sexta-feira, 31 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 19

Capítulo 19


Graham Barry deu uma mordida em seu sanduíche e o cuspiu no chão.

— Puta merda! —exclamou, olhando para os restos meio mastigados entre os pés. — Ela sabe que eu odeio essa merda.

Chuck Carlson caiu na gargalhada.

— Hora de trocar a patroa por uma modelo mais nova, né?

Chuck estava sentado com a garrafa térmica de café entre as pernas, tentando absorver um pouco do calor. Estava congelando ali fora, o vento frio uivava pela baía. Havia poucas árvores para se abrigar, já que a maioria tinha sido cortada e levada para onde as árvores mortas eram levadas.

Graham balançou a cabeça.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Slayers — Volume 12 — Capítulo 54

Capítulo 54: O Dragão Ancião conhece os planos do exército de Dinastia

“Eu acho... Que acabou!” sussurrou Luke.

“Aqui, pelo menos.” respondeu Mileena.

Quanto a Jade... Apenas ficou ali, imóvel e silencioso, olhando para o Grancis caído. Se sua natureza fosse realmente mais parecida com a de um demônio inferior ou de bronze do que com um mazoku puro, uma espada normal seria suficiente para destruí-lo. E, de fato, Grancis havia sido derrubado pela lâmina de Gourry mesmo depois de ter esgotado a magia que continha. Enquanto observávamos, seu corpo se desfez como mazokus, tanto semi-demônios quanto puros, sem deixar vestígios.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Slayers — Volume 12 — Capítulo 53

Capítulo 53: O castelo à noite, consumido pelas chamas

A criatura parecia uma pipa preta. Tinha por volta do tamanho de uma pessoa, mas seu corpo era achatado, triangular e translúcido o suficiente para que pudéssemos ver o contorno vago da lua através dele. Não tinha braços nem pernas, porém sua cabeça(?) continha um único olho assustadoramente realista. Era um desenho cartunesco em muitos aspectos... Embora eu duvidasse que houvesse algo divertido ou excêntrico no que esse sujeito fosse capaz de fazer.

Além disso, tínhamos alguns fatores trabalhando contra nós naquele momento. Um era nossa posição. O outro eram os soldados visíveis no pátio abaixo, o que indicava que o mazoku não havia nos trancado em uma barreira. Sua intenção era clara... Queria nos forçar a usar feitiços chamativos que fizessem as pessoas correrem.

Contudo... Espere um minuto...

terça-feira, 28 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 18

Capítulo 18


Na última casa habitada restante em witchaven, um velho casal estava sentado no sofá. A esposa dava as mãos à do marido, um cobertor de tricô sobre as pernas enquanto a lareira crepitava. A televisão estava ligada, banhando-os com um brilho azulado e fresco, enquanto, além das quatro paredes, o vento assobiava e as ondas batiam sem parar contra a praia.

Muriel observava a tela, mas prestava pouca atenção, preferindo lançar olhares amorosos ao marido. Pensar em todo o tempo que havia perdido lamentando não ter podido se despedir. E agora ali estava! Deveria ter tido fé. Fé no Senhor. Fé no mundo natural.

Fé em Billy.

Aconchegou-se mais perto, apoiando a cabeça no peito dele.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Slayers — Volume 12 — Capítulo 52

Capítulo 52: As sombras à espreita em Gyria

“O que é isso?” Jade sussurrou, virando os olhos para um beco estreito a alguma distância.

É... Acho que é uma visão bem bizarra para quem nunca viu um desses antes.

A figura, vestida com uma capa preta esfarrapada, era mais ou menos humanoide... Embora qualquer um poderia dizer que aquela coisa não era humana. A pele que cobria seu corpo abatido... Ou melhor, anormalmente magro... Tinha o escurecimento de um cadáver necrótico. Seu rosto não tinha orelhas, nariz, boca ou cabelo, apenas dois olhos excepcionalmente grandes e arregalados olhando vidrados em nossa direção.

“Aquilo é... Um mazoku puro!” murmurei em resposta.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 17

Capítulo 17


Aaron Walters tirou a balaclava da cabeça. A lã lhe ardia na pele, e esfregou a mão na testa enquanto se aproximava da banheira e espiava lá dentro.

A velha vagabunda flutuava de bruços no próprio sangue. Era uma visão medonha, mas não o incomodava. Já tinha visto pior. Que diabos, já tinha feito pior, como espancar um lojista até a morte com um cano de chumbo por ameaçar processar o Sr. Grant. Aquele pobre coitado ficou irreconhecível, com o rosto reduzido a uma massa amassada. Pelo menos tentou se defender.

Ele se virou para seu parceiro, Kevin Henker.

— Merda. Essa foi fácil.

Kevin tirou a própria máscara e a enfiou no cós da calça jeans preta.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 16

Capítulo 16


A chuva não parava.

A chuva continuava caindo enquanto Muriel se sentava em frente à televisão, tentando prestar atenção em “The Great Pottery Throw Down”. O homem simpático na tela olhava para um pote de barro e chorava, mas Muriel pensava em Arthur. Ficara tão furiosa com a morte injusta do amigo que não se dera tempo para lamentar, e mesmo assim, ali, no conforto de sua casa, achava difícil se concentrar.

Com fome...

Aumentou o volume da TV. Embora não conseguisse abafar por completo a voz de Avalon... Afinal, estava em sua cabeça, podia muito bem tentar. O que queria que fizesse? Convidar alguém do pessoal de Grant para ser sua refeição?

Não seria exatamente assassinato. Afinal, Avalon não era humano. Era uma criatura, e criaturas não podem assassinar. Elas podem matar, é claro, porém isso era uma questão diferente. A aranha era uma assassina por capturar a mosca?

domingo, 19 de outubro de 2025

The Dragonbone Chair — Volume 02 — Capítulo 20

Capítulo 20: A Sombra da Roda


Ele estava parado na planície aberta, no centro de uma vasta e rasa bacia de grama, um pontinho de vida pálida e ereta em meio a uma profusão infinita de verde. Simon nunca se sentira tão exposto, tão despido do céu. Os campos ascendiam e descendiam desde onde se encontrava; o horizonte, por todos os lados, formava uma densa camada de grama e céu cinza-pedra.

Após um período que poderia ter sido de momentos ou anos em uma atemporalidade tão impessoal e fixa, o horizonte foi rompido.

Com o rangido pesado de um navio de guerra sob vento forte, um objeto escuro apareceu acima da borda que era o limite externo da visão de Simon. Subiu e subiu, impossivelmente alto, até que sua sombra caiu sobre Simon nas profundezas do vale... O impacto da sombra foi tão repentino que pareceu quase ressoar ao atingir, um zumbido profundo e reverberante que sacudiu seus ossos.

sábado, 18 de outubro de 2025

The Dragonbone Chair — Volume 02 — Capítulo 19

Capítulo 19: O Sangue de São Hoderund


Parecia que toda vez que Simon abria a boca para falar, ou mesmo para respirar fundo, ela se enchia de folhas. Não importava quantas vezes se mexesse e se abaixasse, não conseguia evitar os galhos que pareciam agarrar seu rosto como mãos gananciosas de crianças.

— Binabik! — queixou-se. — Por que não podemos voltar para a estrada? Estou sendo feito em pedaços!

— Não reclame tanto. Em breve retornaremos para a estrada.

Era irritante observar o pequeno gnomo abrindo caminho entre os galhos e ramos emaranhados. Fácil para ele dizer ‘não reclame!’. Quanto mais densa a floresta ficava, mais escorregadio Binabik parecia se tornar, deslizando com graciosidade pela vegetação rasteira espessa e agarradora, enquanto Simon seguia atrás. Até Qantaqa saltava com leveza, deixando apenas uma ondulação na folhagem atrás de si. Simon sentiu como se metade da Velha Floresta estivesse agarrada a ele na forma de galhos quebrados e espinhos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 15

Capítulo 15


Muriel se olhou no espelho.

Cinco dias haviam se passado desde a visita de Billy. Durante esse tempo, a vida havia sido tão normal quanto possível, dadas as circunstâncias. O telefone tocou algumas vezes, mas não atendeu. Patrick Grant apareceu no noticiário, culpando o tabagismo (um hábito imundo e repugnante, como ele o chamava) e as precauções de segurança insuficientes pela morte de Arthur. Foi a única declaração crível que já fizera, porém Muriel sabia que não era verdade. Arthur havia sido assassinado. Billy lhe dissera isso.

Tudo parecia um sonho cruel agora. Às vezes, se questionava se aquilo de fato havia acontecido, contudo, a cada vez, tudo o que precisava para convencê-la era uma rápida olhada na criatura em sua banheira e nas manchas de sangue por toda a sala de estar. Ela as guardava lá como um lembrete. Não tinha medo de que ninguém as visse. Com Arthur fora, não haveria mais visitas.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

The Dragonbone Chair — Volume 02 — Capítulo 18

Capítulo 18: Uma Rede de Estrelas


Com bolhas nos doloridos pés descalços e vestido com trapos, Simon conseguiu, pouco a pouco, vencer a sensação de desespero que tinha. Tanto a mente quanto o corpo estavam gravemente feridos pelo infortúnio, e desenvolvera um olhar assustado e um estremecimento reflexivo... Nenhum dos quais escapava ao olhar penetrante de seu novo companheiro, mas o horror que o atormentava fora brevemente repelido; tornara-se, por ora, apenas mais uma dolorosa meia-lembrança. A companhia inesperada ajudou a aliviar a dor dos amigos e do lar perdidos, pelo menos na medida em que permitiu. Uma grande parte de seus pensamentos e sentimentos secretos continuavam a ser reprimidos. Seguia desconfiado e também não estava disposto a investir outra vez e arriscar mais perdas.

Enquanto caminhavam pelas trilhas frescas e vibrantes da floresta matinal, Binabik explicou a Simon que havia saído de sua nobre casa em Yiqanuc, como aparentemente fazia uma vez por ano, a ‘negócios’, uma série de recados que o levaram ao leste de Hernystir e à Erkynlandia. Simon deduziu que envolvia algum tipo de comércio.

sábado, 11 de outubro de 2025

I Was Caught up in a Hero Summoning, but That World Is at Peace — Capítulo 172

Capítulo 172


No momento em que estendi a fruta dourada que recebi de Alice, o humor de Kuro mudou de forma visível.



Sua expressão desapareceu e seus olhos dourados me encararam sem qualquer tremor.



Vendo a aura diferente ao seu redor, parei de falar, mantendo-me em silêncio... Antes de Kuro lentamente virar o rosto para baixo.

terça-feira, 7 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 14

Capítulo 14


Vários meses após o desaparecimento de Billy, Muriel doou a maior parte de suas roupas velhas a um brechó. Claro, algumas das peças mais esfarrapadas jogou fora. Foi um dia doloroso para ela, e havia algumas peças de grande valor sentimental das quais se recusara a se desfazer.

Parando ao lado do armário do quarto, tirou uma bolsa verde, colocou-a sobre a cama e abriu o zíper. Dentro estava o terno de Billy. Ele o usara no casamento deles e em alguns funerais. Uma vida no mar o mantivera em forma, e nunca o deixara pequeno. Desempacotou as calças e o paletó do terno e encontrou uma camisa branca amassada no fundo do armário. Queria passá-la, mas não podia deixar Billy parado nu.

Avalon, lembrou a si mesma. Não Billy.

Escolheu algumas meias grossas de lã e o único par de sapatos elegantes que tinha. Precisavam de um polimento, porém, mais uma vez, não queria deixá-lo esperando.

domingo, 5 de outubro de 2025

The Dragonbone Chair — Volume 02 — Capítulo 17

Capítulo 17: Binabik


Quando Simon enfim olhou para a fonte da nova voz, seus olhos lacrimejantes se arregalaram de surpresa. Uma criança caminhava em sua direção.

Não, não uma criança, mas um homem tão pequeno que o topo de sua cabeça de cabelos negros provavelmente não alcançaria muito mais alto que o umbigo de Simon. Seu rosto tinha algo de infantil: os olhos estreitos e a boca larga se estendiam em direção às maçãs do rosto em uma expressão de simples bom humor.

— Este não é um bom lugar para chorar. — disse o estranho. Ele se afastou do ajoelhado Simon para examinar por um momento o lenhador caído. — Também sinto que não vai adiantar muito, pelo menos para este sujeito morto.

Simon limpou o nariz na manga da camisa grossa e soluçou. O estranho havia se aproximado para examinar a flecha branca, que se erguia do tronco da árvore perto da cabeça de Simon como um galho rígido e fantasmagórico.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

The Haar — Capítulo 13

Capítulo 13


Muriel sabia que não era ele. Não poderia ser. Billy estava morto, e já estava havia mais de uma década. Embora seu corpo nunca tivesse sido encontrado, a guarda costeira realizou uma busca completa e a polícia vasculhou as praias sem sucesso. Seu marido apenas desapareceu nas profundezas geladas do Mar do Norte e nunca mais voltou. Eles até realizaram uma cerimônia em sua memória, porque Billy McAuley estava morto e enterrado. E, ainda assim...

Lá estava.

— Não! — ela conseguiu dizer. Respirar era difícil, como se tivesse esquecido como.

— Muriel. — o ser se aproximou com passos lentos e pesados, sangue espalhado pelo rosto e pelo peito. Pingava de seus dedos.

— Não é você. — disse Muriel. — Não pode ser.