Capítulo 02
Após o funeral de Eiko, Asai observou o serviço memorial budista do sétimo dia, mas depois que acabou a casa parecia vazia. Levaria muito tempo até que todos tornassem a se reunir. Haveria o próximo memorial no primeiro aniversário de sua morte, porém Asai não tinha certeza de quantos dos parentes de Eiko provavelmente apareceriam. Ele e Eiko não tinham filhos, então parecia que a linhagem familiar havia terminado com sua morte.
O casamento de Asai e Eiko durou sete anos. Eles se casaram um ano após a morte da primeira esposa de Asai. Ele tinha trinta e cinco anos, e ela oito anos mais nova. Aos vinte e sete, foi o primeiro casamento de Eiko. A casamenteira o havia contado que ela tinha sido muito exigente no início sobre seus possíveis pretendentes, e que aos poucos suas chances de encontrar alguém haviam diminuído. Quando se encontraram pela primeira vez, Asai imaginou que fosse verdade. Não era tão bonita assim, contudo acabou se sentido atraído por seu sorriso alegre.
Asai havia demonstrado um forte interesse em Eiko, talvez porque sua primeira esposa fosse pouco agraciada. No entanto, a casamenteira não lhe trouxe uma aceitação imediata de sua proposta. Eiko hesitou. Não tinha certeza se era algo a ver com a sua idade, vinte e sete anos era tarde para um primeiro casamento, ou se era um problema para ela que fosse seu segundo casamento. Asai também sabia que não era exatamente um cara bonito; nunca foi popular com as mulheres. A única coisa que de fato o favorecia era a estabilidade de seu emprego como funcionário público, entretanto mesmo isso não pagava um ótimo salário.
Por fim, depois de mantê-lo em suspense por um bom tempo, Eiko concordou em se casar. Asai a amava. Sua segunda esposa era muito mais jovem e imatura que a primeira, e a tratava mais como uma filha favorita.
Às vezes, a diferença de idade parecia muito mais próxima de uma dúzia de anos.
Eiko, por sua vez, gostava de ser mimada por seu marido afetuoso. Não era incomum que passasse dois ou três dias seguidos deitada no sofá, alegando estar cansada demais para fazer qualquer trabalho doméstico. Asai nunca reclamava, vez disso, saía para fazer compras, cozinhava e limpava sozinho.
Sempre que se sentia cansada, Eiko não deixava Asai se aproximar. Ela nunca gostou muito de sexo. O que não significava que não fosse afetuosa com o marido, apenas não era muito assertiva na cama. Foi um pouco decepcionante para Asai, todavia não o impediu de adorar sua jovem esposa.
Eiko era muito sociável e adorava passar tempo com os amigos. Esse aspecto de sua personalidade era um forte contraste com o quão quieta era em casa. Havia dois lados seus completamente diferentes. Asai sempre se perguntava se sua esposa ficava entediada por ficarem só os dois em casa. Quando saía, Eiko parecia reviver.
Na maioria das vezes, passava tempo com mulheres que conhecia há anos e amigas dessas amigas. No começo, todas estudavam baladas tradicionais japonesas juntas. Em algum momento, elas abandonaram essas aulas e passaram a tocar shamisen. Depois, foi a vez da pintura em estilo japonês. Em tempos mais recentes, Eiko estava estudando haiku com uma poetisa no bairro de Suginami. Uma de suas amigas, que era aluna lá há algum tempo, a convidou para participar da aula. Parecia não conseguir continuar com as coisas por muito tempo, mas Asai supôs que, como resultado, sua vida nunca foi monótona.
Felizmente, a paixão pelo haiku parecia ter permanecido. Eiko já estava estudando há dois anos, sem nenhum sinal de desistir. Até parecia ter um pequeno talento para isso, e seus poemas eram elogiados com frequência por seu professor e colegas. De vez em quando, tinha um poema escolhido para publicação em uma revista de fãs amadores de haicais. Os professores de Eiko elogiaram sua execução de shamisen e sua pintura no passado, porém ver seu próprio trabalho impresso a encorajou mais do que qualquer coisa. Ser mediano em alguma coisa era deprimente; ser a primeira da turma a deixava de ótimo humor. Sempre havia desfrutado comparar seus resultados com os de outras pessoas. Em casa, havia limpado sua mesa de todas as suas tintas e pincéis, e já fazia algum tempo que estava coberta de livros, coleções de poesia haicais, glossários de termos e dicionários.
Aparentemente, as mulheres que escreviam haicais eram muito velhas ou muito jovens; não havia muitas em um meio termo. Mulheres da idade de Eiko, na faixa dos seus trinta e poucos anos, costumavam ser donas de casa com dois ou três filhos e achavam difícil sair, então Eiko e três ou quatro de suas amigas eram as únicas daquela geração que compareciam às reuniões.
Fazia cerca de dois ou três anos que Eiko se virou para o marido e perguntou, do nada.
— Você acha que eu sou sexy?
Asai quis saber se alguém a havia feito algum comentário a respeito, ao qual respondeu que uma colega poeta de haicais havia dito que ela era muito sexy... Não de uma forma vulgar, e sim com uma espécie de sensualidade refinada. Era evidente que o comentário havia a encantado.
— Foi um homem ou uma mulher que lhe disse isso? — Asai estava muito consciente do fato de que havia muito mais homens do que mulheres em seu círculo de haicais.
— Claro que foi uma mulher! Eu nunca falo com os homens sobre nada além de poesia. Não há ninguém que diria algo assim para mim. Contudo essa mulher disse que se ela conseguia ver, então deveria ser óbvio para os homens também.
Como Asai a via todos os dias, não tinha notado, no entanto quando Eiko lhe fez a pergunta, percebeu o que queria lhe dizer. As linhas de sua figura suavizaram e arredondaram. Sempre tinha sido charmosa, todavia quando se aproximou dos trinta e poucos anos, essa doçura mudou para uma sensualidade mais madura.
— Ugh. Tive uma experiência ruim hoje. Uma das mulheres do meu círculo de haicais me disse que sempre presumiu que eu fosse uma recepcionista de bar ou algo assim. Parece que ouviu de uma das minhas amigas que não era, entretanto achou difícil de acreditar. É dessa forma que as pessoas me veem? Vou ter que começar a usar roupas mais recatadas de agora em diante.
Mas todas as roupas discretas do mundo não teriam disfarçado seu apelo sexual; elas teriam servido apenas para destacar a sensualidade por baixo da superfície. Para ser honesto, não tinha nada a ver com as roupas, era o seu corpo. O que sempre foi seu comportamento sociável e aberto agora parecia um pouco sedutor. Asai percebeu essa mudança depois dessa conversa, mesmo no menor gesto.
Dizem que uma mulher na casa dos trinta está no auge da vida, pensou Asai. Era natural que seu corpo mudasse. Esse mesmo tópico surgiu quando Asai saiu para beber com seus colegas depois do trabalho. Um de seus colegas alegou que não havia nada de natural em uma mulher de trinta e poucos anos que começava a parecer mais sexy; ele acreditava que sua sensualidade aumentada era alcançada por meio da experiência. O resto concordou. Só havia uma maneira de a sexualidade de uma mulher amadurecer, e era fazendo mais sexo.
Porém Asai estava relutante em concordar. Sexo com sua própria esposa não poderia ser responsável por sua voluptuosidade aumentada. Não só era muito raro, como também não havia nada de selvagem ou aventureiro nisso. Sabia, por conversas francas enquanto bebia, que sua vida sexual era apenas um décimo da frequência de seus colegas. Supondo que esse grupo fosse uma seção transversal média do público em geral, percebeu que estava muito, muito abaixo da norma. Eiko simplesmente não estava interessada.
Para piorar as coisas, cerca de dois anos atrás, Eiko sofreu um ataque cardíaco. A dor inesperada em seu peito havia drenado de repente toda a cor de seu rosto, o que a fez suar frio. Ela chegou ao hospital a tempo, e o médico diagnosticou uma coronária leve. Depois de uma semana no hospital, sua condição foi restaurada, embora desde então ficou ainda menos interessada nas atenções de Asai na cama. Ela leu em algum jornal médico que um segundo ataque cardíaco provavelmente seria fatal, então decidiu tomar cuidado extra. Dizia que era importante manter a calma o máximo possível e evitar qualquer tipo de choque. Essa foi outra razão pela qual começou a praticar haicai.
O médico disse a Asai que, embora fosse importante ser cautelosa, que o que Eiko havia lido no periódico médico era um conselho de ‘livro didático’, por assim dizer, e de fato não precisava segui-lo à risca. Sem dúvida foi um ataque cardíaco, no entanto foi leve, e ser muito neurótica sobre uma recorrência era desaconselhável.
Asai concordou que ser neurótica era uma coisa ruim. E talvez esse fosse o apelo do mundo da poesia haiku; era muito bom para sua saúde espiritual. Todavia, após o ataque cardíaco, todo contato físico foi recusado, o que, para ser honesto, sua esposa nunca foi particularmente entusiasmada em primeiro lugar.
Foi por essa razão que Asai discordou da opinião de que a experiência era o que fazia a sexualidade de uma mulher florescer. Sexo não tinha nada a ver com isso. Ele acreditava que o corpo de uma mulher passava por mudanças naturais conforme envelhecia. Mas não podia expressar essas opiniões para outras pessoas. Se o fizesse, teria que revelar a verdade sobre o lamentável estado de sua própria vida sexual. Assim, percebeu que não havia outra maneira de defender seu caso, porém não estava preparado para ser tão aberto. No final, sempre que a conversa se voltava para esse tópico, apenas mantinha uma cara de pôquer.
Era curioso, contudo supunha que cada caso era diferente... Que, como o desejo sexual de sua esposa era tão baixo, seu próprio corpo e necessidades pareciam ter se ajustado aos dela. Não parecia mais ter nenhum desejo sexual forte. Poderia facilmente ter pagado uma mulher para ter suas próprias necessidades atendidas, ou até mesmo começar um caso, no entanto nunca se interessou em fazê-lo. Supôs que era porque os dois estavam em perfeita sintonia.
Entretanto, além de estar em sintonia com Eiko, havia dois outros motivos pelos quais não estava interessado. O primeiro era que era o tipo de pessoa que valorizava o dinheiro acima de tudo. Entendia que era vital para um estilo de vida estável. Acreditava que ficar sem economias era o equivalente a estar à beira do inferno. Essa maneira de pensar vinha de ser pobre e ter que trabalhar duro para pagar a faculdade. Não havia como desperdiçar um único iene do seu dinheiro arduamente ganho em alguns momentos de prazer com uma prostituta. De qualquer forma, não era tão fácil quanto era no passado visitar um distrito da luz vermelha e pegar uma mulher. Hoje em dia, você tinha que conhecer as pessoas certas. Se não conhecesse, então tinha que ir a um bar pelo menos três ou quatro vezes e fazer o possível para persuadir alguma mulher que conhecesse lá a dormir com você ou fazer com que ela lhe apresentasse alguém. Isso não era apenas uma perda colossal de tempo e energia, como acabava sendo caro. Poderia ter sido interessante quando era jovem, todavia não era o comportamento de um quarentão respeitável. E se encontrasse um rapaz do ministério? Imagine o constrangimento! Seria motivo de chacota. Além do risco de acabar prejudicando suas perspectivas no trabalho.
Asai tinha imenso orgulho de ser chefe de seção no Ministério da Agricultura. Essa era a outra razão pela qual não queria manter escândalos a margem de sua vida privada. Havia muitas pessoas que faziam o inverso, valorizando sua vida privada acima do trabalho, e aquilo as havia custado à antipatia de seus superiores e a brusca interrupção de suas carreiras. Esse tinha sido o fim da promoção para elas. Alguns até tinham deixado o ministério e, e depois disso nunca mais conseguiram encontrar um emprego decente.
Não era que o ministério fosse o ambiente de trabalho mais agradável, porém Asai guardava suas reclamações para si mesmo. Havia momentos em que se sentia muito irritado com os tipos de elite, conhecidos como ‘funcionários públicos de carreira’, contudo essa era a burocracia japonesa, e não havia nada de racional a respeito.
Se você ia ficar tão furioso com o sistema, era melhor desistir. Rebelar-se era inútil.
Em vez de perder tempo batendo a cabeça na parede burocrática, Asai planejou com cuidado sua própria rota para o sucesso. Com a devida cautela e atenção, se tornaria chefe de divisão. Havia algumas pessoas com a mesma formação acadêmica que a sua que se tornaram diretores. E, de vez em quando, alguém até chegava ao cargo de diretor geral.
Para ser justo, não estava mirando tão alto, embora pelo menos pretendesse ser chefe de divisão antes de se aposentar. E então fez seu trabalho com toda diligência, se propôs a se tornar um especialista em questões práticas, para ser algo que os diretores gerais e chefes de divisão de elite não conseguiam. Esse era seu único meio de competir com os tipos altamente educados e com carreira.
Quando disse ‘competir’, não era bem uma competição. Apenas se certificava de que era a pessoa certa para eles quando se tratava de questões práticas. A elite tendia a ver sua posição no ministério como uma espécie de parada temporária na estrada para a grandeza. Eles não tinham ideia sobre as questões práticas do dia a dia do trabalho. Na verdade, como estavam apenas descansando por um breve instante em sua jornada, nem se preocupavam em se familiarizar de forma adequada com os requisitos do trabalho. Passavam despercebidos, acreditando que tinham compreendido os princípios fundamentais, mal diminuindo o ritmo enquanto carimbavam às cegas tudo que aparecia em seu caminho.
Asai era o assistente leal, o fiel assessor desses superiores, embora admita que não era útil da mesma forma para todos. Tinha muita habilidade em farejar se alguém tinha probabilidade de subir na hierarquia ou não. Uma intuição que desenvolveu tanto pela experiência quanto pelo estudo dos fatos.
Sempre que Asai fazia um trabalho para alguém que não parecia ter um futuro muito brilhante, parecia atento o suficiente, todavia seu coração não estava colocado de fato em sua tarefa. Não havia como ir além de seus deveres. Observava e esperava secretamente que o chefe em questão tivesse dificuldades, enquanto se certificava de que ninguém percebesse que estava sendo deliberadamente malicioso. Dessa forma, tirava um pouco do ressentimento e da frustração de seu sistema.
No entanto, tudo mudava se avistasse um superior com um brilhante futuro adiante. Não importava o quão medíocre fosse, Asai o trataria com total devoção, por vezes realizando feitos incríveis em seu nome e permitindo que seu chefe levasse o crédito.
Chefes de divisão se tornariam diretores, e diretores se tornariam diretores gerais. No futuro, um desses chefes poderia muito bem retornar ao departamento para ser seu supervisor direto mais uma vez, e então, Asai calculou, seria recompensado com justiça. Junto com o aumento de salário de cada promoção, haveria um cheque de rescisão maior e uma pensão muito mais alta.
Asai dedicou toda a sua energia ao seu trabalho no ministério, então o estado sombrio de suas relações conjugais com Eiko mal o incomodava. As coisas sempre foram assim, e agora havia seu problema cardíaco. Estava já acostumado a cuidá-la.
E então, com a morte repentina de sua esposa, Asai parecia ter perdido o rumo.
Ele havia chorado enquanto o corpo de sua esposa era colocado em seu caixão, e quando chegou a hora de passar pela pequena janela para o forno do crematório, seu sogro teve que arrancá-lo. Todos os maridos que perdem suas amadas esposas se sentem assim? Asai se perguntou enquanto enxugava as lágrimas dos olhos. Todo mundo se sente assim? Estava surpreso. Não era comum ou de seu feitio demonstrar seus sentimentos.
Com certeza nem todas aquelas lágrimas foram causadas por uma onda passageira de emoção... Assim, se deu conta do profundo amor sentido por Eiko. Seus sete anos juntos podem não ter sido os mais ricos de suas vidas de casados, mas tê-la perdido o lembrou do quanto se importava com ela. Sendo mais velho e tendo visto muito mais da vida, muitas vezes a tratava como uma criança, porém agora se lembrava com um choque de que eles tinham sido parceiros iguais no casamento.
Ainda estava lidando com essas emoções quando um domingo, cerca de dez dias após a morte de Eiko, sua irmã apareceu. O marido de Miyako, um técnico em uma empresa de petróleo, estava em uma viagem de negócios de dois meses no exterior, procurando por futuros locais para desenvolvimento. Miyako costumava ficar com seus pais enquanto este estava fora, e quando Asai estava ausente a negócios, sempre ficava com Eiko em sua casa.
— Você deve estar se sentindo sozinho. — Miyako disse a Asai, enquanto acendia um incenso para sua irmã e fazia uma oração em frente ao altar da família. Ela hesitou um pouco enquanto se sentava ao lado de Asai.
— Ainda não consegui digerir de verdade o fato de que Eiko está morta. — Asai respondeu com sinceridade. — Eu não estava lá em seus últimos momentos. E isso nem aconteceu em casa.
Asai estava no jantar em Kobe quando Miyako ligou para avisá-lo que Eiko estava morta. Nunca conseguiu separar em sua cabeça o conteúdo daquele telefonema de onde estava quando atendeu a ligação. Estava lá em Kobe como assistente do Diretor Geral Shiraishi, e era onde sua mente estava quando ouviu a notícia. Para ser mais preciso, não tinha certeza naquele momento se Shiraishi era uma certeza para a glória futura. Sua esposa era de uma dinastia política famosa, contudo sua família não tinha conexões fortes no escritório de pessoal do ministério. No entanto, havia rumores de que a Sra. Shiraishi tinha boas conexões com certo político influente. Ninguém sabia ao certo se seu marido estava destinado a se tornar o burocrata mais importante ou se seria transferido do ministério no meio da carreira para ser um consultor da indústria em outro lugar. Asai sabia que precisava ser bastante atencioso, só por precaução, então estava muito tenso naquela noite. Shiraishi nasceu em uma família privilegiada e foi criado como o filho favorito, o que significa que podia ser muito distraído e tranquilo. Asai também ouviu que ele podia ser muito imprevisível em seus humores, então devia dar uma atenção a mais pela noite.
O jantar foi animado, e cada participante fez fila para receber uma xícara de saquê do diretor geral. A gueixa de bochechas redondas estava sentada em frente, acompanhando-o. Então o telefonema chegou, e quando voltou para seu assento, Asai sentiu como se a notícia fosse uma invenção bizarra de sua imaginação. Não havia compreendido de fato a realidade de que Eiko estava morta.
— Claro. Eu entendo. Você se lembra da dona da loja de cosméticos em Yoyogi que ajudou Eiko no dia em que faleceu? Já fizemos o serviço memorial, então que tal irmos e oferecer nossos agradecimentos?
— Boa ideia! Já faz alguns dias que tenho pensando em ir, mas com tudo o que está acontecendo, nunca tive tempo. Acho que deveríamos levar algum tipo de presente como sinal de agradecimento.
— Sabe, ela apareceu no funeral. Até nos deu dinheiro de condolências. Quando abri o envelope, havia cinco mil ienes dentro. Tanto, mesmo que não tivéssemos causado nada além de problemas. Eu te contei sobre o dinheiro, não contei?
— Sim, contou. Você acha que se lembraria de como chegar à loja?
Miyako achou que conseguiria, então eles partiram naquela tarde para visitar a pequena boutique de cosméticos no distrito de Sanya, em Yoyogi, onde Eiko desmaiou e morreu.
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