Capítulo Extra 97.6: Leve a Elfa!
Eu vim aqui de novo... Belgrieve sentiu uma sensação estranha tomar conta dele. No entanto, teve que se acostumar com isso — depois de tudo, estava indo para um lugar ainda mais distante de seus sonhos mais loucos. Com isso em mente, talvez Orphen fosse na verdade o lugar para se recompor.
“Estou feliz por poder vê-lo de novo tão cedo.” disse Lionel com um sorriso, segurando uma xícara de chá.
Depois de chegar a Orphen, o grupo de Belgrieve parou pela primeira vez na guilda. Eles pretendiam apenas trocar algumas formalidades, mas foram levados ao escritório dos fundos e sentados em frente ao mestre da guilda. E antes de chegarem aqui, receberam uma recepção calorosa em Bordeaux.
Somos amigos, então não há segundas intenções, porém, do ponto de vista de uma pessoa normal, estamos realmente recebendo tratamento especial dos nobres e mestres de guilda, percebeu Belgrieve. Ele não sabia se deveria se sentir feliz ou envergonhado com isso.
“Encontramos uma pista mais rápido do que o esperado... Obrigado. Você não está ocupado, Sr. Leo?”
“Estou ocupado, como sempre — contudo é meu trabalho atender aos preciosos convidados de nossa guilda. Ou melhor, por favor, deixem-me atendê-los, se não...”
“Pai, o mestre da guilda está procurando uma desculpa para vagabundear.”
“Haha! Vejo que viu através de mim, Sra. Ange.” Lionel coçou a cabeça.
Kasim brincou.
“Trabalhar demais vai arruiná-lo. Pegue uma página do meu livro e se solte um pouco.”
“Ah, eu adoraria imitá-lo, no entanto eles ficam com raiva de mim se o fizesse.” disse Lionel, encolhendo os ombros.
Anessa e Miriam riram. Belgrieve se viu invadido por um sorriso enquanto tomava seu chá.
“Mesmo assim, me sinto um pouco mal por pegar emprestado tantos de seus aventureiros capazes...”
“Não fique. Quero dizer, certamente não há nada de errado em ter a Sra. Ange por perto, entretanto podemos lidar com nossa carga de trabalho atual... E, para ser honesto, parece que fui eu quem a segurou aqui.”
“É verdade, pai... É patético que uma guilda inteira dependa de um único grupo.”
“Isso dói...” Lionel recuou um pouco.
Depois de zombar de suas travessuras, Angeline deu uma olhada no escritório, o que levou Belgrieve a fazer o mesmo. Os documentos pareciam mais organizados do que da última vez que havia vindo.
Essas reflexões foram repentinamente interrompidas pela porta do escritório se abrindo e alguém correndo para atacar Angeline.
“Hey! O que vocês pensam que estão fazendo, me deixando para trás?”
“Opa, aí...” Angeline se levantou e pegou a figura disparando em sua direção com um sorriso. “Maggie, você está bem?”
Marguerite sorriu de orelha a orelha enquanto beliscava as bochechas redondas de Angeline.
“Tão bom quanto posso estar! Já sou Rank D! Um pouco mais para o Rank C! Ange, se estiver em Orphen, esqueça o velho Lionel. Venha me ver primeiro!”
“Hmmm... Você está certa. Pai, devíamos ter visto Maggie primeiro.”
Lionel olhou para o reencontro delas com tristeza. Sem um pingo de tato, Marguerite se convidou sem qualquer pudor para o sofá. Anessa gritou enquanto ela se contorcia para entrar.
“Já está apertado. Não entre!”
“Ah, cale a boca. Não me faça sentir excluída. Contudo o que há com vocês de repente aparecendo assim? Até o Bell está junto.”
“Sim, bem, a coisa é...”
Eles explicaram o propósito de sua jornada e sua rota planejada. No entanto, quanto mais a história avançava, mais o rosto de Marguerite parecia se iluminar, e Belgrieve teve uma terrível premonição. Como esperado, no momento em que a história acabou, ela se levantou e declarou.
“Eu também vou!”
Eu sabia... Belgrieve colocou a mão na testa.
Angeline riu de Marguerite de forma provocativa.
“Você quer ir? Uma mera Rank D?”
“Ah, agora você disse isso! Vou ter que te ensinar uma lição!”
Ver o temperamento de Marguerite explodir fez Anessa e Miriam rirem.
“Porém Maggie tem habilidade, apesar do seu ranking. Não está bem, Sr. Bell?”
“É verdade. E vai animar a viagem.”
Nada bom, pensou Belgrieve, coçando a bochecha. As garotas eram a favor, e Kasim estava sorrindo — ele sabia que não tinha muito espaço para bater o pé. Não era como se tivesse qualquer motivo para recusar o pedido dela, contudo sentiu que estaria prestando um péssimo serviço a Graham. O Umbigo da Terra era um covil de monstros poderosos, e achou que seria irresponsável levá-la junto. Deixando esse detalhe de lado, Marguerite era mais forte que o próprio Belgrieve, então talvez suas preocupações fossem infundadas.
Quanto mais ruminava silenciosamente, mais impaciente Marguerite ficava.
Ela pulou de novo, prendendo os braços dele por trás.
“Isso é tudo, Bell! Vou mesmo se você me disser para não ir! Se prepare!”
“Gah! H-Hey, Maggie, pare!”
Maggie estava apertando impiedosamente seu pescoço, e os dois lutaram até que Angeline pulou em cima do pai com as bochechas inchadas.
“Não é justo. Por que apenas Maggie...?”
“Hã? Não é justo? O que foi... H-Hey, pare! Isso machuca!”
Belgrieve estava sendo espremido com força pela frente e por trás, e Kasim gargalhava e batia palmas.
“Vejam só, é o Sr. Popular!”
“Hm... Então imagino que a Sra. Maggie vai junto? Ela é de baixo escalão, então não deve exigir muita papelada, todavia ainda há alguns formulários para preencher...”
“Sim, vá em frente. Ela viria mesmo se recusássemos, aquela moleca.”
“Oi, Kasim! Não tome essa decisão apenas... Grah!”
Belgrieve estava preso em uma posição terrível e não tinha como se safar. Ele literalmente não conseguia levantar um dedo contra as duas mulheres violentas. Anessa e Miriam apenas olhavam rindo. Lionel deu de ombros e se levantou para pegar alguns papéis na estante. Nem é preciso dizer que Marguerite foi junto.
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