quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Boukensha ni Naritai to Miyako ni Deteitta Musume ga S Rank ni Natteta — Volume 07 — Capítulo 94

Capítulo 94: Os olhos de Belgrieve se arregalaram

Os olhos de Belgrieve se arregalaram quando acordou com a respiração difícil. Evidentemente, sua febre não havia diminuído. Sua visão nebulosa revelou-o um teto de pedra. Ele não sabia onde estava, mas depois de pensar um momento, lembrou-se do grupo chegando ao Umbigo da Terra.

De repente, sua dor fantasma o atingiu. Belgrieve se levantou em estado de choque, o pano úmido em sua testa escorregando ao fazê-lo. A perna direita, há muito desaparecida, exalava uma dor lancinante. A dor só voltou por um breve instante nos últimos anos. Agora, estava de volta e mais forte do que nunca. Inconscientemente agarrou sua prótese de madeira.

“Grr... Rah...” gemeu Belgrieve de dor. A febre distorceu sua visão. Era como se sua cabeça estivesse em um torno, e um rangido peculiar ressoou no fundo de seus ouvidos.

“Sir Bell!” Duncan gritou enquanto corria e começava a esfregar as costas de Belgrieve. Ele estava, ao que parecia, olhando pela janela.

“Como você está se sentido?”

“Estou bem. Desculpe o transtorno.”

Sua mão enxugou o suor frio com o pano caído e respirou fundo. Uma vez que as dores fantasmas se foram, elas não deixaram sinais de que alguma vez estiveram lá. Talvez fosse natural, pois vinham de uma parte do corpo que não existia mais. Mesmo assim, teve que esticar o pescoço e confirmar — de fato, sua perna não existia mais.

O prédio estava deserto e quase não havia aventureiros vagando por ali. Do lado de fora da janela havia estava uma bagunça bem turbulenta. Um cheiro de peixe pairava no ar e o clima era um pouco estranho.

“O que está acontecendo...?”

“Um monstro apareceu. Eu só ouvi rumores sobre isso antes, porém parece que é um Bahamuth.”

“Bahamuth...” até Belgrieve, que se aposentou cedo, já tinha ouvido o nome antes. Não é hora de descansar, pensou enquanto tentava se levantar, contudo descobriu que não conseguia colocar força nas pernas. Ele teve que desistir, estalando a língua em sua própria inadequação.

“E quanto aos outros?”

“O monstro apareceu bem perto daqui, então eles saíram para combatê-lo. Fui designado para manter o forte... Sir Bell, como está se sentindo? Parecia que você estava com dor.”

Belgrieve soltou uma risada fraca.

“Estou bem. Acabei de ter um sonho ruim... Será que Ange vai também?”

“Ange saiu para buscar comida e não voltou desde... Há uma chance de ela ter ido para a batalha.”

“Entendo...”

Sentindo uma dor de cabeça se instalando, Belgrieve deitou-se mais uma vez. Lembrou-se das páginas da enciclopédia demoníaca que outrora estivera tão desesperado para memorizar. O Bahamuth era um monstro de Rank S, tão poderoso que a batalha lá fora continuava, mesmo com tantos aventureiros de alto escalão reunidos. Ele provavelmente não precisava se preocupar com Angeline, no entanto não conseguia se acalmar. Não que houvesse sentido em tentar ajudá-la, dada sua condição.

Então, Belgrieve ouviu o som de pés correndo pelo chão de pedra.

“Whoa, está vazio aqui! Ah, Duncan!”

“Fico feliz em ver que vocês três estão bem.”

“O mercado está animado e parece que este lugar também está.”

“Hã? Onde está Kasim?” Anessa perguntou, olhando ao redor.

Duncan colocou seu machado no chão, sua postura relaxada.

“Kasim e Ishmael foram se juntar à luta. Fui encarregado de cuidar de Bell.”

“Senhor Bell, como está... Oh, não precisa se levantar.” Anessa segurou Belgrieve enquanto este se apressava em se sentar. Ela lavou e torceu uma toalha de mão para ele.

“Desculpe.” Belgrieve disse com um suspiro. “Acho que ainda não consigo me mexer...”

“Se cuide melhor, hein? Estou saindo. Um demônio de Rank S parece divertido.” disse Marguerite.

“O que devemos fazer, Anne?”

“Hmm...” Os olhos de Anessa vagaram.

“Vocês duas podem cuidar de Maggie para mim?” sugeriu Belgrieve. “Pode ficar perigoso...”

“Ah, lá vai você de novo!” Marguerite exclamou, estufando as bochechas.

Anessa e Miriam riram.

“Entendido. Vamos então.”

“Sim, podemos até encontrar Ange lá. Devemos nos encontrar com ela.”

“É bom saber que não vou ficar entediada aqui, mas isso pode ser cansativo...”

As três saíram correndo. O barulho mais uma vez diminuiu para um clamor distante. Belgrieve baixou a cabeça e fechou os olhos. Estava se sentindo patético, incapaz de se mover quando precisava. Porém seu corpo exigia descanso e não podia fazer nada a respeito. Eventualmente, a sonolência o dominou; a batalha à distância tornou-se uma espécie de ritmo, embalando-o para dormir.


Gotas de água cintilantes caíram do Bahamuth e, no instante seguinte, alguém estava gritando.

“Nada bom! Desviem!”

Angeline instantaneamente cambaleou para o lado, balançando sua espada com uma força tremenda em uma gota que chegava. Entretanto, seus braços exigiam mais força — a gota transparente, do tamanho de um punho cerrado, era mais dura que aço. Visto que nem mesmo Angeline poderia cortar, deve conter uma quantidade considerável de mana. O ar ecoou com os gemidos de quem assumiu o ataque de frente.

Mal conseguindo desviar, Angeline olhou para trás.

“Você está bem, Lucille?”

“Não se preocupe.”

Lucille evitou com a agilidade de uma mulher besta. Embora sempre houvesse algo um pouco estranho nela, ainda era uma poderosa aventureira. Angeline deu um tapinha no peito de alívio antes de olhar para o Bahamuth no céu. Apesar das muitas flechas e rajadas mágicas pelas quais foi atingido, o enorme peixe voador continuou nadando calmamente ao ar livre.

Parecia ser protegido por uma espécie de barreira, que nenhum ataque malfeito poderia alcançar. Sua natureza aérea o colocou além do braço de qualquer espadachim, relegando-os a defender os magos e arqueiros das gotículas.

“Isso é injusto, voando por aí assim...” Angeline resmungou enquanto preparava sua espada de novo.

Embora lento, o Bahamuth sem dúvida estava se aproximando daquele prédio de pedra. O rosto de Belgrieve passou por sua cabeça. Ele ainda está resfriado?

“Eu vou te proteger, pai.”

A situação era sombria, no entanto Angeline se viu sorrindo.

“Sua barreira é espessa!” alguém gritou. “Todos, concentrem seu ataque! Ao meu sinal!”

Então, aquela mesma voz começou a entoar. Angeline reconheceu a voz como a de Touya, o jovem de antes, que apontava a ponta de sua espada para o Bahamuth. Sua voz era bem transmitida, unindo as ações díspares de muitos aventureiros.

Ele é um líder natural, pensou Angeline. Mas está usando uma espada sendo um mago? Enquanto se ocupava com essas ruminações, os magos ao seu redor começaram a preparar grandes magias em conjunto, e os arqueiros e outros lutadores de longo alcance prepararam suas armas, aguardando o chamado para atirar. Eles eram veteranos, todos eles, e podiam agir na hora quando recebiam instruções do nada.

O Bahamuth, ainda salpicado de ataques, abriu a boca e rugiu. Parecia reverberar das profundezas da terra — um som ensurdecedor que causou arrepios na espinha de Angeline e fez parecer que o mundo estava tremendo ao seu redor.

Arqueiros que não aguentavam tapavam os ouvidos; a mana concentrada foi interrompida e os feitiços foram cancelados à força. Parecia que o rugido da besta tinha a capacidade de dispersar mana. Os magos franziram a testa e cerraram os dentes.

“Droga...”

“Não entrem em pânico! Ainda temos uma chance! Sua barreira não durará para sempre! Todos mirem no mesmo ponto!”

Touya brandiu sua espada para despertar os aventureiros, completamente implacável. Esquivando-se de outra chuva de gotas, os aventureiros cruzaram sob o Bahamuth.

Angeline preparou as pernas e olhou — e então, sentiu um toque em seu ombro. Ela se virou para encontrar Kasim.

“Vamos, vamos, isso não é inimigo de um espadachim. Mesmo assim, tivemos muito azar, por aquela coisa ser nosso oponente no momento em que chegamos aqui. Pelo menos me dê tempo para preparar um remédio. Minha nossa.”

“Kasim...”

“Sim, sim, apenas abaixe-se. Hmm? Ah, é a cachorrinha. Você estava aqui?”

“Quanto tempo sem te ver, baby... Qual é o plano?”

“Quem sabe? Talvez Bell pudesse inventar alguma coisa, porém... Bom, é provável que haja um forte revestimento de mana, então aquele garoto ali deve estar certo. Devemos concentrar o fogo em um ponto.”

“Contudo seu rugido interrompe a mana se você tentar entoar uma grande magia.” outra voz entrou na conversa. “Mesmo sem isso, essas gotículas não nos dão tempo para preparar qualquer coisa poderosa.”

Angeline se virou para encontrar Anessa, com Miriam e Marguerite logo atrás.

Miriam avançou.

“É Lucille! Já faz muito tempo!”

“Olá, gatinha, e Anne também.”

“Haha, você parece bem. Onde está Yakumo...?”

“Quem é ela?” Marguerite entrou na conversa. “Nunca a vi na minha vida. Que tal introduzi-la — whoa!” uma gota atingiu o solo nos pés de Marguerite. Assim que atingiu o solo, espirrou e se dispersou como água comum, como se sua antiga dureza no ar fosse uma mera ilusão.

Kasim segurou seu chapéu, rindo.

“Vocês todas parecem muito despreocupadas com toda a situação. Bom, conversamos depois. Por enquanto, temos que fazer algo sobre aquilo...”

Kasim se interrompeu ao notar o enxame de monstros que brotaram das costas do Bahamuth. Eles pareciam ser algum tipo de peixe menor (embora ainda do tamanho de um ser humano adulto). As nadadeiras que um peixe normalmente usaria para nadar na água agora serviam para impulsioná-los pelo céu, e fileiras de dentes afiados se projetavam de suas mandíbulas escancaradas. Esses peixes voadores orbitavam o Bahamuth como satélites, descendo sobre os aventureiros em intervalos irregulares. Esse ataque inesperado em cima das gotas deixou os aventureiros agitados, contudo estes rapidamente se reagruparam e se prepararam para interceptar o novo ataque. Por infelicidade, o Bahamuth era agora a menor de suas preocupações.

Angeline cortou um peixe que veio até ela com as presas à mostra, e não demorou muito para que outro se dirigisse em sua direção.

“Tem muito... Ouch!” uma pequena gota atingiu sua coxa. Não posso me deixar distrair.

Anessa parecia não conseguia encontrar tempo para mirar, e a magia de Miriam seria interrompida antes que pudesse concentrar sua mana. Marguerite, por sua vez, sabia lutar muito bem, no entanto não tinha como atacar o Bahamuth.

Era apenas uma questão de tempo até que o Bahamuth chegasse ao prédio. A ideia de sua base ser destruída antes mesmo da grande onda começar era insuportável para os aventureiros, e eles tentaram de tudo para detê-la. Todavia, tiveram pouco sucesso.

A situação só está piorando... Angeline franziu os lábios antes de se virar para Kasim.

“Você pode disparar alguma grande magia...?”

“Posso, mas se você quiser que eu regule o suficiente para evitar danos colaterais... Vou precisar de um minuto. E terei que começar de novo se aquela coisa rugir...” Kasim de repente se virou com uma expressão confusa no rosto enquanto Angeline sentia um arrepio percorrer sua espinha. Havia uma pressão bizarra pesando em seu corpo.

A multidão de aventureiros naturalmente se separou sem nenhum aviso, e passeando pelo caminho aberto que formaram estava o homem leonino — o mesmo homem que havia encontrado momentos antes. Contudo, o ar intimidador que exalava antes era incomparável com a admiração que inspirava agora. Era como se não fosse um mero homem, mas sim um monstro incontrolável, estivesse no meio deles. Anessa, Miriam e Marguerite ficaram congeladas, encarando-o.

O homem passou por elas sem perder o olhar, aproximando-se do Bahamuth.

As mãos de Kasim caíram frouxamente para os lados. Em seu torpor, ele murmurou.

“Percy...?”

“Hã? Hã?” Angeline olhou consternada para as costas do homem. Seu cabelo cor de palha esvoaçava como a juba de um leão.

Lucille puxou sua manga.

“Aquele é o Sr. Lâmina Exaltada.” ela disse, apontando para Percival.

“De jeito nenhum... Ele?” Seu coração estava martelando em seu peito. Aquele monstro é um velho amigo do pai?

Percival desembainhou a espada em seu quadril. Firmando as pernas, saltou logo em seguida com tanta força que foi uma maravilha que o chão não se quebrasse sob a pressão. Ele voou como uma flecha, usando a cabeça de um dos peixes menores como apoio para voar ainda mais alto. Ainda mais o atacaram depois disso, porém cada um era apenas um trampolim enquanto o homem praticamente disparava pelo céu em seu inimigo. Sua espada longa de um único gume apunhalou com força a barriga do formidável monstro flutuante.

O Bahamuth rugiu — não um rugido de apagamento de magia, e sim um grito de dor. Os aventureiros ficaram surpresos.

“El... Ele perfurou a barreira do Bahamuth!”

“Que cara... Essa barreira deveria tê-lo feito em pedaços àquela distância...”

Percival pousou com indiferença. Havia feridas em sua bochecha e testa, contudo eram todas minúsculas. Sua capa, talvez feita de material especial ou revestida com mana, não foi danificada nem um pouco. Usando um dedo para limpar um rastro de sangue em sua bochecha, Percival preparou sua espada outra vez.

“Haha... Hahaha! Hey, Percy!” Kasim gritou.

Os ombros de Percival estremeceram e mal se virou para o mago.

“Quem...?”

“O que, já me esqueceu? Que desgraçado sem coração!”

Percival olhou Kasim de cima a baixo por um tempo até que seus olhos se arregalaram.

“Kasim...?”

“Hehe, já faz um tempo, certo? Adoraria sentar e conversar, no entanto devemos começar tirando isso do caminho!” Kasim ergueu o braço para o Bahamuth, sua mana rodopiante explodindo em seus longos cabelos.

Com um ar de espanto, Percival puxou seu sachê e apertou-o contra o rosto. Ele então renovou o controle de sua espada e voltou-se para o monstro.

Embora Angeline tivesse sentido a tensão no ar naquele momento, parecia que os dois homens tinham preocupações maiores. Ela também cerrou a espada e deu um passo à frente, alinhando-se ao lado de Percival.

Percival a percebeu com um olhar curioso e de soslaio. Embora Angeline tivesse notado sua atenção, fingiu não ver e manteve seus olhos no Bahamuth. Era claro que a criatura estava perturbada — talvez sua força significasse que nunca havia experimentado tanta dor antes. Nem considerou rugir enquanto se debatia lentamente. Suas gotas também pareciam ter perdido sua mana, enquanto espirravam suavemente contra a pele de Angeline.

“Foque em um ponto...” sugeriu Angeline.

“Cough... Kasim! Esmague-o!” Percival bradou. A magia de Kasim disparou atrás dele em um feixe fino e afiado, atingindo no exato local onde Percival o havia ferido antes. O Bahamuth se contorceu de dor.

Percival saltou de novo e, não querendo ficar para trás, Angeline saltou logo atrás. Ela chutou as cabeças e costas dos peixes que voavam em sua direção e estava no ar antes que percebesse. Ela segurou a espada com as duas mãos, puxando-a para trás com a ponta apontada para o Bahamuth.

A partir de certo ponto sentiu resistência como se tivesse mergulhado na água. Mana afiada e densa a esfaqueou de todas as direções, arranhando suas roupas e pele.

Então é isso que está bloqueando a magia e as flechas, ela percebeu, os olhos estreitados contemplativamente. Talvez porque a besta tenha sofrido dano, suas defesas não eram mais suficientes para repeli-la.

“Hraaaah!” rugiu Angeline enquanto empurrava. Sua lâmina foi sugada para dentro da ferida que se espalhou graças à magia de Kasim. Canalizando sua mana pela ponta, cortou muito mais fundo do que o comprimento de sua lâmina, cortando a carne e perfurando seus órgãos internos. Com um olhar de soslaio, pôde confirmar que a espada de Percival também havia perfurado o Bahamuth.

O som da água corrente cortou um rugido ensurdecedor quando o corpo do Bahamuth balançou. Pendurada de cabeça para baixo, Angeline se chutou para longe, arrancando com força sua espada no processo e caindo no chão abaixo. Pouco depois, pôde ouvir um coro de aplausos emergindo da multidão, no entanto não estava tão convencida de que tudo estava acabado.

“Ainda não...”

Embora o Bahamuth estivesse instável, suas grandes barbatanas batiam para se firmar. Havia uma raiva ardente queimando em seus olhos quando abriu sua enorme boca, da qual agora escorria um fio de sangue. Ela podia sentir a condensação de mana circundante.

“Merda! Está preparando uma grande magia! Preparem-se para defender!” Touya gritou.

Os magos reagiram e começaram a usar sua magia. A mana acumulada na boca do Bahamuth começou a emitir uma luz ofuscante.

Foi quando Percival deu mais um salto gigantesco e subiu mais uma vez em uma trilha de peixes, atingindo imediatamente a mesma altitude do Bahamuth, e desferiu um chute em seu queixo. A mana acumulada explodiu quando sua boca se fechou, rasgando sua mandíbula em pedaços.

Mesmo os aventureiros veteranos ficaram surpresos.

“Hey, vamos lá... Só pode estar brincando comigo.”

“Tem que ser louco para atacar nessa hora...”

De repente, ouviu-se uma voz lá de cima.

“É perigoso. Por favor, afaste-se.” olhando para cima, Angeline viu a elfa Maureen flutuando. Seu cabelo prateado estava ondulando ao redor dela no fluxo de sua mana.

“Deixe o poder fluir pelo guia do céu. Branco para preto. Preto para branco. Com forma de cantar o nascimento das estrelas.”

Maureen abaixou as mãos estendidas. A princípio, havia um vento lento vindo de cima, mas no momento seguinte uma enorme bola de chamas caiu direto nas costas do Bahamuth.

“Baque Estelar... Incrível...” Miriam murmurou, segurando com firmeza a aba de seu chapéu.

Depois de receber um golpe direto daquela enorme bola de fogo, o Bahamuth se debateu em seus estertores de morte e começou sua descida.

Olhando em volta para a multidão atordoada, Angeline gritou.

“Está caindo! Corram!”

Os aventureiros voltaram a si e, guardando suas armas, colocaram o máximo de distância possível entre eles e o local onde a besta atingiria a terra.

O sangue jorrou da boca aberta do Bahamuth. Suas barbatanas se contraíram com seu último esforço de resistência antes de cair de lado no chão. O tremor resultante foi grande o suficiente para que Angeline se sentisse momentaneamente sem peso. O baque maciço foi seguido por um momento de silêncio. Então, o silêncio foi quebrado por aplausos.

Aliviada, Angeline prendeu a respiração e limpou o sangue de sua bochecha. Miriam correu e a abraçou.

“Foi incrível, Ange! Me surpreendeu completamente!”

“Hey, Merry... Você vai sujar de sangue...”

Angeline desviou o olhar, procurando por Percival na multidão. Ela o encontrou de pé, não muito longe. Sua espada estava embainhada e ele parecia estranhamente inquieto, fechando e abrindo os punhos. Kasim foi em sua direção e disse algo — Angeline não conseguiu ouvir, porém os dois estavam conversando sobre algo. Kasim parecia bastante feliz, contudo Percival estava mais perplexo do que qualquer outra coisa. Este era o tão esperado reencontro e, no entanto, ele não mostrou nem um sorriso.

Angeline abriu a boca antes de fechá-la silenciosamente, sentindo-se ansiosa pelo que estava por vir.

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