma cama bonita e macia.” eu disse, olhando para os telhados ao longe. Meu cabelo ainda não tinha voltado à sua gloriosa cor castanha, porém pelo menos estava saudável e resistente de novo.
“Essa pequena viagem demorou mais do que imaginei.” observou Gourry.
“Acho que é hora de me despedir.” Zelgadis interrompeu de repente.
“Hã?” Gourry e eu questionamos em uníssono.
“Fiz algumas coisas horríveis e meu rosto é bastante conhecido... Não é seguro para mim em uma cidade deste tamanho. Não sou do tipo que passa despercebido.”
“Entendo... O que fará a partir daqui, então?” perguntei.
“Acho que vou ver aonde o vento me leva por um tempo. Sinto muito por todos os problemas que causei para você, contudo...” ele coçou o nariz, parecendo um pouco tímido. “Se nós dois sobrevivermos, talvez nos encontremos em algum lugar. Embora imagino que você não ficará feliz em me ver outra vez...”
“Espero ter a chance.” respondi, estendendo minha mão direita.
“Aqui está a esperança.”
Zelgadis gentilmente pegou minha mão e apertou-a. Embora sua pele fosse feita de pedra, parecia estranhamente calorosa.
“Tome cuidado.” disse Gourry com um pequeno aceno.
“Sim. Você também.” respondeu Zelgadis, soltando gentilmente minha mão e se virando.
“Sabe, Lina...” Gourry disse enquanto observávamos Zelgadis voltando pelo caminho por onde viemos.
Desde a nossa batalha com o Lorde das Trevas, ele parou de me chamar de ‘mocinha’ e começou a me chamar pelo meu nome.
“Apertando sua mão assim... Acha que ele gosta de você ou algo assim?”
“Não seja estúpido.” eu ri disso.
“A propósito, o que planejava fazer quando chegasse a Cidade Atlas, Lina?”
“Hã. Hmm...” pensei por um minuto. “Oh, isso mesmo! Você não ia me dar a Espada da Luz?”
“Quando concordei com isso?”
“Então... É um não?”
“Claro que é!”
“Que droga. Isso basicamente me tornaria invencível e abriria novos capítulos na pesquisa mágica...”
“Ainda é não!”
“Ok, entendi agora.” disse com um aceno de cabeça.
“Entendeu o quê?” Gourry perguntou, parecendo confuso.
“Sei para onde irei a seguir...”
“Onde?” ele repetiu, ainda perplexo.
“Onde quer que você vá.”
“Hã?”
“Ficarei com você até que concorde em me dar a Espada da Luz!” dei uma piscadela para Gourry antes de me virar para ir embora. “Agora vamos indo!”
Vamos para a Cidade Atlas!
Posfácio
Olá, novatos! E boas-vindas de volta aos nossos leitores regulares! Esta é a reimpressão dos romances de Slayers! Agora, vocês, recém-chegados, podem estar se perguntando: “Quem é essa linda loira que está escrevendo o posfácio?” Então permita-me me apresentar! Estou rouband... Quero dizer, substituindo o autor, o pobre idiota desajeitado que está sempre sendo nocauteado, trancado e espancado! Você pode me chamar de L. Sim, sei que existe outro personagem famoso com esse nome, mas procuro não deixar isso me incomodar!
Aliás, você me verá mais em romances posteriores. Tenho uma participação especial neste, porém é tão pequena! Que frustrante!
Não tinha certeza de como abordar esses posfácios, sabendo que tanto os veteranos da série quanto os novatos os leriam... Então, digamos que se uma piada é engraçada, foi tudo obra minha! E se bombar, a culpa foi do autor! O que acha?
Alguns de vocês que estão lendo isso pela primeira vez podem se lembrar com carinho de assistir Slayers na TV quando crianças, contudo esses livros mostram como a história foi contada pela primeira vez, cerca de vinte anos atrás. O próprio autor também está bastante velho agora, embora eu, é claro, tenha eternamente 1* anos! Sinta-se à vontade para colocar o número que desejar no lugar do *.
Espere! Você aí pensando: “Minha idade preferida não é 1*, mas *!” Quero que anote isto em uma carta endereçada ao departamento editorial para que possam denunciá-lo às autoridades competentes! Sim, sim, sei que frequentemente sou levada a parecer infantil nos cartões de Ano Novo que o autor envia em resposta às cartas dos fãs... No entanto é só porque ele é um péssimo artista.
Deixando todo esse assunto de lado, é claro, devemos a longevidade desta série a todos vocês. O autor também está extremamente grato, e ele mesmo o diria se não estivesse trancado em algum armazém no porto de Osaka.
Agora, mudando de assunto! Enquanto explico sobre Slayers para vocês, também estou viajando pelo mundo, comendo e bebendo todo tipo de coisas maravilhosas. Fui para o leste para comer macarrão no Tenzaru, e para o oeste para comer yakiniku tão macio que pode cortar a carne com pauzinhos. Se me perguntar, acho que minhas aventuras gourmet dariam uma história muito mais divertida do que esta!
...
Ah! Pensando bem, essas histórias são basicamente aventuras gourmet... Só que com uma protagonista que não sou eu! Grr! Você vence esta rodada, autor!
Originalmente, o autor escreveu o primeiro volume desta série para ser submetido ao prêmio Fujimi Fantasia Bunko, e felizmente foi transformado em uma série! Se me perguntar, ele gastou três quartos do estoque de sorte de sua vida nessa empreitada. O outro lado é que tem uma péssima sorte quando se trata de cartas e jogos de tabuleiro! Ele sempre fica em último lugar no Jogo da Vida, tirando seis apenas uma vez na lua azul! Sei o que está pensando: cada dado tem uma chance em seis de rolar um seis, certo? Exceto que estamos falando da sorte do autor aqui — não de probabilidades.
De qualquer forma, como este foi escrito como algo único e evoluiu para uma série, existem algumas inconsistências nas várias histórias a seguir. Ouvi rumores de que esta nova impressão poderia consertar algumas coisas aqui e ali, porém na verdade não sei e não me importo pra ser sincera. Não é como se o autor fosse me dar mais tempo de exibição. Claro, se me perguntar, se vai fazer reimpressões, é melhor melhorar a história enquanto faz isso!
Poderia me dar muito mais aparições! Exemplo: Sumário de Slayers, volume 2: Os Feiticeiros de Atlas (Reimaginado)!
Lina e Gourry chegam na Cidade Atlas. Contudo ninguém se importa, então, na conta do escritor, consigo um sukiyaki de 10.000 ienes de Shinsaibashi em Osaka. O grande malvado autor percebe e logo depois envia assassinos para interromperem meu almoço! L está em perigo! Lute, L!
No final, ao escapar dos assassinos malignos, eu uso meu pote de sukiyaki para virar o jogo contra eles e convencê-los a me oferecer ainda mais comida como um pedido de desculpas. Posso aproveitar ao máximo uma noite no oeste do Japão? O que é a maldição da estátua do C*ronel S*nders selada nas profundezas de Dotonbori? Há algum SPA legal onde eu possa realmente relaxar e descansar?
Veja tudo na próxima vez em Slayers, volume 2: Os Feiticeiros de Atlas. O que assombra o distrito de entretenimento à noite? É sangue... Ou cheque?
Você pode sentir? Quero tanto ler isso! Tenho certeza que você também quer agora, então, por favor, envie muitas cartas ao autor dizendo: “Faça o que a senhora do posfácio disser ou morra!”
O que é isso, você pergunta? O que acontece com Lina e Gourry? Quem...? Oh, não preocupem suas lindas cabecinhas com isso!
De qualquer forma, esperem mais de mim no posfácio do próximo volume!
Posfácio: Acabou.
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