Capítulo 71: Eu me lembrei deles
“Hmmm, me desculpe. Não é que eu quisesse fazer mal, só esqueci de dizer...”
“...”
“Não, sério, foi apenas um acidente. É só que depois que enviei uma carta sobre nossa visita a Rigforeshia, eles gentilmente aceitaram nos mostrar o local, então...”
“...”
Bem ao lado do pescoço de Lunamaria-san havia duas espadas perfuradas no chão, enquanto na frente dela estava uma imponente Sieg-san, com o rosto cheio de raiva.
Ao que parece, Sieg-san foi a única que não foi informada de que seus pais iriam nos mostrar o local.
Bom, considerando que ela sempre esteve perto de Lilia-san, então deveria ter sido devidamente informada sobre isso, tenho certeza que o destino dessa empregada inútil já está gravado em pedra...
“S-Sieg-chan. Luna-chan não quis mesmo fazer nenhum mal, então deixe assim...”
“...”
“Hihhhh!”
A mãe de Sieg-san, a mulher ruiva, tentou chamá-la, porém depois que Sieg-san a encarou, ela recuou na hora.
Parece que levaria algum tempo até que a raiva de Sieg-san diminuísse.
“Miyama-sama! Por favor, me ajude!”
Que diabos, ei? Não jogue seu problema em mim, sua empregada inútil!
Não, não, mesmo que volte esses olhos confiantes para mim, o que você fez foi... Não, não apenas esta situação, mesmo nas vezes anteriores é apenas sua culpa, receba seus merecidos méritos, e não estou relacionado ao porquê disso acontecer de forma alguma.
Não é minha responsabilidade ajudá-la e não tenho obrigação de fazê-lo... Então, por favor, pare de procurar ajuda aqui, Lunamaria-san. Sou muito fraco contra esses olhares confiantes nos olhos das pessoas, então... Ah, droga!
“H-Hummm, Sieg-san. Poderia, por favor, deixá-la ir por enquanto?”
“...”
“Não, eu entendo como se sente, contudo tenho certeza que Lunamaria-san está refletindo, então, por favor, deixe o assunto por isso.”
“...”
Ouvindo minha persuasão, Sieg-san parece ainda bastante insatisfeita, mesmo quando acenou com a cabeça e puxou a espada do pescoço de Lunamaria-san.
Vendo sua ação, Lunamaria-san parece estar aliviada do fundo do coração, no entanto para sua desgraça, não pretendo deixá-la assim.
Se me perguntassem qual lado eu ficaria nesta situação, diria que estou com Sieg-san aqui. Na verdade sentirei muito por Sieg-san se formos deixar essa situação passar assim, então vou fazer algo que deve funcionar.
“Sieg-san. Se Lunamaria-san fizer algo estranho de novo, por favor, me diga. Tenho uma ótima ideia de como impedi-la de aprontar de novo...”
“Hmmm, Miyama-sama? Essa ideia que mencionou...”
“Vou pedir a Kuro para lhe dar uma bronca.”
“Por favor, aceite minhas desculpas! Estou te implorando, tudo menos isso!”
Essa ameaça parecia ser muito eficaz contra a fanática, já que Lunamaria-san abaixou a cabeça tão rápido que já estava esfregando-a no chão.
Está claro o quão mais desesperada estava com a ideia em comparação com o quanto Sieg-san estava chateada com sua atitude.
De qualquer forma, a coisa toda pareceu deixar Sieg-san com um humor melhor até certo ponto, e enfrentei os pais de Sieg-san novamente.
“Agora que a situação está resolvida, mais uma vez, todos, sejam bem-vindos. Sou o pai de Sieglinde, meu nome é Rejnhardt. Pode me chamar de Rei.”
“E eu sou a mãe de Sieglinde, Sylphia. Por favor, me chame de Fia. Prazer em conhecê-los!”
“““Prazer em conhecê-los.”””
Com um sorriso brilhante no rosto, os pais de Sieg-san se apresentam.
Entretanto, vendo-os de perto assim, os dois parecem muito jovens... Muito menos na casa dos 20 anos. Parecem jovens o suficiente para serem aceitáveis como adolescentes, mas ambos já tinham mais de 200 anos. Elfos são incríveis...
“Faz algum tempo. Rei-san, Fia-san.”
“Vejo que você está bastante saudável, Lilia-chan. Enfim encontrou um marido?”
“Ah, não, isso é...”
“É impossível mesmo com a bênção do Deus do Amor então... Gofuaahhh!”
Um belo golpe atingiu o abdômen de Lunamaria-san quando estava prestes a falar coisas desnecessárias. Esse sujeito não está mesmo aprendendo a lição...
Parece que Lilia-san já conhece os pais de Sieg-san, pois eles trocaram saudações muito educadas.
Achei que os dois iriam nos mostrar a cidade em seguida, porém Lunamaria-san confirmou a localização da pousada que ela reservou para nós e nos disse que iria levar nossa bagagem para lá. E então, Rei-san e Fia-san sugeriram que relaxássemos até que Lunamaria-san voltasse, então acabamos visitando a casa dos pais de Sieg-san.
Rei-san e Fia-san parecem ter personalidades muito alegres e conversaram conosco durante o caminho.
“A propósito, você mencionou que é Miyama-kun, certo?”
“Eh? Ah sim.”
Enquanto caminhava, Rei-san de repente falou comigo com uma expressão séria no rosto.
A expressão séria em seu rosto, junto com sua bela aparência, de alguma forma parecem nítidas.
“O que acha? Nossa Sieg é muito fofa, não é?”
“Hã?”
“...!?”
O que diabos essa pessoa está dizendo de repente?
“Não, mesmo como pai dela, devo dizer. Sieg é muito bem proporcionada e extraordinariamente bonita!”
“H-Hã...”
“Se você for homem, entenderia o apelo de Sieg, certo?”
“Ah, sim. Bem...”
É verdade que Sieg é uma pessoa alta e esbelta, com um rosto lindo e bem definido que parece aliar dignidade e formosura, junto com seus cabelos ruivos e orelhas compridas que são as características especiais dos elfos. Acho que não seria um erro chamá-la de linda.
Sua personalidade também gentil e amável, é boa em cozinhar e assar e tem um bom temperamento, o que a torna muito atraente.
Contudo, por que seus próprios pais fariam tal pergunta neste momento?
Depois de ouvir minha resposta, Rei-san assentiu, parecendo um tanto satisfeito, e aproximando seu rosto do meu, animado, ele falou.
“Claro, sei que a quer! Então, até onde você foi com Sieg?”
“Como?”
“...???”
Novamente, repito, o que diabos essa pessoa está dizendo?
“Vocês saíram em um encontro? Ou já passaram da parte do beijo?”
“N-Não, não é como se Sieg-san e eu tivéssemos nesse tipo de relacionamento...”
“O que disse? Você está são? Já está morando com Sieg há um mês e para não desejar ela, você é mesmo um homem?”
“E-Errr...”
Estou um pouco confuso e minha cabeça não consegue acompanhar o que ele está dizendo, no entanto acho que Rei-san é um pai muito amoroso.
Posso dizer que ama muito Sieg-san pela maneira como fala e seu comportamento, mas me pergunto o que é isso... Essa decepção absurdamente grande que estou sentindo...
“Isso não serve, é claro, como pai, é difícil ver minha linda filha tendo um amante. Porém, ao mesmo tempo, também quero que minha filha seja feliz... E hoje, pela primeira vez em sua vida, Sieg voltou para a casa de seus pais com um homem a reboque! Ainda que as lágrimas caiam dos meus olhos, estou pronto para aceitar, mesmo que venha aqui para nos informar sobre seu casamento!”
“...”
“E ainda assim... Você não pode continuar assim! Tudo bem se às vezes agir como um homem, vá atacá-la como a fera que é! Tudo bem, vou te dar algum dinheiro, então vocês vão a um encontro... Bfuuooohhh!”
Um punho bateu no rosto de Rei-san, que estava me dominando com seu impulso assustador, a uma velocidade tremenda.
Aquela que bateu com o punho na em seu rosto foi, nem é preciso dizer, Sieg-san.
O rosto de Sieg-san estava vermelho e seu punho cerrado tremia. Ela parece muito zangada.
“S-Sieg, a-acalme-se. Papai está apenas pensando no bem de Sieg... Bfueehhh!”
“...”
Quando Rei-san caiu de bunda e tentou explicar, o punho de Sieg-san bateu em seu rosto outra vez.
Não consigo mais sentir misericórdia de Sieg-san, quando começou a balançar os punhos para baixo, um após o outro, mais rápido do que antes de Rei-san poder dizer qualquer coisa.
“Ara, ara, por favor, desculpe-os... Eles estão causando muita confusão.”
“Eh? Ah, não, está tudo bem mesmo se não os impedir?”
“Tudo bem. A culpa é dele de qualquer maneira.”
Olhando para a violência extrema que seu marido está recebendo, Fia-san me chamou em tom descontraído.
Ah, como devo dizer... Sinto que posso ver como é a vida diária de Sieg-san em sua cidade natal... Esse tipo de fluxo onde Rei-san brincava, Sieg-san ficava com raiva e Fia-san vagarosamente os observava parece ser algo comum para os três.
“Bom, não é que ele tivesse más intenções. É só que Sieg-chan parece gostar muito de você.”
“Eh?”
“????”
O punho de Sieg-san, que estava atingindo Rei-san, parou quando ouviu as palavras que Fia-san disse com indiferença.
“Quero dizer, as cartas que Sieg-chan envia ultimamente sempre foram sobre você... Mghhhmmm!”
“!!!”
“Sieg-san?”
Fia-san tentou continuar falando, contudo antes que pudesse terminar de falar, Sieg-san rapidamente se moveu e cobriu sua boca.
O rosto de Sieg-san agora está vermelho quando olhou para mim, balançando a cabeça em frenesi por algum motivo.
Hmmm. É apenas meu palpite, no entanto Sieg-san talvez tenha escrito sobre um dos membros do outro mundo, eu, e enviou para os pais, entretanto acho que isso significa que Rei-san a entendeu mal, né?
Então, faz sentido porque Sieg-san está tão nervosa. Afinal, se eles perceberem algo que a própria pessoa pretende, e de repente seus pais começarem a dizer coisas que não têm bom senso, é óbvio que ficará nervosa.
“Aoi-senpai. Sieg-san parece bastante óbvia para mim, mas... Miyama-senpai é realmente tão lento assim?”
“Sua auto estima talvez seja muito baixa, acho que uma ideia como essa nunca surgiu em sua mente.”
Querida mãe, pai — os pais de Sieg-san eram bastante animados e parece que Sieg-san está passando por momentos muito difíceis. No entanto, como posso dizer isso no bom sentido? Olhando para a agitação de suas trocas, aqueles tempos em que a mãe e o pai ainda estavam vivos — eu me lembrei deles.
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