Capítulo 54: O Dragão Ancião conhece os planos do exército de Dinastia
“Eu acho... Que acabou!” sussurrou Luke.
“Aqui, pelo menos.” respondeu Mileena.
Quanto a Jade... Apenas ficou ali, imóvel e silencioso, olhando para o Grancis caído. Se sua natureza fosse realmente mais parecida com a de um demônio inferior ou de bronze do que com um mazoku puro, uma espada normal seria suficiente para destruí-lo. E, de fato, Grancis havia sido derrubado pela lâmina de Gourry mesmo depois de ter esgotado a magia que continha. Enquanto observávamos, seu corpo se desfez como mazokus, tanto semi-demônios quanto puros, sem deixar vestígios.
“Ah... Er...” Gourry gaguejou, claramente sem saber o que dizer.
Jade se virou para ele e fez uma reverência.
“Obrigado pelo que você fez.”
Ainda sem saber como responder, Gourry ficou ali em silêncio, coçando a cabeça.
Jade se endireitou, olhou ao redor e disse.
“Vamos prosseguir.” sua voz era firme e seu rosto, resoluto. “Para o escritório. Para Sherra.”
———
Waaaaaaaaaah... Aaaaaaaah...
“Isso são... Gritos?” Mileena perguntou baixinho enquanto corríamos pelo corredor a caminho do escritório.
Havíamos chegado a uma área do palácio onde normalmente apenas o rei e seus assessores mais próximos eram permitidos, e devo dizer... Era muito mais sombrio do que eu esperava. O lugar era composto em sua maior parte por paredes de pedra sem adornos, pontuadas apenas por uma arandela ocasional. Um uivo persistente ecoava pelo corredor mal iluminado, cuja origem era incerta. Sendo franca, era assustador como o inferno.
“Só ouço o vento.” disse Luke, indiferente.
“Mas de fato parece uma voz...” acrescentou Gourry, tão indiferente quanto, apesar do arrepio inerente ao que estava sugerindo.
“O lamento do Rei Dils...” Jade sussurrou.
“O que é isso?” meus ouvidos se aguçaram.
“Oh! É uma velha história de fantasmas.” respondeu Jade, dispensando-me com um gesto. “As pessoas gostam de dizer que o antigo rei ainda está vivo, trancado em algum lugar, vítima da maldição de um mazoku...”
Eu mesma já tinha ouvido essa história. Vinte anos atrás, o Rei Dils II fora matar os mazokus de Katart e retornara ao castelo afligido por uma maldição conhecida como Raugnut Rushavna. A maldição o transformara em uma massa de carne contorcida, imortal, embora em eterna dor. Diz-se que até hoje ele permanece trancado nas profundezas do castelo, uivando incessantemente, incapaz de morrer...
“Porém acho que a história é apenas uma maneira de explicar o som do vento soprando pelos corredores.” concluiu Jade.
Essa seria uma explicação adequada, contudo o boato me parecia plausível. Todos sabiam que o velho rei fora matar os mazokus e nunca mais foi visto. E na minha opinião, sabia que mazokus eram reais... E a maldição Raugnut Rushavna também. Para ser sincera, parte de mim queria descobrir se havia alguma verdade no mito... No entanto não era hora para uma missão secundária.
“Ah, certo. Gourry, desembainhe sua espada. Todos os outros, recuem.” eu disse e entoei um feitiço. “Explosão de Cinzas!”
Bwoosh! A escuridão envolveu a espada, fundindo-se em seu aço e se espalhando por ela por um momento antes que a lâmina retornasse ao seu brilho prateado.
Certo, agora sua espada mágica está toda carregada! Não que espere que um feitiço como Explosão de Cinzas faça muita coisa contra alguém como Sherra...
“Isso afetará uma área razoavelmente ampla... Talvez um pouco maior do que a envergadura de um braço adulto, então não a lance contra um inimigo se algum de nós estiver muito perto. Entendeu?”
“Sim, entendi.” respondeu o grandalhão, despreocupado, embainhando sua espada.
Você entende mesmo? Se acertar um de nós por acidente com esse feitiço, suas habituais desculpas improvisadas não serão suficientes...
“E aí, sabe mesmo onde fica esse escritório?” perguntou Luke enquanto continuávamos.
Jade respondeu hesitante.
“Acho que sim...”
“Acha?
“Bom, quando saímos da sala de audiências, vi cartazes marcando as antecâmaras e coisas do tipo. Bem, eu era apenas um cavaleiro de baixa patente e nunca visitei o escritório do rei, entretanto nunca ouvi falar de alguém que se perdeu procurando por ele.”
Não que alguém que se perdesse estivesse ansioso para confessar...
Por sorte, o corredor à frente era reto na maior parte. Chegamos a um caminho que se ramificava aqui e ali, todavia nenhum deles era muito longo, sugerindo que seria mais difícil se perder. Também não conseguia imaginar que nosso destino fosse deliberadamente escondido.
“Ah, certo, Jade. Vamos resolver isso com antecedência.” falei enquanto corria. “Aquele tal Allus disse que Sherra estava com o rei, certo?”
“Sim, foi o que disse.”
“Então, quando entrarmos na sala, a primeira coisa que quero que faça é agarrá-lo e ir embora.”
“Hã?” Jade parou no lugar, incrédulo. “E-Espere um minuto! Quero lutar com vocês! Não vou ser um fardo, eu juro!”
“Não é esse o problema.” falei, acenando apressadamente com as mãos. Quer dizer, sim, acho que Sherra está fora do alcance de Jade... Porém, falando nisso, também não tinha certeza se o resto de nós teria chance contra ela. “Só estou dizendo que, se vamos lutar, alguém precisa levar o rei para um lugar seguro. Não podemos ficar lançando feitiços à vontade com ele presente na sala, certo? Sherra pode até usá-lo como refém! Alguém precisa tirá-lo da zona de perigo, contudo nós quatro não temos o desejo nem o dever de fazê-lo de forma agradável. Estamos aqui para derrotar Sherra, não para salvar o rei. Então a tarefa cabe a sua pessoa.”
“M-Mas...” Jade argumentou, redobrando o passo para nos alcançar.
“O quê? Prefere lutar, mesmo que signifique a morte do rei?”
“Não! É claro que não posso deixar isto acontecer...”
“Certo? É por essa razão que essa responsabilidade é sua. Claro, o rei confia em Sherra, então duvido que se incline a fazer o que mandamos... Se quiser colocá-lo em segurança, é provável que terá de nocauteá-lo e arrastá-lo para longe.”
Jade ficou em silêncio diante das minhas palavras.
“Muito bem. Vou colocá-lo em segurança e depois voltar o mais rápido possível para me juntar à batalha. Isso é aceitável?”
“Não é o que eu estou querendo dizendo, cara...”
Ele quer lutar tanto assim, né? Sherra era muito mais poderosa do que Jade imaginava... Possivelmente até mais do que Luke e Mileena imaginavam. Ela não ia sucumbir com uma boa estocada de uma espada mágica insignificante.
Suspirei.
“Se quer garantir que o rei esteja seguro, precisa tirá-lo do castelo. Da cidade, até. Se pegarmos Sherra com um humor destruidor em vez de combativo, nenhum lugar dentro das muralhas externas estará seguro.”
“Vamos, você está exagerando...”
“Queria que fosse exagero. E pense bem. Aqueles mazokus que enfrentamos na sala de audiências... Acha que são todos os capangas que têm?”
“Quer dizer que há mais?”
“É bem possível. Esses caras querem esta nação sob seu controle por algum motivo, o que significa que não vão deixar o rei ir embora sem lutar. Quem garante que não vão mandar um esquadrão de capangas atrás dele quando o deixar em algum lugar e voltar correndo?”
“Essa é... Uma boa observação.”
“E é como você disse àquele cara... Qual era mesmo o seu nome? O cara que nos acolheu. Guardião Nº 1.”
“Maias?”
“Sim, esse. É como falou ao Guardião Nº 1. Mesmo sem patente, ainda tem o coração de um cavaleiro. E o trabalho de um cavaleiro é defender seu rei, certo?” dei uma piscadela para Jade.
“Ah...” ele respirou fundo, depois esboçou um pequeno sorriso.
“Sim, é verdade. Muito bem! Eu, Jade Caudwell, por meio deste, renovo meu juramento sagrado de proteger Sua Majestade Wells Xeno Gyria com a minha vida!”
Boa, garoto!
“É melhor estar pronto para cumprir esse seu juramento sagrado!” disse Luke, parando e olhando para trás. Agora havia uma porta à vista no final do longo corredor com luz entrando por suas frestas. “Parece que chegamos.”
———
A placa na porta declarava que era um escritório, então sabíamos que estávamos no lugar certo.
Sabendo o que eu sabia, não podíamos arriscar que a situação se arrastasse por muito tempo. Sherra não era chamada de General de Dinastia à toa. Seu poder só poderia ser descrito como terrível. Tanto que um único golpe seu mataria qualquer um de nós na hora. E assim que um de nós caísse, o resto cairia como dominós.
Em outras palavras, o resultado da luta que se aproximava se resumia a uma única pergunta: Sherra destruiria um de nós antes que nosso trabalho em equipe a superasse? De qualquer forma, seria uma luta curta. A única incerteza era quem permaneceria de pé quando tudo terminasse.
Todos nós trocamos um aceno silencioso, e então... Wham! Gourry chutou a porta, com a espada em punho.
A sala além era muito maior do que esperei que fosse. Logo à nossa frente, havia uma grande mesa de carvalho escuro cheia de papéis, atrás da qual estavam um homem e uma mulher. O homem devia ser o Rei Wells. Ele parecia ter trinta e poucos anos, com longos cabelos negros e uma constituição sólida. Eu tinha que admitir, tinha a aura de um líder... Não me parecia o tipo de cara que sucumbisse aos encantos femininos ou à influência mágica de Sherra, porém, como dizem, aqueles de quem não se suspeita são os mais perigosos.
Ajoelhada não muito atrás, estava uma figura vestida com um uniforme azul com bordados prateados. Seus longos cabelos estavam presos em uma trança e ela carregava uma espada longa negra. Os dois pareciam a imagem perfeita de um rei e seu leal cavaleiro. Contudo o verdadeiro mestre deste cavaleiro não era o senhor deste reino... Era um ser das trevas!
“Quem são vocês?” bradou o homem, aparentemente inabalável ao se levantar da cadeira.
Jade imediatamente se ajoelhou.
“Jade Caudwell, ex-Cavaleiros Azuis. Vim aqui contra a sua vontade... Por favor, perdoe minha insolência.”
“Jade... Caudwell? Ah, sim. Um dos filhos do General Grancis, não é? Acredito que ordenei seu exílio, não foi?”
“De fato, meu senhor. No entanto a corrupção evidente em nosso reino me obrig...”
“Silêncio, traidor!” interrompeu a cavaleira... Sherra. Em um lento movimento, se levantou, com o olhar fixo em sua direção. “É você quem está causando o caos no castelo? O que quer? A vida do meu senhor?” gritou.
Que espertinha... Semear a ideia de que estávamos aqui para matar o rei praticamente garantiu que ele não ouviria uma palavra do que disséssemos.
“Meu senhor, você deve acreditar...” Jade insistiu.
“Silêncio!” gritou Sherra, interrompendo-o. “Não suje seus ouvidos com essas mentiras, meu senhor. Eu imploro, dê-me a ordem. Eu me livrarei deles o mais rápido possível.”
“Por favor, faça isso. Conto com você.” concordou o Rei Wells num tom plácido, sem qualquer sinal de receio.
Sherra se ajoelhou de novo e beijou as costas da mão do rei.
“Juro pela espada que o serve.”
E quando se levantou mais uma vez, Wells se virou e manipulou algo na parede. Thunk. Com um som baixo, uma divisória nos fundos se abriu.
Claro... Todo bom palácio tem algumas rotas de fuga secretas.
“Majestade!” Jade tentou seguir seu rei, mas Gourry o impediu. “O quê?”
“Não seja idiota! Vai morrer se for agora!”
O cara tinha razão. Sherra estava parada na abertura. Rrrumble... E com outro som pesado, a parede se fechou atrás do Rei Wells. Eu duvidava que houvesse alguma maneira de reabri-la dali. Porém não significava que devíamos só desistir de rastreá-lo.
“Jade! Encontre o General Allus! Trabalhem junto para levar o rei a um lugar seguro!” gritei.
“Pode deixar!” Jade se virou e saiu correndo da sala.
Um homem da posição de Allus sem dúvida conhecia todas as passagens secretas do castelo. Se Jade o informasse da situação, aposto que estaria disposto a nos dar uma mão.
“Tudo bem.” voltei meus olhos para o nosso oponente. “Agora somos só nós e você... General Sherra.”
Lentamente, ela retribuiu o olhar.
“Entendo... Então Allus ficou do seu lado, não é?”
“Ficou. Contudo, cara, vejo que está entretida em toda essa história de cavaleiro leal... Beijar a mão do rei e tudo mais. Já pensou em largar o negócio de mazokus e começar a atuar?”
“É tudo que tem a me dizer depois de todo esse tempo? Que falta de educação. Você tem sido uma mosca na sopa dos meus planos, Lina Inverse.”
“Talvez seus planos sejam meio ruins? Já que é a serva de Graushera e seu nome é Sherra, então se seus planos forem tão meia-boca quanto seu nome...”
“Silêncio!” Sherra rugiu com raiva o suficiente para me calar. “Não comente sobre o meu nome!”
Ah, opa. Essa realmente a irritou! Eu queria a provocar um pouco, entretanto pode ter saído pela culatra. Talvez tivesse perguntado a Dinastia sobre a origem do seu nome, afinal, e recebido uma resposta como ‘Só não me importei, rsrs!’.”
“Deixando isso de lado, você disse que sou uma mosca na sopa dos seus planos...” mudei rapidamente de assunto. “Só que de quais planos está falando? Sei que tem andado emprestando Dulgoffa aqui e ali... Também está por trás das hordas de demônios que surgem pela região?”
“Não te devo uma resposta!” Sherra disse sem rodeios, então sacou a espada negra, Dulgoffa, do cinto em um fluído movimento.
Nossa, que rápido! Está ainda menos fria do que da última vez que nos enfrentamos!
“Esta é... Minha última chance!” disse ela. Não sei o que queria dizer com isso... Porém não tive tempo para pensar! Sua aura de hostilidade estava aumentando!
Aí vem!
Dulgoffa cortou o ar... Vrum! Produzindo uma onda de choque negra em linha reta em nossa direção! Nós nos dispersamos imediatamente. A onda negra atravessou a sala e destruiu a porta robusta do outro lado.
“Fell Zaleyd!” Luke devia estar preparando um feitiço com antecedência, mas no momento em que o lançou, Sherra o dispersou com um movimento da mão esquerda.
“O quê?” ele gritou, atordoado pelo poder de um mazoku de primeira classe.
Mileena estava logo atrás de Luke com um ataque subsequente.
“Chama Elemekia!” a explosão, que poderia exterminar um demônio de bronze com um único golpe, foi dissipada por um golpe sem esforço da espada de Sherra. E então...
“Graaah!” Gourry mergulhou de lado enquanto seus braços estavam abertos por bloquear ambos os feitiços. Não pretendia deixar essa oportunidade escapar!
Slash! Sua lâmina cortou o torso de Sherra e saltou logo depois para longe... Porém a expressão de Sherra não mudou nem um pouco. Ela apenas lançou uma série de pequenos projéteis mágicos em sua direção. O grandalhão conseguiu se esquivar.
Imaginei... O golpe de Gourry não adiantou nada. O poder de uma Explosão de Cinzas sequer conseguiu arranhá-la.
“Isso é ridículo pra caramba!” Luke reclamou.
“É, justo como a Lina estava dizendo!” Gourry respondeu. “Nesse caso...”
Whomm! Gourry brandiu a espada contra Sherra de novo. Ela estava bem fora do alcance, contudo por um momento, uma escuridão a envolveu e então desapareceu. Gourry havia liberado a Explosão de Cinzas de sua espada... E Sherra a tinha superado sem sofrer um arranhão.
O que você achou que isso ia fazer, grandão?
Sherra nem olhou para os outros, apenas lançou uma onda de choque em mim enquanto eu entoava o cântico! Comecei a correr para o lado. Sherra disparou pelo chão, acompanhando meu ritmo.
Então vai vir atrás de mim primeiro!
Em uma luta a curta distância a vantagem seria sua! A espada curta na minha mão não conseguiria bloquear o ataque mágico da espada Dulgoffa! Gourry correu pela lateral, empunhou sua espada e aparou a onda de choque de Sherra com sua lâmina!
Claro! Ele quer absorver um pouco do poder de Sherra!
Mas a espada aguentaria? A onda de choque se enroscou na lâmina e... Crick! O metal gritou!
É inútil, afinal? Lamentei. Entretanto, ao fazer isso, Gourry puxou a espada de volta. Deixando o que restava do poder da onda de choque escapar por ele e se colocou entre Sherra e eu.
“Keh!” Sherra respirou fundo, recuando ao perceber a propriedade da espada de Gourry. E então...
“Dynast Blas!”
Krickakrack! Lancei um raio mágico, amplificado para completar!
Sherra soltou um pequeno grito enquanto o raio envolvia seu corpo, e então... Pop! Com um som de explosão, este se dispersou.
“Hyahhh!” naquele momento, Gourry a golpeou.
Clink! Dulgoffa se levantou para interceptar sua espada. O estrondoso choque ecoou pela sala quando as duas lâminas se encontraram. Todavia Gourry levou a melhor em termos de habilidade! Depois de alguns choques, foi Sherra quem saltou para trás.
“Hrah!” Gourry balançou a espada quando ela o fez, enviando a onda de choque que havia liberado momentos antes voando de volta para Sherra.
“Trivial!” Sherra zombou, dispersando-a no ar, então produziu mais projéteis mágicos ao seu redor e...
“Ra Tilt!”
Bwooooosh! Mileena conjurou um pilar azul de chamas para engolir Sherra. Gourry correu para a frente, enfiando a espada na silhueta dentro da coluna de fogo.
“Conseguimos?” gritou Mileena.
Porém o show ainda não tinha acabado! Tudo o que a espada de Gourry perfurou foi uma sombra... O velho truque da cauda do lagarto demoníaco! Ela havia deixado um fragmento de sua forma espiritual como isca enquanto recuava para o plano astral. E então reapareceu...
Atrás de mim? Pensei a princípio, contudo Sherra estava atrás de Mileena!
“Cuidado!” gritou Gourry.
Sherra disparou sua saraivada de projéteis mágicos. Mileena se contorceu na tentativa de se esquivar, no entanto...
Crash!
Enquanto evitava o pior dos danos, uma de suas ombreiras foi explodida em pedaços quando a onda de choque a fez voar para trás! Sherra a perseguiu e...
“Lâmina Olhos de Rubi!” Luke sacou uma lâmina mágica carmesim e avançou para detê-la!
Duas vezes em um dia? Isso vai ser muito desgastante!
Ondas de choque mágicas voaram enquanto Dulgoffa se chocava com Luke. Sua Lâmina Olhos de Rubi seria a mais afiada das duas espadas, mas Dulgoffa poderia se regenerar o quanto fosse necessário enquanto Sherra estivesse por perto. Em outras palavras, Luke ficaria sem energia primeiro!
O que significava que eu tinha que agir agora, enquanto Sherra estava presa no lugar. Comecei a recitar o encantamento para minha espada do vazio, a Lâmina Ragna.
Será que chego a tempo? Enquanto observava a espada mágica de Luke se dissipar com uma velocidade assustadora, imaginei que a resposta provavelmente fosse não. Ainda não tinha terminado meu feitiço.
Por fim, sua lâmina carmesim se extinguiu. Dulgoffa desferiu um golpe para baixo e... Slash! Houve um clarão de aço. O corpo de Sherra foi lançado para a frente.
Gourry!
Seu golpe anterior não fora em vão. Havia absorvido o poder do Ra Tilt em sua lâmina vazia. Olha só você, usando a cabeça para variar, meu chapa! Mesmo para um mazoku de alto escalão como Sherra, um golpe como aquele tinha que doer.
Dulgoffa escapou da sua mão... E caiu na mão livre de Luke! Espera aí, espera um...
“O quê?” Sherra gritou em choque, no momento em que...
Thunk! Luke a perfurou com Dulgoffa!
“Ah...” um gemido fraco escapou de sua garganta.
Luke rapidamente soltou a lâmina negra e saltou para trás.
“Ah...” instavelmente, com a própria espada projetando-se do estômago, Sherra começou a cambalear em direção a ele. Ao se aproximar...
“Hahh!” Gourry liberou o Ra Tilt de sua espada a atingiu.
Sherra seguia de pé... Entretanto não por muito tempo!
“Lâmina...” ela se virou para mim. Uma sombra de dúvida passou pela minha mente, todavia não tive tempo para pensar nisso! “Ragna!”
A espada do vazio que invoquei cortou a General de Dinastia.
———
Plink... Com um som baixo e claro, a lâmina demoníaca estalou. Conforme cada pedaço atingia o chão, ela se desintegrava como terra seca. Dulgoffa estava morrendo, tendo perdido a fonte de seu poder... Sua mestra, Sherra.
“Bem, nós resolvemos... Eu acho.” sussurrou Luke.
“Mesmo assim...” zombou Mileena. “Pegar aquela espada daquele jeito foi imprudente.”
“Ah, Mileena! Você realmente se importa!”
“Ele poderia ter te possuído, e então teríamos outro inimigo em nossas mãos.” Mileena retrucou, impiedosa.
“Aw...” Luke choramingou.
No entanto Mileena tinha razão. Se, naquele momento, Sherra tivesse ordenado que Dulgoffa possuísse Luke, estaríamos ferrados com certeza. Quer dizer, não que jamais esperasse que alguém a atacasse com sua espada e virasse aquela maldita coisa contra ela...
Ainda assim, como uma garota que já tinha feito mais do que sua cota de bobagens improvisadas, eu realmente tinha que dar os créditos a Luke.
“Bem, pelo menos acabou!” disse Gourry alegremente.
Exceto...
“Do que você está falando? Agora temos que resolver toda essa porcaria política em torno do castelo, e não vai ser nada fácil!” eu o lembrei.
“Certo...” Luke e Mileena murmuraram em concordância.
Mas Gourry respondeu com seu sorriso incansável.
“Hahaha... Lina, sua boba. Coisas de planejamento estão acima do meu nível, então, para mim, acabou!”
“Isso não é algo para se gabar!” gritei enquanto dava um glorioso soco no rosto de Gourry.
———
“Então... Qual era o sentido de toda essa farsa, afinal?” Luke sussurrou como se a pergunta tivesse acabado de lhe ocorrer. “Sherra estava tentando dominar o reino e tudo mais, e nós a impedimos matando-a. Até aí tudo bem. Porém qual era o seu objetivo?”
O cara tinha razão.
Já se passaram alguns dias, depois que partimos da Cidade de Gyria. O perigo imediato havia ficado para trás. O General Allus fez com que Sherra fosse rotulada como espiã de um reino hostil (embora duvido que alguém acreditasse de verdade nessa história) e interveio para que Jade fosse reintegrado como cavaleiro. O cara cujo nome esqueci... O Guardião Nº 1 que nos abrigou, recebeu uma recompensa considerável, e também ganhamos uma pequena compensação pelo nosso trabalho. (Não é exatamente uma compensação justa, considerando que matamos o maldito General de Dinastia... Só que tanto faz. Já superei.) Depois que tudo foi resolvido, o General Allus renunciou ao seu posto, e o Reino de Dils voltou à reconstrução. Contudo...
Sério, o que Sherra estava planejando? Nunca descobrimos o que de fato estava tramando, e isso não me agradava. Apenas parecia que tinha que haver mais no plano dela.
Além do mais, não conseguia parar de me perguntar... Sherra realmente tinha dado tudo de si contra nós? Não estava exagerando quando disse a Jade que nenhum lugar da cidade estaria seguro se ela fosse com tudo na luta. Contudo, ela só usou uma fração do seu poder. É verdade que poderíamos ter a finalizado antes que tivesse a chance de se exibir. Será que achou que poderia nos derrotar sem usar toda a sua força? Ou estava tão desesperada para ter o rei sob seu controle que se conteve de bom grado? De qualquer forma, o que mais me incomodou foi quando usei a Lâmina Ragna para matá-la...
Seria só minha imaginação... Ou ela estava sorrindo para mim?
Claro, não mencionei essa parte para ninguém. Poderia ter sido só meus olhos me pregando peças, afinal.
“Bem, não vamos pensar em uma resposta neste caso.” interrompeu Gourry.
“Quando você já pensou em uma resposta, afinal?” provoquei. No entanto, o grandalhão tinha razão.
“Sem querer mudar de assunto, entretanto parece que estamos indo na mesma direção... Para onde vocês dois vão agora?” perguntou Luke distraidamente, depois estalou a língua e balançou o dedo para mim. “Ah, mas não ouse dizer, ‘Para onde quer que vocês vão’. Não preciso de você se intrometendo na minha lua de mel e da Mileena.”
“Não nos casamos...” começou Mileena, porém parou de repente.
Seguimos o exemplo. Estávamos caminhando para o leste pela estrada da cidade, uma ampla rodovia repleta de pedestres e carruagens. Era ladeada por floresta, e da mata veio um grito de guerra repentino...
“Hraaaagh!”
Kra-booooosh! Uma bola de fogo voadora derrubou uma carroça coberta à nossa frente. Uma cacofonia de gritos irrompeu ao nosso redor.
“Rrrrrgh...” um demônio inferior em crescimento irrompeu do mato... Não, não foi só um! Houve um segundo, depois um terceiro, e então... Pude sentir a presença deles entre as árvores ao nosso redor.
Outro enxame? Não era Sherra quem estava por trás deles? Não tive tempo para pensar na resposta. Os demônios estavam atacando as pessoas na estrada!
“Lança Elemekia!” o feitiço que lancei matou um demônio inferior que se dirigia a uma mulher paralisada de medo.
“Hyah!” com um grito, Gourry saiu correndo, brandindo sua espada contra os demônios. Luke se juntou a ele, e Mileena também.
Fizemos chover feitiços de ataque, todavia havia alvos demais! Também não tinha ideia de quantos ainda estavam vagando pela floresta... Se todos estivessem agrupados a alguma distância, eu poderia explodir a floresta inteira com um Dragon Slave, contudo já estávamos no meio do massacre.
Para ser sincera, estava ficando irritante pra caramba! Investida demoníaca, feitiço de ataque. Investida demoníaca, feitiço de ataque. Não tinha dúvidas de que estávamos arrebentando os otários, no entanto não paravam de vir!
“Sopro de Dinastia!” Crack! Atirei em outro demônio enquanto este se lançava do mato.
“S-Socorro!” enquanto entoava meu próximo feitiço, um viajante de meia-idade de repente agarrou minha capa.
Ei! Entendo que quer ajuda, mas tem que me soltar, cara! Pensei comigo mesma, porém quando estava prestes a soltar minha capa... Um demônio de bronze rugiu do mato!
Ack! Porcaria! Meu feitiço ainda não estava pronto! E também tinha um cara agarrado em mim!
O demônio de bronze me encarou. Então... Foi derrubado por um raio de luz. Kra-paaash! O movimento da luz foi causado por um rugido que fez árvores e demônios voarem.
Aquela luz...
Em seguida veio um segundo raio.
Aquele é... O gigante branco? Percebi, virando os olhos para a origem da luz. Quando o fiz, houve outro clarão atrás de mim. Hein? Virei-me rapidamente, entretanto as árvores inibiram minha visão.
“Waaaaagh!” o homem se arrastou para longe de mim, claramente confuso além da compreensão.
Parecia que o gigante estava atrás dos demônios, mas um golpe daquela coisa teria nos torrado na hora.
“O que é isso?” Gourry gritou para mim.
“Acho que é o gigante branco!” gritei de volta por cima do barulho.
“São dois!”
“É!”
“Como assim, ‘é’?”
Enquanto discutíamos...
“Ei! Alguém acha que talvez devêssemos sair daqui?” Luke gritou.
“Vamos embora!” Mileena concordou enquanto corriam até nós.
“Porém ainda tem gente por aí!” protestei.
“Não, não tem!” Luke insistiu.
Olhei em volta e vi que éramos, de fato, os únicos que restavam. Hein? Quando vocês, seus desgraçados... O homem que agarrou minha capa, antes encolhido indefeso no chão, assim como a mulher petrificada, agora estavam correndo pela estrada como velocistas campeões.
Vocês só nos deixaram na mão? Pelo menos não havia motivo para ficarmos por aqui agora!
“Entendi! Vamos sair daqui!”
“Lina...”
“O quê, Gourry? Para sua informação, se você disser alguma besteira, vou te dar um tapa aqui mesmo!”
“É que... Acho que os ataques pararam.”
“Hã?” pensando bem, não conseguia ouvir mais nenhum rugido ao meu redor. Também não havia mais sinais de demônios à vista. “Acabou...?”
“Acabou. Por ora!” disse um homem das profundezas do mato.
Hã? Espere... Conheço essa voz. Virei-me para vê-lo no momento em que emergia da vegetação. De fato, era exatamente quem eu imaginei... Um homem bonito, loiro, de meia-idade, com roupas largas azuis.
“Mestre Milgazia?” fiquei tão chocada ao vê-lo que não consegui conter um grito.
Um tempo atrás, em meio a uma confusão diferente, visitei o imponente Pico dos Dragões, ao norte, e conheci Milgazia, um ancião dragão dourado. Ele era um dragão legítimo, embora também podia assumir a forma humana e, quando o fazia, era essa a sua aparência.
Aha... Presumi que o último raio de luz fosse do gigante branco, mas na verdade era o sopro laser de um dragão dourado.
Ainda assim, o que Milgazia estava fazendo no Pico dos Dragões?
“Ouvi vozes e nomes familiares.” ele explicou. “E, de fato, aqui está você. Faz tempo, garota humana. Você também, homem humano.”
“Quanto tempo!” respondeu Gourry, coçando a nuca.
“Não me diga que não se lembra?” perguntei.
Gourry pareceu magoado.
“Vamos lá, claro que me lembro! É aquele cara lagartão.”
“Por favor, não me chame de lagartão.” Milgazia se inclinou e olhou direto para o rosto do grandalhão, sua expressão terrivelmente séria.
“Ahhh, desculpe, desculpe!” Gourry se apressou em se desculpar.
“Porém devo dizer...” Milgazia voltou os olhos para Luke e Mileena. “Que seus outros dois companheiros mudaram bastante de aparência.”
“Você entendeu errado!” exclamou Gourry, acenando com as mãos.
“São pessoas diferentes!” eu segui o exemplo.
“Eu sei. Foi uma piada.” disse Milgazia, ainda impassível.
Caramba... Não entendo essa piada de dragões, ok?
“Contudo se vocês estão vivos e bem, então devem ter superado sua provação anterior.” continuou Milgazia.
“É, diria que sim.” respondi, olhando ao redor. “No entanto, uh, o que está acontecendo aqui? Primeiro são enxames de demônios, e agora um cara que nunca saiu do Pico dos Dragões está solto no mundo. Imagino que seja algo sério, entretanto...”
“De fato!” murmurou Milgazia em concordância, depois lançou um olhar para Luke e Mileena.
“Ah, não se preocupe com eles.” assegurei-lhe. “São confiáveis. Nos ajudaram a derrotar a General Sherra.”
“O quê?” Milgazia pareceu compreensivelmente chocado. “Você derrotou... Não, suponho que esta não seja a primeira vez que sobrevive a um encontro desses, não é? Hmm...” Milgazia falou, e então mergulhou em pensamentos.
“Ei... Alguém quer nos contar o que está acontecendo aqui?” perguntou Luke.
“É uma longa história. Te falo mais tarde.” respondi.
Logo depois, Milgazia olhou para cima de novo.
“Sim, entendo... Se prometerem manter isto entre vocês, acredito que há algo que devo compartilhar com vocês.”
“Certamente não há necessidade disso, tio Milgazia.” disse uma voz penetrante, desta vez atrás de mim. Virei-me e vi uma bela mulher saindo do mato, movendo-se tão suavemente que nem sequer farfalhava as folhas. Parecia ter uns vinte anos, tinha longos cabelos dourados e usava uma cota de malha branca com um desenho curioso sobre uma roupa azul larga.
Agora, falei que ela parecia ter uns vinte anos porque era, sem dúvida, muito mais velha. Aquelas orelhas pontudas e aquela pele de porcelana? É, sem dúvida a rotulavam como uma elfa. Elfos viviam cinco ou seis vezes mais que humanos e possuíam magia muito mais poderosa, embora era raro que se mostrassem diante da nossa espécie. Se tivesse que chutar, diria que talvez tivesse um século de idade.
A mulher continuou a se dirigir a Milgazia sem nem nos dedicar um olhar.
“Meros humanos não serão de nenhuma ajuda. Só vão espalhar mais caos, na melhor das hipóteses.”
“Meros humanos?” uma veia saltou na testa de Luke, mas, sem surpresa, ela não lhe deu atenção.
“Já chega, Mephy.” repreendeu Milgazia. “Como habitantes destas terras, eles têm o direito de saber. E podem muito bem ser úteis.”
“Porém...”
“Já tomei minha decisão. Vou contar a eles!” declarou.
“Muito bem...” concordou a tal Mephy, de má vontade.
“Desculpe a interrupção. Ela tem pouca afeição por humanos.”
“Percebo...” respondi, dando de ombros.
Antigamente, humanos perseguiam elfos. Isso foi há séculos em termos humanos, todavia para alguém com uma vida muito mais longa, as feridas deviam ser recentes ainda.
“Agora, por onde começar... Não preciso falar sobre a recente onda de surgimento de demônios inferiores e de outros seres. Eles parecem estar agindo em grande parte como um braço do exército de Dinastia Graushera, e já vi um padrão semelhante antes.”
“Um padrão semelhante?”
“Sim. Demônios surgindo, o medo correndo solto entre a população... Esse medo semeia a guerra, que por sua vez semeia ainda mais caos. Dinastia não foi o responsável da última vez, contudo dada a semelhança das circunstâncias, imagino que o objetivo seja o mesmo.”
“Qual objetivo?” perguntei.
Milgazia ficou em silêncio por um instante. Então, disse em um tom grave.
“Outra Guerra das Encarnações.”
Posfácio:
Cena: O Autor e L
Au: Mais uma reimpressão pronta! Este foi O Complô de Dinastia!
L: Parece que os leitores passaram muito tempo entre as publicações imaginando minhas aventuras incríveis! Recebi 40.000 cartas descrevendo suas ideias!
Au: Sim, certo! Esta foi uma reimpressão simultânea... Três volumes de uma vez! Literalmente não houve tempo para isso acontecer! Você está mentindo na maior cara de pau!
L: Erk! Você me pegou!
Au: Pode ter certeza! Além disso, qual era o título? ‘L vs. as Belas Estalajadeiras do Mundo Todo: Capítulo Kansai’? Parece que seria só sobre você reclamando das estalajadeiras em vários destinos e brigando com elas.
L: Homens de pouca imaginação! Como exemplo, vamos integrar elementos de mangá de batalha! Meu mestre foi morto, então saí em uma jornada para encontrar o culpado! Luto contra tofu em Kyoto, depois passo três dias treinando no Monte Rokko para caçar o nefasto bife de Kobe. E por fim, em Osaka, há um violento confronto sobre se é aceitável comer okonomiyaki com arroz! Um aliado vem me salvar em um momento de necessidade! Eu os afasto sem hesitar!
Au: Você o afasta?
L: Pode haver um pouco de romance também! Viajo sozinha para Kyoto, onde encontro um ótimo tofu e compartilhamos um encontro picante...
Au: Espere um minuto. Você pode descrever como uma batalha ou um filme pornô, mas tudo o que está fazendo é comer tofu! A bela estalajadeira nem sequer apareceu!
L: Quem se importa?
Au: Quem se importa? Está no maldito título!
L: Essas informações não precisam ser de tudo precisas, contanto que se concretizem no final. Talvez depois de tudo, eu volte para minha estalagem, onde encontro a bela estalajadeira, e temos uma luta sobre nossas difíceis experiências de vida.
Au: Que tipo de livro é esse? Vai deprimir os leitores! Além do mais, está tudo bem que esse seja o único ponto onde o nome do livro importa?
L: Ah, relaxa. Você chamou este livro de ‘O Complô de Dinastia’, e isso só se torna relevante quando o dragão idiota da piada aparece no final para dizer que Dinastia pode estar aprontando alguma coisa. Só descobriremos nos próximos volumes se ele está certo ou não!
Au: Erk! Bom, é bem comum eu chegar perto de terminar meu manuscrito e ainda não saber o subtítulo. Também é bem comum escolher um título aleatório para algo e acabar com uma história que não combina muito. Talvez seja por essa razão que, quando estou escolhendo histórias para as coletâneas de contos, apenas olho para uma lista de títulos e penso: ‘Espera aí, o que aconteceu nestes?’
L: Então está tudo bem se a linda estalajadeira fizer apenas uma ponta, certo?
Au: Erk! Certo... Tudo bem, você tem razão.
L: Também poderia fazer um mistério! Assassinatos em série estranhos acontecem onde quer que eu vá!
Au: Isso é bem clichê... Porém pode ser mais interessante do que suas outras propostas.
L: Nunca descubro o culpado!
Au: Espera aí! Não deveria resolver o mistério?
L: Hã? Por que deveria? Resolver crimes é o trabalho da polícia, yeesh.
Au: Certo, isso é totalmente válido! Contudo ainda é para ser um mistério, né?
L: E daí? Mistérios são sobre mistério. Em outras palavras, mistério é tudo que precisa. Quem disse que precisa resolver alguma coisa?
Au: Argh! Tinha aquela série antiga de Arquivo X que era uma série de mistério, no entanto os culpados sempre acabavam sendo alienígenas ou outras criaturas estranhas. Mas espera aí! Se há assassinatos em todos os lugares que você vai, não sugere que você é o assassino?
L: Oh, por favor. Por essa lógica, o culpado em toda série policial seria o detetive. É tudo mera coincidência. Porém se insiste em descobrir quem é o assassino, talvez eu veja uma reportagem na próxima pousada revelando que pegaram o culpado. Eles até revelarão o motivo!
Au: Não é nada emocionante.
L: Bem, já te dei bastante material para trabalhar. Os leitores podem usar isto para imaginar mais das minhas aventuras!
Au: Tá chamando essas ideias soltas de material? Gente, não caiam nessa. Só vai deixá-la mais insuportável.
L: Conto com vocês, pessoal!
Posfácio: Fim.
***
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