Capítulo 68: Parece que serei o detentor da patente
Faltam apenas dois dias para o Festival da Árvore Sagrada. Estamos planejando ir para lá um dia antes de começar, então partiremos para a Floresta dos Elfos amanhã.
A Floresta dos Elfos parece ser um lugar extremamente exuberante e, como esta é a primeira vez que saio da capital real de Symphonia, estou na verdade bem ansioso por essa viagem.
Também consegui que Kuro me ensinasse alguma magia nova, um meio de autodefesa que estive pensando há algum tempo, então acho que seria capaz de me proteger quando precisasse... Certo?
“Unnn. Acho que está começando a tomar forma, mas... Kaito-kun, usar essa magia demais não é bom, ok? Afinal, representa um fardo pesado para o seu corpo. Bem, acho que já está sentindo isso agora...”
“Meu corpo inteiro dói.”
“Está vendo? Vou lançar Magia de Recuperação em você, então fique onde está.”
Eu aprendi uma nova magia e, como resultado... Estou deitado no chão com dores musculares por todo o corpo, e me vendo assim, Kuro sorriu ironicamente antes de lançar Magia de Recuperação em mim.
Depois que uma luz quente me envolve, a dor entorpecente em meu corpo diminui.
A magia que Kuro me ensinou é uma magia voltada para o combate que faz uso da minha Magia de Simpatia, embora também seja do tipo que tem uma reação negativa, e como não tenho tanto poder mágico não posso usá-la por um muito tempo. É uma magia que só conseguia em emergências.
Porém, é uma magia que atende às demandas que tenho em mente e teve um efeito moderadamente divertido... Bem, só espero não ter que usá-la, contudo...
“Pensando agora, tinha algo a perguntar, Kuro.”
“Unn?”
“Existe uma ferramenta mágica neste mundo que funciona como a máquina do meu mundo chamada calculadora?”
“Kalkuladora? Que tipo de mashina teknolojia é essa?”
Parece que as calculadoras não foram transmitidas por pessoas anteriores que ocuparam o papel de Herói, então continuo explicando o que é uma calculadora para Kuro.
Eu me perguntei por um momento por que eles passaram maionese e coisas assim, no entanto não a calculadora, só que pensando bem, a ideia também nunca me ocorreu até ver Lilia-san lutando com seus cálculos.
A razão é que, assim que vim a este mundo, confiei-lhes os meus itens tecnológicos e, em algum lugar no fundo da minha mente, tive uma noção preconcebida de que os itens tecnológicos não são bons neste mundo, e não o fiz. Achei que seria possível recriar isso com ferramentas mágicas porque não sabia que ferramentas mágicas podiam ser feitas individualmente.
As pessoas anteriores que ocuparam o papel de Herói talvez também tenham tido os mesmos preconceitos. E o mais importante, ouvi dizer que, ao contrário de mim, aquele cara que ocupa o papel de Herói é bastante ocupado.
Eles estão viajando ao redor do mundo em um ano para fazer discursos, então estariam mais conscientes sobre a comida e as roupas ao seu redor. E em comparação com os livros e outras formas de entretenimento que podem encontrar em suas viagens, acho que é quase impossível que se envolva em qualquer coisa relacionada à contabilidade.
Pensando sobre, contei a Kuro sobre a calculadora e perguntei se havia algo parecido aqui. Se não existir, também perguntei se é possível recriá-la.
“Isso é algo que Kaito-kun pensou?”
“Eh? Não, era apenas uma ferramenta comum no meu mundo.”
“...”
Depois que ela terminou de ouvir minha explicação, Kuro pareceu bastante surpresa a princípio, depois colocou a mão no queixo e começou a pensar um pouco.
“Acho que pode ser recriada. Todavia, é algo em que nunca pensei. É verdade que se você registrar a fórmula, poderá calculá-la em um instante, mas...”
“Mas?”
“Não pensei sobre isso. Magia e matemática são duas coisas diferentes, e a ideia de usar magia para apoiar cálculos nunca passou pela minha cabeça. Agora que o mencionou, estava pensando por que não tinha considerado antes.”
Agora que ela mencionou, pude entender um pouco.
As máquinas tecnológicas que usamos no nosso mundo... Foram produtos feitos pela ciência e, de certa forma, ligados à matemática desde o início.
Entretanto, a magia neste mundo é uma entidade separada da ciência, e parece que eles não tinham ideia de conectá-la com a matemática.
Nesse sentido, quem fez a primeira calculadora e os computadores deve ter sido um verdadeiro gênio...
Kuro ficou em silêncio novamente por um tempo e, depois de pegar um pedaço de papel e uma caneta, começou a escrever algo nele.
Depois que terminou, seu casaco preto se abre como uma cortina e ela o chama.
“Sechs, você está aí?”
“O que houve? Ei? Este não é Miyama-dono? Faz algum tempo.”
“Já faz muito tempo, Sechs-san.”
Por trás de seu casaco, Sechs-san apareceu, usando uma máscara que parecia que alguma tribo poderia usar em um ritual, e mesmo que já nos tenhamos conhecido antes, ainda fiquei surpreso quando uma mão ossuda surgiu.
Pelo que me lembro, do que ouvi quando o conheci antes, ele costuma usar uma máscara cerimonial para facilitar a distinção entre outros liches.
Certamente é fácil distingui-lo, porém isso faz com que pareça que está num carnaval. Bom, se esse é o seu passatempo pessoal, não vou interferir.
Depois de trocar uma breve saudação com Sechs-san quando este apareceu, Kuro entregou a Sechs-san o pedaço de papel que acabara de escrever.
“Esta é uma ferramenta mágica que Kaito-kun inventou, e escrevi aqui a técnica necessária para fazê-la...”
“Esta é... Uma ideia brilhante!”
Não, isso não foi ideia minha, apenas dei a Kuro os detalhes de uma ferramenta que usava no meu mundo anterior...
“O que acha?”
“Isso iniciaria uma revolução.”
“Podemos iniciar a produção em massa?”
“Sim, como esperado de Kuromu-sama. Com esta técnica, poderíamos torná-la bastante barata.”
Errr, o que diabos está acontecendo? Sinto que a situação está ficando cada vez maior.
De minha parte, eu só esperava poder fazer com que Kuro fizesse uma ferramenta mágica parecida com uma calculadora e dá-la para Lilia-san, todavia a reação de Kuro e Sechs-san parece incomum.
“Kaito-kun. Posso fabricar e vender este Kalkuladora na minha empresa?”
“Eh? Ah, sim. Realmente não me importo... Ou melhor, não fui eu quem a inventou.”
Kuro me perguntou com uma expressão um tanto séria no rosto, e respondi que obviamente estava tudo bem para mim.
Então, Kuro acena uma vez antes de se virar para Sechs-san.
“Obrigado. Então, Sechs.”
“Sim, então, em relação ao direito de Miyama-dono... Que tal ‘metade do lucro líquido’ desta ferramenta mágica?”
“Hein?”
Arehh? O fluxo da conversa de alguma forma ficou estranho. Metade do lucro líquido? Isso significa que estou sendo pago?
“Basicamente, você receberá todo mês.”
“Eh, não, poderia esperar um segundo? Estou lhe dizendo que não é algo que inventei, é algo que veio do meu mundo anterior...”
“Pode ser verdade. Contudo neste mundo, Kaito-kun foi quem o inventou.”
“Hã?”
O-O que devo fazer? Resumindo, significa que sou eu quem detém os direitos de patente da calculadora, certo...? As patentes não são algo que traria grandes quantias de dinheiro?
Não, não é que eu também não goste de ser pago... Só que vou ficar neste mundo por um ano e, mesmo agora, estou em dúvida se conseguirei gastar todo o dinheiro que Lilia-san me deu... Lilia-san? Ah, posso fazer assim.
“Por exemplo, estaria tudo bem se entregasse os direitos para Lilia-san... Para a Duquesa Albert?”
“Sim, claro, tudo bem. O que fazer com o seu direito depende de você, Miyama-dono. Porém se quiser fazê-lo, acho que seria melhor ter a Duquesa Albert nesta conversa também.”
“Tem razão. Ah, é mesmo. Sechs, você vai visitar Lilia-chan na próxima vez, certo? Por que não traz Kaito-kun para a discussão então?”
“Fumu, isso pode funcionar... Por enquanto, vamos fazer essa ferramenta mágica e vamos vê-la em ação.”
“Ah, eu ficaria grato.”
Parece que eles fariam uma calculadora (temporária) para mim, o que deveria tornar o trabalho de Lilia-san muito mais fácil.
Para ser honesto, só preciso de dinheiro suficiente para aproveitar este mundo, e se Lilia-san não se importa, estou bem em entregar todos esses direitos para ela.
Querida mãe, pai — quando falei sobre conseguir que Kuro fizesse uma calculadora para mim, acabamos conversando sobre direitos e todas essas coisas, e a situação parece ter se tornado maior do que esperei. A questão é que, se fizéssemos uma calculadora neste mundo — parece que serei o detentor da patente.
O som de uma caneta que ecoava no escritório silencioso parou e Lilia ergueu o rosto dos documentos que olhava.
“O que é isso? Acho que senti um arrepio horrível percorrer minha espinha agora há pouco...”
Com o rosto ligeiramente pálido, Lilia murmurou... Aquela premonição que teve, não aparecerá até alguns dias depois...
Notas do Autor:
O protagonista também começou a atacar a economia... O que acontecerá no futuro da Duquesa? Finalmente é o Festival da Árvore Sagrada, vá conferir na próxima vez!
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